O Ego e os mecanismos de defesa
O ego, na teoria freudiana, é a instância psíquica responsável por equilibrar as exigências do id, do superego e da realidade. É ele quem tenta conciliar os impulsos inconscientes com as normas sociais e morais, buscando evitar o sofrimento psíquico. Quando essa tarefa se torna difícil ou impossível, o ego recorre aos mecanismos de defesa — estratégias inconscientes que visam reduzir a ansiedade e preservar a integridade psíquica.
Entre os mecanismos de defesa mais conhecidos estão a repressão, que mantém fora da consciência conteúdos inaceitáveis; a projeção, quando o sujeito atribui ao outro sentimentos ou impulsos que não reconhece em si mesmo; e a racionalização, que transforma motivos inconscientes em explicações aparentemente lógicas. Esses mecanismos são naturais e fazem parte da vida psíquica de todos, mas podem gerar sofrimento quando se tornam rígidos ou predominantes.
Refletir sobre os mecanismos de defesa é, portanto, refletir sobre nossas próprias formas de lidar com a angústia. Na clínica psicanalítica, o reconhecimento e a elaboração dessas defesas possibilitam ao sujeito maior contato com seus desejos e com sua verdade inconsciente, promovendo um processo de autoconhecimento e transformação.