O Eu na Psicanálise
Citação de Lucia Helena Rossi em julho 16, 2023, 5:38 pmFreud, em O ego e o id, de 1923 (FREUD, 1996a, p. 17), refere: “o [eu] é,
primeiro e acima de tudo, um [eu] corporal; não é simplesmente uma entidade
de superfície”. Ao nascer, o ser humano não diferencia os limites de seu corpo,
onde as sensações internas e externas encontram-se em completa desordem,
posteriormente seguindo o seu desenvolvimento. A superfície do corpo
começa a ser definida, iniciando assim a constituição do seu esquema e
imagem corporal e a estruturação do seu eu. Este desenvolvimento ocorre
numa ordem dialética, que envolve sempre ele e o outro. Há, também, um real
insuperável na experiência inicial que marcará o corpo e permanecerá ao
longo de toda a formação do aparelho psíquico, que Freud expressa através da
palavra Spaltung, que pode ser traduzida por cisão, divisão, clivagem, fenda.
O conflito que provoca esta cisão refere-se às exigências pulsionais que eram
amplamente satisfeitas antes do nascimento e abruptamente enfrentam uma
realidade que deverá ser confrontada, que possui limites. O eu necessita lidar
e cessar ambas estimulações, tanto internas quanto externas, e fracassa, fica
dividido, como uma falha que não se completa e permanecerá como um
núcleo inacessível de caráter traumático onde se destinarão a formação dos
sintomas e as fantasias (FREUD, 1996b)
Freud, em O ego e o id, de 1923 (FREUD, 1996a, p. 17), refere: “o [eu] é,
primeiro e acima de tudo, um [eu] corporal; não é simplesmente uma entidade
de superfície”. Ao nascer, o ser humano não diferencia os limites de seu corpo,
onde as sensações internas e externas encontram-se em completa desordem,
posteriormente seguindo o seu desenvolvimento. A superfície do corpo
começa a ser definida, iniciando assim a constituição do seu esquema e
imagem corporal e a estruturação do seu eu. Este desenvolvimento ocorre
numa ordem dialética, que envolve sempre ele e o outro. Há, também, um real
insuperável na experiência inicial que marcará o corpo e permanecerá ao
longo de toda a formação do aparelho psíquico, que Freud expressa através da
palavra Spaltung, que pode ser traduzida por cisão, divisão, clivagem, fenda.
O conflito que provoca esta cisão refere-se às exigências pulsionais que eram
amplamente satisfeitas antes do nascimento e abruptamente enfrentam uma
realidade que deverá ser confrontada, que possui limites. O eu necessita lidar
e cessar ambas estimulações, tanto internas quanto externas, e fracassa, fica
dividido, como uma falha que não se completa e permanecerá como um
núcleo inacessível de caráter traumático onde se destinarão a formação dos
sintomas e as fantasias (FREUD, 1996b)