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O EVANGELHO NA AMÉRICA LATINA

O EVANGELHO NA AMÉRICA LATINA

Entre os anos de 1860 e 1864, registrou-se um movimento na capital da República do México em favor do Evangelho, do qual resultou a formação de vários núcleos inteiramente de caráter nacional, formados por pessoas que repudiavam as doutrinas estranhas praticadas pela igreja de Roma, e que aceitavam somente as doutrinas bíblicas. Nesses núcleos havia também padres convertidos, entre os quais se contavam o padre Palácios e o ilustre presbítero Manoel Águas, Arcádio Morales, dirigente do presbiterianismo. Na fronteira mexicana com os Estados Unidos, dedicada à evangelização, visitando a cidade de Monterrey, trabalhou Melinda Rankin, a qual desde 1855 desenvolvera intensa atividade entre os mexicanos residentes na cidade de Brownsville. Igualmente, Tiago Kickey ali desenvolveu atividades evangelizantes, levando uma remessa de Bíblias até Monterrey. A Junta Congregacional Americana, em 1872, enviou à cidade de Guadalajara, México, dois missionários, Stephens e Watkins. Nessa cidade, em meio a manifestações de fanatismo e forte perseguição, organizou-se uma igreja com 17 membros. Em 1882, foram enviados a Guadalajara, pela mesma Junta Congregacional, o Rev. João Howland e esposa, modelos dignos da missão que desempenhavam, por sua fé e consagração à obra que representavam. A missão Congregacional de Chihuahua iniciou suas atividades sob a direção de Tiago Eaton um homem amável. Tiago era ativo distribuidor de literatura evangélica. A obra congregacional ampliou-se pelos estado do noroeste. No mês de novembro de 1872, Guilherme Butler foi enviado à cidade do México, como primeiro missionário da Junta Metodista Episcopal. O trabalho evangélico na cidade de Puebla foi iniciado pelo Dr. Drees, em 1875, em um antigo edifício da "Santa Inquisição". De grande alcance e de alta influência foi a obra de evangelização realizada em Puebla.

 

Na Califórnia, após haver regressado do Peru, onde estivera como missionário, o Dr. Vernon McCombs foi nomeado Superintendente da Missão Latino-americana. A Igreja Metodista do Sul iniciou a obra de evangelização na capital do México no início do ano de 1873, sendo essa obra inaugurada pelo bispo Keener. A Missão do Sul imprimiu grande impulso à obra educativa, tanto na capital como em S. Luiz de Potosi, Guadalajara e nos estados fronteiriços. No estado de Texas, no de 1880, o Rev. Alexandre Sutherland reuniu um núcleo de obreiros fiéis, aos quais instruiu e capacitou para a tarefa gloriosa de pregar o Evangelho. No México a obra metodista, a par de outras coisas, sofreu grandes alterações durante as revoluções e modificações das leis. Uma Junta Presbiteriana iniciou suas atividades em 1872, no México, por intermédio de quatro missionários e suas famílias que se estabeleceram na cidade do México. Nos estados do Golfo do México e em Michoacán, o trabalho presbiteriano firmou-se em bases sólidas. Pode-se dizer com justiça que o zelo evangelizador, a lealdade à Palavra de Deus, a pureza de vida e a obediência dos presbiterianos daquela época deixaram a todos os evangélicos uma herança digna. Sem ostentação, porém com lealdade e perseverança,esses humildes servos difundiam a luz, desde Matamoros (Porto), e desde a Cidade Vitória e Matehuala (mais tarde) até aos mais afastados rincões do solo mexicano.

 

Tiago Pascoe, inglês de nascimento, que viveu no Estado do México, de 1875 a 1878. Era um homem de profundas convicções evangélicas e vastíssima erudição. À sua própria custa, entre tenaz oposição, fez uma obra gloriosa entre os índios. Contudo, ele é mais conhecido como escritor. Seus luminosos escritos levaram luz a milhares de entendimentos, despertando as consciências. Tiago Pascoe era polemista de primeira grandeza; confundiu os jesuítas do Estado de Novo México que, no afã de humilharem a causa protestante, atacaram os humildes pregadores do Evangelho. Na Guatemala, os primeiros esforços da obra de evangelização foram realizados nos meados do século dezenove. No ano de 1890, organizou-se na cidade de Dallas, Texas, a Sociedade Missionária CentroAmérica, a fim de levar o evangelho às várias Repúblicas de América Central. Outro trabalho que merece referência é a chamada Campanha Evangélica na América Latina, orientada pelo consagrado missionário Henrique Strachan, que tinha como centro de atividades a cidade de San José da Costa Rica. No ano de 1845 chegou à cidade de Valparaíso, Chile, Daniel Trumbull, o qual se limitou a pregar o Evangelho a pessoas de fala inglesa. O missionaário Gilbert chegou a Santiago, capital do Chile, e tomou o encargo do trabalho. O missionário, nessa cidade, era alvo de insultos constantes e de perseguições; tanto ele como os novos convertidos. Os presbiterianos e os metodistas durante muitos anos mantiveram e sustentaram o trabalho. Organizações que também trabalharam no Chile são a "Aliança Cristã Missionária", o Exército de Salvação e outras.

