Módulo 2
Citação de Eveline Rojas em junho 1, 2024, 12:41 amComo resumo de compreensão deste módulo, chamo atenção o processo de constituição do eu. Para Freud, ao nascer, o recém-nascido está diante de uma total impotência que o impede de experienciar um comportamento articulado, efetivo e eficiente, que é o estado de desamparo. Nesse estado de desamparo, é como se não existisse ninguém (nem corpo e nem psiquismo pré-estabelecido), segundo Freud, está ai a possibilidade do caminho rumo ao campo do humano. Para que o recém-nascido possa introduzir-se no mundo que já existe, é necessário que outro ser humano já instituído auxilie (papel geralmente da mãe) para que haja a possibilidade de desenvolvimento do seu próprio eu (FERES, 2009). Campos (2007), sobre a constituição do eu, fala sobre esta instância (o eu), sobretudo como sendo imaginária, e modificada,sucessivamente, ao longo do tempo de existência de cada sujeito. Segundo a autora a imagem corporal se transforma, como também se transforma o olhar para o mundo, para os outros e, acima de tudo, para si mesmo. Para ela a imagem corporal e o eu são formados de modo simultâneo, e, neste desenvolvimento, a imagem especular e a imagem do outro são fundamentais. Para Campos (2007), da unidade-dual mãe-filho(a), onde o rosto da mãe é o primeiro a ser conhecido e reconhecido, a criança começa a se descobrir como unidade-separada, de início ainda não diferenciada do outro. Segundo Freud, a percepção que o bebe tem do seu corpo e do corpo da mãe, ocorre, inicialmente de forma desmembrada. O narcisismo primordial, fase em que a criança ainda não é capaz de se voltar para objetos externos, é, para Freud, compreendido como o primeiro estado da vida, anterior à constituição do eu, cuja fase é caracterizada por um período em que o eu e o inconsciente são indiferenciados. Com o passar do tempo essas percepções espedaçadas dão lugar a uma percepção do conjunto (LEO; VILHENA, 2010). Lacan, então, com base no narcisismo primário fundamenta sua teoria do estádio do espelho e dá início à constituição do eu (ROUDINESCO; PLON, 1998). Para entendermos o estádio do espelho de Lacan, podemos entendê-lo em três momentos: o primeiro caracterizado pelo estranhamento da própria imagem, o segundo pela fase de transitoriedade e o terceiro marcado pelo reconhecimento do próprio reflexo. No primeiro há uma ênfase no estranhamento pela não separação (em caráter mental) da imagem da criança com a de sua própria mãe, que ainda a toma como unificada a si. No segundo há um momento de passagem, do não reconhecimento para o reconhecimento da instância [eu]. Caracterizando-se por uma fase marcada pela mímica e pela indefinição. A instância psíquica [eu] ainda não se isola da figura materna (simbiose), mas ao mesmo tempo consegue reconhecer-se, mesmo que de forma indefinida ou imprecisa no outro (SCARANO; PERTiLE, 2021). No terceiro há o ápice identificatório, uma vez que nele a criança consegue reconhecer-se no próprio reflexo. Desta forma a criança consegue relacionar-se com o meio de forma mais clarificada, prenunciando sua entrada no campo linguístico (SCARANO; PERTiLE, 2021). De acordo com Zimerman (2001, p. 128), a partir desses três momentos, verifica-se um processo evolutivo na criança, que passa "a conquistar a imagem da totalidade de seu corpo". Como dito no material de estudo: “a imagem do corpo se constitui no campo das identificações, na imagem refletida, sob o olhar do outro, tal como o estádio do espelho, sendo de fundamental importância na constituição do eu e da constituição psíquica”.
Como resumo de compreensão deste módulo, chamo atenção o processo de constituição do eu. Para Freud, ao nascer, o recém-nascido está diante de uma total impotência que o impede de experienciar um comportamento articulado, efetivo e eficiente, que é o estado de desamparo. Nesse estado de desamparo, é como se não existisse ninguém (nem corpo e nem psiquismo pré-estabelecido), segundo Freud, está ai a possibilidade do caminho rumo ao campo do humano. Para que o recém-nascido possa introduzir-se no mundo que já existe, é necessário que outro ser humano já instituído auxilie (papel geralmente da mãe) para que haja a possibilidade de desenvolvimento do seu próprio eu (FERES, 2009). Campos (2007), sobre a constituição do eu, fala sobre esta instância (o eu), sobretudo como sendo imaginária, e modificada,sucessivamente, ao longo do tempo de existência de cada sujeito. Segundo a autora a imagem corporal se transforma, como também se transforma o olhar para o mundo, para os outros e, acima de tudo, para si mesmo. Para ela a imagem corporal e o eu são formados de modo simultâneo, e, neste desenvolvimento, a imagem especular e a imagem do outro são fundamentais. Para Campos (2007), da unidade-dual mãe-filho(a), onde o rosto da mãe é o primeiro a ser conhecido e reconhecido, a criança começa a se descobrir como unidade-separada, de início ainda não diferenciada do outro. Segundo Freud, a percepção que o bebe tem do seu corpo e do corpo da mãe, ocorre, inicialmente de forma desmembrada. O narcisismo primordial, fase em que a criança ainda não é capaz de se voltar para objetos externos, é, para Freud, compreendido como o primeiro estado da vida, anterior à constituição do eu, cuja fase é caracterizada por um período em que o eu e o inconsciente são indiferenciados. Com o passar do tempo essas percepções espedaçadas dão lugar a uma percepção do conjunto (LEO; VILHENA, 2010). Lacan, então, com base no narcisismo primário fundamenta sua teoria do estádio do espelho e dá início à constituição do eu (ROUDINESCO; PLON, 1998). Para entendermos o estádio do espelho de Lacan, podemos entendê-lo em três momentos: o primeiro caracterizado pelo estranhamento da própria imagem, o segundo pela fase de transitoriedade e o terceiro marcado pelo reconhecimento do próprio reflexo. No primeiro há uma ênfase no estranhamento pela não separação (em caráter mental) da imagem da criança com a de sua própria mãe, que ainda a toma como unificada a si. No segundo há um momento de passagem, do não reconhecimento para o reconhecimento da instância [eu]. Caracterizando-se por uma fase marcada pela mímica e pela indefinição. A instância psíquica [eu] ainda não se isola da figura materna (simbiose), mas ao mesmo tempo consegue reconhecer-se, mesmo que de forma indefinida ou imprecisa no outro (SCARANO; PERTiLE, 2021). No terceiro há o ápice identificatório, uma vez que nele a criança consegue reconhecer-se no próprio reflexo. Desta forma a criança consegue relacionar-se com o meio de forma mais clarificada, prenunciando sua entrada no campo linguístico (SCARANO; PERTiLE, 2021). De acordo com Zimerman (2001, p. 128), a partir desses três momentos, verifica-se um processo evolutivo na criança, que passa "a conquistar a imagem da totalidade de seu corpo". Como dito no material de estudo: “a imagem do corpo se constitui no campo das identificações, na imagem refletida, sob o olhar do outro, tal como o estádio do espelho, sendo de fundamental importância na constituição do eu e da constituição psíquica”.