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O Ego e Mecanismos de Defesa (um pequeno adendo versus neurociências)

Minhas respostas Modulo 6

Definir o Ego e suas funções de acordo com Freud:

O Ego é o objeto entre o ID, o Superego e a realidade, é constituído com influencias das suas identificações e vínculos afetivos.

Apresenta três funções:

  1. Percepção da Realidade e Mediação com o mundo externo.
  2. Regulação dos impulsos do ID.
  3. Integração dos ideais do Superego

Mecanismos de Defesa (Freud e Anna Freud):

Repressão: Retira do consciente e mobiliza os sentimentos e experiências insuportáveis e/ou desagradáveis instalando no inconsciente, onde ficam difíceis de acessar. Os elementos reprimidos seguem na psique fazendo influencia no comportamento através do desenvolvimento de sintomas.

Regressão: Retorna a uma fase anterior em busca de segurança, conforto e gratificação, mecanismo bastante primitivo e mesmo reduzindo a tensão deixa sem solução a fonte geradora da ansiedade.

Formação reativa: Exalta ou exagera nas expressões, opostas ou não, de sentimentos inaceitáveis.

Identificação: mecanismo NÃO defensivo onde se busca, qualidades, traços e particularidades de alguém a quem admira.

Sublimação: é a canalização de impulsos inaceitáveis (geralmente sexuais e agressivos) para outras atividades aceitáveis e/ou construtivas.

Idealização: um processo que diz respeito ao objeto, onde esse é livre de qualquer imperfeição em sua natureza e é exaltado pela pessoa. Funciona contra sentimentos de rejeição e desvalorização.

Fixação: Qdo o individuo fica preso nas fases anteriores do desenvolvimento psicossexual devido a dificuldade ou frustrações sofridas em tais períodos. Age como parada do desenvolvimento emocional saudável. Manias.

Intelectualização: isolamento dos pensamentos dos afetos e emoções. Narrativa de fatos traumáticos sem emoção.

Racionalização: justifica com logica e ética plausível o que é inaceitável, protegendo o ego de sentimentos de culpas e fracassos, assim obtendo alivio psíquico.

Projeção: atribuição ao outro sentimentos e comportamentos que são intoleráveis a si mesmo. Antes acontece a Negação, qdo o individuo se desloca para fora e transfere ao outro. Acusar o outro de sua atitude repreensível.

Introjeção: torna o outro como parte de si mesmo, incorporando características, valores, normas e atitudes do outro, geralmente pais ou lideres. Evita sentimentos de perda, abandono e ameaças, tornando o objeto perdido parte de si mesmo.

Negação: rejeição de um sentimento, atitude ou uma realidade dolorosa que sente insuportável deixando fora do consciente.

Isolamento: é a desassociação do pensamento que o faz recordar um momento de afeto ou emoção de aquilo que o faria reviver a dor.

Dissociação: ruptura de sentimentos contraditórios entre a consciência, memoria e identidade. Separar o amor do ódio que se tem do mesmo objeto, pois a tentativa de integração leva a ansiedade severa e insuportável.

Deslocamento: substituição de um impulso/pulsão hostis ou sexuais inicial para o outro. Ter raiva de alguém e descontar em outro com quem se sente mais seguro.

Como se dá a identificação para inserção do sujeito em um grupo a partir da sua constituição psíquica?

Segundo Freud, a inserção do sujeito em um grupo acontece por meio da identificação, um processo psíquico fundamental que se inicia desde a infância. A identificação é a forma mais primitiva de estabelecer um vínculo emocional com outra pessoa. Ela acontece quando o sujeito reconhece algo em alguém que considera importante ou desejável e, inconscientemente, passa a incorporar essa característica a si mesmo.

No contexto de um grupo, o sujeito tende a se identificar com o líder, que ocupa um lugar de destaque por representar qualidades valorizadas ou admiradas. Quando todos os membros do grupo fazem isso ,ou seja, colocam o líder no lugar do seu ideal de ego, ocorre uma identificação mútua entre os integrantes, pois todos compartilham esse mesmo vínculo com o líder.

Essa ligação emocional entre os membros do grupo não depende de uma "pulsão social" inata, mas sim de um laço libidinal (a energia emocional que envolve o amor, o afeto, a admiração). A libido, nesse caso, é dessexualizada e serve para manter os membros do grupo unidos emocionalmente.

A constituição psíquica do sujeito, acontece por processos de identificação, é essencial para a formação de laços sociais e para sua integração em grupos.

Um adendo versus neurociências:

     Esse processo de identificação com o grupo e, especialmente com o líder, pode causar inflexibilidade cognitiva porque o sujeito passa a organizar seus pensamentos, valores e comportamentos em torno de um ideal coletivo, abandonando, em parte, sua autonomia psíquica.

Como o líder é colocado no lugar do ideal do ego, o sujeito tende a silenciar suas críticas internas e a aceitar passivamente as normas e opiniões do grupo, o que reduz a capacidade de questionamento, reflexão individual e adaptação a ideias novas ou conflitantes. A força dos vínculos emocionais e o desejo de pertencimento dificultam a abertura para perspectivas diferentes, tornando o pensamento mais rígido e menos criativo.

Quando o sujeito resiste à identificação coletiva esta preservando seu próprio Ego contra a pressão da libido do grupo e isso é um esforço psíquico considerável. O que pode gerar um conflito desgastante entre o desejo de pertencer versus o desejo de singularidade.