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O Ego e suas Funções

O “eu” é uma instância que se insere no conflito psíquico. Este conflito ocorre entre a excitação produzida pelo desejo e a propensão ao recalcamento, cuja plataforma é o sistema neuronal relacionado com as excitações endógenas. O “eu” é constituído nesse sistema neural e impede a passagem dessa energia quando há sofrimento ou satisfação. Tem uma função dupla que implica em se libertar dos propósitos em que é objeto, buscando a satisfação, e por meio da inibição tenta evadir-se da repetição de experiências dolorosas. Entre 1895 e 1923 o “eu” é pensado como lugar das pulsões; posteriormente, no estudo sobre narcisismo primário e secundário, o “eu”, além de mediador, passa a ser também objeto de amor e faz-se refúgio da libido.

Na relação com o sistema perceptivo o ego alterna os processos de pensamento e obtém êxito no adiamento das descargas motoras, buscando controlar a energia.

Na relação com a ação o ego tem o domínio de uma dinastia contundente, em que nada pode ser transformado em lei sem a sua aquiescência, mas pondera e leva em consideração todas as demandas do id e do superego. Ampara a consciência e as percepções externas; enreda o pré-consciente e contém parte do inconsciente, como função mediadora relacionada ao mundo externo pelo sistema percepção-consciência. Por outro lado, se forma do id e sobre ele tenta exercer uma função conciliadora. O que a percepção exerce para o ego, o id concerne à pulsão. No ego predomina a razão e no id as paixões.

O ego é como um cavaleiro que tem de manter controlada a força superior do cavalo. Com frequência um cavaleiro, se não deseja separar-se do cavalo, é obrigado a conduzi-lo onde este que ir, da mesma maneira o ego tem o hábito de transformar em ação a vontade do id, como se fosse sua própria. O ego é, primeiro e acima de tudo, um ego corporal; não é simplesmente uma entidade de superfície, mas é, ele próprio, a projeção de uma superfície

O ego é o representante do mundo externo e o superego se contrapõe a ele como representante do mundo interno, do id. Das três instâncias, o ego é a que permite a observação direta e é através dele que se acessa as outras duas.