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meus aprendizados até então

Na psicanálise, aprendi que a nossa relação com a imagem vai muito além do que conseguimos perceber conscientemente. Um dos conceitos centrais é o estágio do espelho, desenvolvido por Lacan, que descreve o momento em que a criança começa a se reconhecer no reflexo de um espelho. Esse é um marco importante porque é quando começamos a formar a ideia de quem somos, percebendo-nos como seres separados do mundo ao nosso redor. No entanto, isso também cria uma divisão interna: o "eu" real, que é quem somos de fato, e o "eu idealizado", que é a imagem que projetamos ou desejamos alcançar.

Essa divisão é algo com que lidamos constantemente. Na psicanálise, isso é explicado por dois conceitos importantes: o "Eu Ideal" e o "Ideal de Eu". O "Eu Ideal" representa aquela versão perfeita de nós mesmos que queremos ser, muitas vezes moldada pelas expectativas externas ou sociais. Já o "Ideal de Eu" é como um juiz interno, uma parte do nosso superego que avalia e nos compara com esse "eu perfeito". Quando há uma distância muito grande entre essas duas imagens, podemos sentir frustração, culpa ou até mesmo uma sensação de inadequação.

Além disso, nossa autoimagem está profundamente conectada ao inconsciente, carregando desejos, medos e traumas que, muitas vezes, nem sabemos que existem. O interessante é que esses elementos do inconsciente acabam moldando a forma como nos vemos e até influenciam os padrões de comportamento que repetimos ao longo da vida.

O que achei mais transformador é entender que, na psicanálise, podemos ressignificar essa autoimagem. É um processo de integrar todos esses aspectos – o que somos, o que desejamos ser e o que projetamos – para criar uma relação mais saudável e realista com nós mesmos. Isso não apenas resolve conflitos internos, mas também nos ajuda a sair de ciclos de autossabotagem e a construir uma percepção mais autêntica de quem realmente somos.

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MShinjo