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Metafísica de Freud e de Lacan

Tanto Freud quanto Lacan abordaram a metafísica de maneiras que se alinham com suas respectivas teorias psicanalíticas, embora ambos se distanciassem de uma abordagem tradicionalmente metafísica.

Freud e a Metafísica:

Freud, como cientista e médico, adotou uma postura cética em relação à metafísica, que se refere ao estudo de questões fundamentais sobre a existência, a realidade e o ser que transcendem o mundo físico e a experiência sensorial. Ele considerava a psicanálise uma ciência empírica, voltada para a investigação das forças inconscientes que moldam o comportamento humano, e não se ocupava diretamente com questões metafísicas. Para Freud, a metafísica muitas vezes servia como uma forma de defesa psicológica contra a angústia existencial, oferecendo explicações que evitavam confrontar diretamente os impulsos e conflitos inconscientes. Em resumo, ele via a metafísica como uma tentativa de preencher lacunas no conhecimento humano com construções idealizadas que, em última análise, poderiam ser interpretadas à luz de processos psicológicos inconscientes.

Lacan e a Metafísica:

Lacan, por outro lado, abordou a metafísica de forma mais complexa. Embora também se preocupasse com os processos inconscientes, ele estava interessado em como o desejo e a linguagem estruturam a realidade do sujeito. Lacan argumentava que a realidade humana é mediada pela linguagem, que sempre já está imersa em uma estrutura simbólica. Nesse sentido, Lacan via a metafísica como uma tentativa de lidar com o "Real", uma dimensão da experiência que está além da simbolização e que resiste à compreensão completa pela linguagem. Para Lacan, o "Real" é aquilo que está fora da simbolização, mas que impacta o sujeito de maneiras perturbadoras, levando-o a buscar na metafísica uma forma de explicar ou domesticar essa experiência inefável.