módulo 8
Citação de Eveline Rojas em julho 10, 2024, 10:21 pmEste módulo sobre as matrizes teóricas da Psicologia Social trouxe reflexões importantes. No que tange a identificação das representações coletivas de Durheim, mentalidades primitivas de Lévy e as representações de Moscovici pode-se dizer que Durkheim (1970), entende que os indivíduos associados são o “substrato” da sociedade, sendo as representações coletivas a trama desta vida social. A produção de representações coletivas se dá na interação entre os indivíduos associados, não sendo uma simples média das representações individuais mas, antes, qualitativamente distintas destas. Para Lévy-Bruhl, as mentalidades, ou seja, as formas de experiência e relacionamento com o mundo, não seriam únicas para toda humanidade, sendo algumas mentalidades, inclusive, impossíveis de se apreender,diante de tão profunda alteridade. Em Lévy-Bruhl as representações coletivas articulam-se e se diferenciam das representações construídas pelos indivíduos isoladamente. As perspectivas de Durkheim e Levy-Bruhl corroboram o dualismo indivíduo-sociedade, enquanto Moscovici (1978) traz o conceito de representações para afirmar a especificidade da Psicologia social, buscando desenvolver uma psicossociologia do conhecimento que levasse em consideração tanto os elementos individuais quanto os fatos sociais, destacando a influência dos contextos sociais nos comportamentos individuais e na construção das próprias realidades sociais.
Já quanto a análise das influências psicanalíticas, como a teoria das massas de Sigmund Freud e o inconsciente coletivo de Jung, destaco que para Freud, as massas se constituem através de um tipo de identificação específico, na qual os sujeitos tomam um mesmo objeto como ideal do eu e, em consequência, estabelece-se entre eles uma identificação recíproca (Sadala,2022). Segundo Freud, a massa é extraordinariamente influenciável e crédula; é acrítica, o improvável não existe para ela. Ela pensa por imagens que se evocam umas às outras associativamente, tal como elas se apresentam ao indivíduo durante os estados de livre fantasiar [freien Phantasierens], e que não são medidas por nenhuma instância racional no que diz respeito à conformidade com a realidade (Sadala,2022). Os sentimentos da massa são sempre muito simples e muito exagerados. A massa não conhece, portanto, nem a dúvida nem a incerteza (Freud, 1921, p. 114-115). Em Jung (2000) vê-se os conteúdos do inconsciente coletivo, também conhecido como universais e não enraizados em experiência pessoal. Pode-se entender inconsciente coletivo em Jung (2000), como “resultado das experiências comuns a todas as pessoas”, incluindo o material de nossa genealogia pré-humana e animal. Dentro dessa concepção, há um nível de imagens no inconsciente comum a todas as pessoas. Entretanto entendo, como Gorresio ( 2017) que “o inconsciente coletivo é muito mais que um legado histórico, a somatória da experiência da humanidade, ou seu legado filogenético”. O autor fala que para Jung, o inconsciente coletivo é uma "objetividade vasta aberta ao mundo inteiro", dando uma vida objetiva ao conceito, percebendo este como uma espécie de uma tessitura invisível onde todos os seres, e não só os homens têm seu “ser”. Gorresio ( 2017) continua sua análise afirmando que “o inconsciente coletivo é o fundamento de toda espécie de existência, alma de tudo o que vive, ele é Natureza como pensaram os românticos”. Desta forma a compreensão do inconsciente coletivo pode ser vista como um “continuum vivente” o qual “reúne o subjetivo com o objetivo, o indivíduo com o mundo, o fato exterior com a imagem interna, o corpo com a alma, matéria com o espírito, o múltiplo com o uno”(Gorresio, 2017).
Quanto ao reconhecimento das diferenças e aproximações da psicologia social psicológica, psicologia social sociológica e psicologia social critica, destaco, como dito anteriormente, em resposta ao desafio 8, que a Psicologia Social Psicológica centra sua análise nos sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas (Allport, 1954), privilegiando os processos intraindividuais. Já a Psicologia Social Sociológica tem como foco o estudo da experiência social do indivíduo, a partir de sua participação em diferentes grupos sociais (Stephan e Stephan,1985), estudando os fenômenos que emergem dos diferentes grupos e sociedades. A Psicologia Social Crítica (Álvaro & Garrido, 2006) ou Psicologia Social Histórico-Crítica (Mancebo & Jacó-Vilela, 2004), traz um campo vasto de perspectivas que guardam em comum o fato de adotarem uma postura crítica em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade, tendo como um de seus principais objetivos a promoção da mudança social como forma de garantir o bem-estar do ser humano (Hepburn, 2003). São perspectivas como focos diferentes mas que se complementam na compreensão do sujeito em sociedade.
