Negação e Superficialidade
Atualmente tornou-se evidente a superficialidade da sociedade. Poucos, ou até mesmo raros, são os que buscam o conhecimento em suas diversas formas, especialmente o conhecimento de si. Nesta perspectiva, observamos que o ser humano preferiu não olhar para si a fim de não encontrar coisas indesejáveis, difíceis de aceitar e assimilar. O fruto disso é a negação, pois negando a existência do indesejável, do erro, das fraquezas etc, o indivíduo encontrou um meio de evitar o confronto consigo mesmo e as consequências desagradáveis de reconhecer e assumir a responsabilidade pela própria vida.
Assim, tornaram-se espontaneamente superficiais em todas (ou quase todas) as áreas de sua vida, procurando meios de aliviar a tensão e o pavor causado pelo confronto com seus "demônios", e encontrando o alívio imediato, porém passageiro, em tipos de fugas, distrações e entretenimentos, até que já não seja mais suficiente. Então, busca outra alternativa e assim sucessivamente. Mas os males permanecem lá, no interior do ser, sem serem devidamente encarados. Aí entra a psicanálise, levando o indivíduo para o coração do problema, não para necessariamente curá-lo, mas para ajudá-lo a entender e conviver com seus problemas.