Na Bolívia, país que permaneceu fechado à pregação do evangelho durante muitos anos, os colportores da Sociedade Bíblica Americana prepararam o caminho para os pregadores. O colportor José Mongiardino foi assassinado em 16 de julho de 1876. Os esforços de todos esses servos de Deus não foram em vão. Os dias da liberdade chegaram para esse país. Atualmente os batistas e os metodistas mantêm trabalhos florescentes nas principais cidades da Bolívia. No Peru, como aconteceu em outros lugares, os primeiros missionários e colportores tiveram de sofrer perseguições. A história do missionário Francisco Penzoti é bem conhecida. Penzoti converteu-se em Montevidéu, Uruguai, no ano de 1876, pelo contacto com o Dr. Thompson, e pela leitura do evangelho de João. Francisco Penzoti iniciou suas atividades em Montevidéu e na Colônia Valdense. A obra evangélica no Peru, apesar das alternativas e mudanças políticas e de governos, não sofreu interrupção. Atualmente conta com um número regular de centros de evangelização e educação. Nesses países a marcha do Evangelho tem sido lenta, porém segura. No Equador, a eleição de governos liberais possibilitou o avanço da causa evangélica. Os presbiterianos mantiveram bons trabalhos de evangelização e equipes educacionais em Bogotá, capital de Colômbia, e bem assim em Barranquilha e em alguns outros centros. Na Venezuela há uma nova vida na obra missionária, principalmente entre as tribos indígenas. Na Argentina, a primeira pregação do Evangelho realizou-se em casas particulares de famílias inglesas, em Buenos Aires, e a pregação era também em inglês. Isso aconteceu em 1823. À igreja Metodista Episcopal cabe a honra de haver sido a pioneira que iniciou a pregação em língua castelhana, no Rio da Prata." O primeiro culto em castelhano realizou-se a 25 de maio de 1867, em um templo que os metodistas possuíam na rua Cangallo.

 

Uma das primeiras pessoas convertidas foi a professora Fermina Leon Albeder. Thompson pregou também em Montevidéu, Uruguai. O trabalho dos batistas foi iniciado em Buenos Aires por Pablo Besson, no mês de julho de l881. Os cristãos chamados "Irmãos" iniciaram o trabalho de evangelização na Argentina com a chegada de Carlos Torres. Guilherme Morris, que pertencia à igreja Anglicana, contribuiu de modo decisivo para o impulso da educação. Na República do Uruguai também está deitando raízes a obra de evangelização. Em Porto Rico e São Domingos, o trabalho evangélico está representado por numerosos centros missionários. A República do Brasil tem sido ricamente abençoada por meio da obra missionária. "Bem aventurado aquele que evangelizar esse país", exclamou Henry Martin, quando o navio em que viajava para a Ásia fez escala e parou alguns dias na cidade de Salvador, Bahia. Várias tentativas de evangelização foram realizadas, pelos hugueno-tes, no ano de 1555, tiveram os primeiros mártires no Brasil em 1558, Os morávios foram até às Guianas, em 1735. Nos tempos modernos, o privilégio de evangelizar o Brasil coube a Roberto Kalley, médico escocês, que iniciou o trabalho no ano de 1855. G. Simonton, que chegou ao Rio de Janeiro em 1859, foi o primeiro missionário presbiteriano a iniciar a pregação em português. Algum tempo depois o pastor A.O. Blackford também estava integrado no trabalho presbiteriano no Brasil. Um acontecimento que deu grande impulso ao trabalho evangélico daqueles dias foi, sem dúvida, a conversão de um notável sacerdote católico, José Manuel da Conceição. Na cidade do Rio de Janeiro apareceu como notável pregador presbiteriano o Rev. Álvaro Reis, orador eloquentíssimo e distinto polemista, que em seus sermões e em seus escritos combatia os erros do romanismo. Eduardo Carlos Pereira, autor de várias Gramáticase destacado pedagogo, foi também eloqüente pregador das Boas-novas.

Os metodistas, depois de várias tentativas, conseguiram, finalmente, estabelecer a obra evangélica no Brasil, no ano de 1876. Nessa ocasião o governo já era mais favorável, e bem assim alguns elementos da alta sociedade. Inicialmente estabeleceram como base uma congregação e uma escola, no Rio de Janeiro. O missionário W.B. Bagby iniciou o trabalho batista no Brasil no ano de 1881. Este trabalho, assim como o das demais denominações, progrediu de forma notável. O desenvolvimento tem sido rápido e seguro. A igreja Episcopal tem trabalhos no estado do Rio Grande do Sul, e conta com bons ministros e edifícios apropriados para servirem à obra. Uma sociedade missionária inglesa iniciou trabalho entre os índios do rio Amazonas. Seus missionários têm sido verdadeiros heróis, e alguns deles cingiram a coroa do martírio.