Este módulo sobre as matrizes teóricas da Psicologia Social trouxe reflexões importantes. No que tange a identificação das representações coletivas de Durheim, mentalidades primitivas de Lévy e as representações de Moscovici pode-se dizer que Durkheim (1970), entende que os indivíduos associados são o “substrato” da sociedade, sendo as representações coletivas a trama desta vida social. A produção de representações coletivas se dá na interação entre os indivíduos associados, não sendo uma simples média das representações individuais mas, antes, qualitativamente distintas destas. Para Lévy-Bruhl, as mentalidades, ou seja, as formas de experiência e relacionamento com o mundo, não seriam únicas para toda humanidade, sendo algumas mentalidades, inclusive, impossíveis de se apreender,diante de tão profunda alteridade. Em Lévy-Bruhl as representações coletivas articulam-se e se diferenciam das representações construídas pelos indivíduos isoladamente. As perspectivas de Durkheim e Levy-Bruhl corroboram o dualismo indivíduo-sociedade, enquanto Moscovici (1978) traz o conceito de representações para afirmar a especificidade da Psicologia social, buscando desenvolver uma psicossociologia do conhecimento que levasse em consideração tanto os elementos individuais quanto os fatos sociais, destacando a influência dos contextos sociais nos comportamentos individuais e na construção das próprias realidades sociais.
Já quanto a análise das influências psicanalíticas, como a teoria das massas de Sigmund Freud e o inconsciente coletivo de Jung, destaco que para Freud, as massas se constituem através de um tipo de identificação específico, na qual os sujeitos tomam um mesmo objeto como ideal do eu e, em consequência, estabelece-se entre eles uma identificação recíproca (Sadala,2022). Segundo Freud, a massa é extraordinariamente influenciável e crédula; é acrítica, o improvável não existe para ela. Ela pensa por imagens que se evocam umas às outras associativamente, tal como elas se apresentam ao indivíduo durante os estados de livre fantasiar [freien Phantasierens], e que não são medidas por nenhuma instância racional no que diz respeito à conformidade com a realidade (Sadala,2022). Os sentimentos da massa são sempre muito simples e muito exagerados. A massa não conhece, portanto, nem a dúvida nem a incerteza (Freud, 1921, p. 114-115). Em Jung (2000) vê-se os conteúdos do inconsciente coletivo, também conhecido como universais e não enraizados em experiência pessoal. Pode-se entender inconsciente coletivo em Jung (2000), como “resultado das experiências comuns a todas as pessoas”, incluindo o material de nossa genealogia pré-humana e animal. Dentro dessa concepção, há um nível de imagens no inconsciente comum a todas as pessoas. Entretanto entendo, como Gorresio ( 2017) que “o inconsciente coletivo é muito mais que um legado histórico, a somatória da experiência da humanidade, ou seu legado filogenético”. O autor fala que para Jung, o inconsciente coletivo é uma "objetividade vasta aberta ao mundo inteiro", dando uma vida objetiva ao conceito, percebendo este como uma espécie de uma tessitura invisível onde todos os seres, e não só os homens têm seu “ser”. Gorresio ( 2017) continua sua análise afirmando que “o inconsciente coletivo é o fundamento de toda espécie de existência, alma de tudo o que vive, ele é Natureza como pensaram os românticos”. Desta forma a compreensão do inconsciente coletivo pode ser vista como um “continuum vivente” o qual “reúne o subjetivo com o objetivo, o indivíduo com o mundo, o fato exterior com a imagem interna, o corpo com a alma, matéria com o espírito, o múltiplo com o uno”(Gorresio, 2017).
Quanto ao reconhecimento das diferenças e aproximações da psicologia social psicológica, psicologia social sociológica e psicologia social critica, destaco, como dito anteriormente, em resposta ao desafio 8, que a Psicologia Social Psicológica centra sua análise nos sentimentos, pensamentos e comportamentos do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas (Allport, 1954), privilegiando os processos intraindividuais. Já a Psicologia Social Sociológica tem como foco o estudo da experiência social do indivíduo, a partir de sua participação em diferentes grupos sociais (Stephan e Stephan,1985), estudando os fenômenos que emergem dos diferentes grupos e sociedades. A Psicologia Social Crítica (Álvaro & Garrido, 2006) ou Psicologia Social Histórico-Crítica (Mancebo & Jacó-Vilela, 2004), traz um campo vasto de perspectivas que guardam em comum o fato de adotarem uma postura crítica em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade, tendo como um de seus principais objetivos a promoção da mudança social como forma de garantir o bem-estar do ser humano (Hepburn, 2003). São perspectivas como focos diferentes mas que se complementam na compreensão do sujeito em sociedade.