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O Ego e os Mecanismos de Defesa

O Ego busca incansavelmente pela satisfação, e como a vivencia em sociedade requer que nosso limite de expressão vá até onde se dá o inicio do limite do outro, é imprescindível encontrarmos meios de adaptarmos nosso Ego aos espaços fornecidos pelo meio em que vivemos. Para isso, o Ego desenvolveu alguns recursos que possam ser aplicados mediante as mais variadas circunstancias a que seja exposto.

Este recursos são:

  • REPRESSÃO: reprimir, manter distante da realidade consciente. Neutralizar e dificultar acesso a informações delicadas com as quais não tem condições de lidar adequadamente no momento.
  • REGRESSÃO: regredir, voltar a um estado anterior, na busca por suprimentos que ainda careçam de atenção pertinentes aquela fase ou circunstancia específica.
  • FORMAÇÃO REATIVA: na tentativa de camuflar sua real opinião, sentimento, que não seria bem visto e aceito pelo meio, o sujeito tende a  falar o oposto daquilo que realmente tem como verdade para si.
  • IDENTIFICAÇÃO: é um mecanismo não defensivo, mas de admiração por algo específico pertinente a situação apresentada. Por exemplo: Zeca almoçou em um restaurante e ficou apaixonado pela refeição, nesse instante ele ficou inspirado a ter seu próprio restaurante. Note que ele não quis ser um cozinheiro tal qual o mesmo que fez a refeição inspiradora, ele quer ter seu próprio restaurante, a partir da experiência afetiva ao fazer aquela refeição, para poder ofertar mais daquela experiencia, associando a sua própria visão de mundo e anseios pessoais.
  • INTELECTUALIZAÇÃO: a necessidade de neutralizar circunstancias onde a afetividade e emotividade não podem ou não querem que sobrepujem um julgamento e posturas mais racionais e assertivas.
  • RACIONALIZAÇÃO: mecanismo de autoproteção e conforto psíquico, que é alicerçado na logica e ética diante de circunstancias que requereriam que estes limites fossem ultrapassados.
  • PROJEÇÃO: é a recusa de admitir sentimentos, pensamentos, intenções, por serem considerados inadequados, inaceitáveis, um erro, que se imputa ao outro para não assumir e para se livrar da culpa por tê-los.
  • INTROJEÇÃO: assim como na IDENTIFICAÇÃO, mas nesse caso, trata-se da absorção de caraterísticas de outros por admiração, introduzindo na sua persona tais recursos de socialização e condução de circunstancias, ao se adotar determinados traços de comportamento, posturas.
  • NEGAÇÃO: quando o individuo rejeita qualquer narrativa que o confronte com uma realidade inadmissível para si.
  • ISOLAMENTO: a desassociação do sentimento do pensamento ou recordação que lhe seja muito insuportável. Neutralizar os sentimentos de um trauma, tratando-o apenas de forma lógica e o mais racional possível.
  • DISSOCIAÇÃO: muito semelhante ao ISOLAMENTO, justamente por ele ser a base da DISSOCIAÇÃO. Mas nesse caso, a DISSOCIAÇÃO torna-se um pouco mais grave, quando em casos leves, o sujeito apenas se desconecta da realidade em busca do "esquecimento", justamente por ser uma realidade muito dolorosa, o que gera um desgaste emocional muito grande, podendo ter alcance no físico como em crises de ansiedade. Então nesses casos, a fuga, o escapismo realizado pela necessidade de DISSOCIAÇÃO, se dá em diversas circunstancias muito comuns ao nosso cotidiano, como se perder em um livro, maratonar séries, dar uma volta de carro sem destino, ouvir musicas sem necessariamente tê-las ouvido, enfim, qualquer recurso que lhes distraia e lhes desconecte emocionalmente da situação desgastante, dolorosa. Em casos extremos existem os casos de DUPLA PERSONALIDADE, onde a dissociação da realidade é tamanha, que gera alteração de comportamento imediata.
  • DESLOCAMENTO: é a famosa transferência, ter um impulso positivo ou negativo sobre alguém ou algum lugar e transferir, descontar, aplicar isso para outra pessoa ou lugar que em nada tem haver com o assunto.
  • SUBLIMAÇÃO: libido alta, fortes impulsos sexuais, excessos que são realocados em outras finalidades socialmente aceitas ante as circunstâncias. Fazer uma limonada do limão. Lidar com o problema direcionando melhor seus impulsos visando a contenção de danos colaterais.
  • IDEALIZAÇÃO: imputar valor extra onde não tem mérito ou espaço para tal inclusão, visando suprir uma necessidade pessoal de validação para suas aspirações, suas fantasias irreais. Exemplos: Histórias de pescador. Quem conta um conto aumenta um ponto. E casos de dependência emocional pelo alecrim dourado que nem é tudo isso, mas a necessidade o faz ser aquilo que não é.
  • FIXAÇÃO: apego permanente, compulsão, em casos mais extremos a obsessão. Que sabemos serem provenientes de uma falta.

 

Desta forma o Ego se mune de recursos suficientes para se ajustar a realidade que for socialmente mais aceitável e menos prejudicial a si.