Memoria e cognição
Citação de Amanda Araujo em abril 16, 2025, 3:06 pmFunções Psicológicas Básicas: Memória e Cognição na Formação Psicanalítica
No campo da psicanálise, embora o foco recaia sobre os conteúdos inconscientes, os processos simbólicos e os conflitos psíquicos, é fundamental reconhecer a importância das funções psicológicas básicas, como a memória e a cognição, para compreender o funcionamento global do psiquismo.
Memória: O Armazém do Sujeito
A memória é uma das principais vias de acesso ao inconsciente. Embora, do ponto de vista da neuropsicologia, a memória seja compreendida como a capacidade de armazenar, reter e recuperar informações, na psicanálise ela é muito mais do que isso: é o campo onde se inscrevem as experiências do sujeito, tanto as lembradas quanto as recalcadas.
Freud já indicava que o inconsciente é atemporal, e isso nos leva a pensar que certas vivências ficam "presas" no tempo, retornando através de sintomas, sonhos ou atos falhos. A memória, nesse sentido, não é apenas uma função cognitiva, mas um lugar de inscrição psíquica onde o desejo, o trauma e o recalque se articulam.
Além disso, os fenômenos de amnésia, falsas memórias e lembranças encobridoras são de interesse direto da psicanálise, pois revelam como o psiquismo organiza, distorce ou protege o sujeito de certos conteúdos.
Cognição: O Pensar como Função e Defesa
A cognição refere-se a processos como a atenção, percepção, linguagem, raciocínio e resolução de problemas. São funções essenciais para a vida cotidiana e para o contato com a realidade. Na formação psicanalítica, entender como o sujeito pensa e organiza sua experiência consciente é indispensável, pois muitos quadros clínicos envolvem distorções cognitivas ou defesas que impactam o pensamento lógico e simbólico.
Por exemplo, na neurose obsessiva, o pensamento pode se tornar repetitivo e rígido, como forma de controle frente à angústia. Já em estruturas psicóticas, pode-se observar um afastamento radical da realidade, com prejuízo nos processos cognitivos e no juízo de realidade. Assim, a cognição também está atravessada pelas dinâmicas inconscientes, sendo mediada pela relação do sujeito com o Outro, com o desejo e com a linguagem.
Integração com a Clínica Psicanalítica
Reconhecer a importância da memória e da cognição não significa reduzir a psicanálise a uma ciência cognitiva ou neurológica. Pelo contrário, é compreender que o funcionamento simbólico, que é a base do trabalho analítico, exige um mínimo de organização psíquica — o que inclui o uso das funções cognitivas básicas.
Em muitos casos, sobretudo em atendimentos com crianças, adolescentes ou em quadros mais graves, é necessário avaliar o desenvolvimento dessas funções para que a escuta analítica seja possível. Assim, a formação em psicanálise se enriquece quando dialoga com esses conhecimentos, ampliando sua compreensão sobre o sujeito em sua totalidade.
Funções Psicológicas Básicas: Memória e Cognição na Formação Psicanalítica
No campo da psicanálise, embora o foco recaia sobre os conteúdos inconscientes, os processos simbólicos e os conflitos psíquicos, é fundamental reconhecer a importância das funções psicológicas básicas, como a memória e a cognição, para compreender o funcionamento global do psiquismo.
Memória: O Armazém do Sujeito
A memória é uma das principais vias de acesso ao inconsciente. Embora, do ponto de vista da neuropsicologia, a memória seja compreendida como a capacidade de armazenar, reter e recuperar informações, na psicanálise ela é muito mais do que isso: é o campo onde se inscrevem as experiências do sujeito, tanto as lembradas quanto as recalcadas.
Freud já indicava que o inconsciente é atemporal, e isso nos leva a pensar que certas vivências ficam "presas" no tempo, retornando através de sintomas, sonhos ou atos falhos. A memória, nesse sentido, não é apenas uma função cognitiva, mas um lugar de inscrição psíquica onde o desejo, o trauma e o recalque se articulam.
Além disso, os fenômenos de amnésia, falsas memórias e lembranças encobridoras são de interesse direto da psicanálise, pois revelam como o psiquismo organiza, distorce ou protege o sujeito de certos conteúdos.
Cognição: O Pensar como Função e Defesa
A cognição refere-se a processos como a atenção, percepção, linguagem, raciocínio e resolução de problemas. São funções essenciais para a vida cotidiana e para o contato com a realidade. Na formação psicanalítica, entender como o sujeito pensa e organiza sua experiência consciente é indispensável, pois muitos quadros clínicos envolvem distorções cognitivas ou defesas que impactam o pensamento lógico e simbólico.
Por exemplo, na neurose obsessiva, o pensamento pode se tornar repetitivo e rígido, como forma de controle frente à angústia. Já em estruturas psicóticas, pode-se observar um afastamento radical da realidade, com prejuízo nos processos cognitivos e no juízo de realidade. Assim, a cognição também está atravessada pelas dinâmicas inconscientes, sendo mediada pela relação do sujeito com o Outro, com o desejo e com a linguagem.
Integração com a Clínica Psicanalítica
Reconhecer a importância da memória e da cognição não significa reduzir a psicanálise a uma ciência cognitiva ou neurológica. Pelo contrário, é compreender que o funcionamento simbólico, que é a base do trabalho analítico, exige um mínimo de organização psíquica — o que inclui o uso das funções cognitivas básicas.
Em muitos casos, sobretudo em atendimentos com crianças, adolescentes ou em quadros mais graves, é necessário avaliar o desenvolvimento dessas funções para que a escuta analítica seja possível. Assim, a formação em psicanálise se enriquece quando dialoga com esses conhecimentos, ampliando sua compreensão sobre o sujeito em sua totalidade.