O inconsciente
Achei muito interessante aprender, principalmente, sobre o contexto histórico em que se deu o desenvolvimento da psicanálise, no pós guerra e em resposta ao racionalismo filosófico. Confesso que o que eu mais sabia sobre Freud era um preconceito sobre a hiper sexualização que eu acreditava haver em suas teoria, talvez por um conhecimento falso sobre o Complexo de Édipo.
A descoberta do inconsciente, no entanto, foi um grande passo pra compreensão da psiquê humana, uma vez que, ao entender que não somos seres absolutamente racionais, desejos, memórias e sonhos nos habitam além da consciência e podem ser gatilhos pra muitos de nossos atos - a interação/conflito entre o id, esse lugar além da consciência, o ego, que tenta fazer a diplomacia entre o id e suas vontades primitivas e o superego que é o sensor moral e diz que essas vontades podem ser erradas e trazer consequências. Esse embate é permanente e a psicanálise pode auxiliar a iluminação de algumas questões que podem ter se originado na infância ou em algum trauma e que precisa chegar a consciência para ser assimilada. O conceito de sublimação é o mais fascinante pra mim, pois permite que o homem transcenda seu sofrimento ao transformá-lo em atos positivos ou em arte, fazer de um relacionamento traumático ou um assalto ou a morte de alguém querido, um poema, uma peça de teatro, uma campanha pra arrecadar fundos para uma uma ONG contra a violência. Enfim, as possibilidades de sublimação são muitas. Ela é o mais próximo de cura - uma vez que esta não há - que podemos ter. De qualquer forma, muito inspirador. Vou ler ainda mais a respeito. Ontem mesmo ao ver o filme da Frida e refletir sobre o surrealismo, me dei conta de como o inconsciente não é o inimigo, ele é o combustível que move nossas almas e precisa ser expressado.