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Novos sintomas e a questão imaginária

A questão da imagem e do imaginário está re-situada na própria compreensão teórica e
clínica acerca dos novos sintomas. Com falta de garantia da eficácia reguladora da função paterna,
a noção de sintoma sofre uma torção ao ponto de não ser tomada unicamente como uma formação
de compromisso, noção clássica de sintoma em psicanálise, proposto por Freud. Segundo Tania
Coelho dos Santos, no tocante à estrutura neurótica, “os novos sintomas não têm, em princípio, a
estrutura do sintoma clássico, como um retorno do recalcado”. Esses sintomas se apresentam e são
compreendidos “como soluções que reparam os efeitos da castração, como se tratasse de um defeito
na constituição narcísica” (Zucchi & Coelho dos Santos, 2007, p. 63). Trata-se de soluções que não
se configuram como respostas – respostas sintomáticas – ao cabo do inconsciente e do conflito
neurótico clássico entre o desejo e o eu. Esse desvencilhamento com o saber inconsciente, que
inicialmente dificulta o sujeito atribuir uma suposição de saber ao analista, reabre obstáculos de
desconhecimento próprios à via imaginária, facilitando que essas soluções proporcionem a
impregnação dos sujeitos em identificações imaginárias – bulímicos, toxicômanos, anoréxicos,
consumistas compulsivos, eternos depressivos, viciados em sexo, etc.