Citação de Julia Yembo em setembro 2, 2024, 4:34 am

O artigo "O inconsciente como linguagem: de Freud a Lacan" discute como Freud e Lacan concebem o inconsciente em termos de linguagem. Freud, mesmo sem os recursos da linguística moderna, já percebia o inconsciente como estruturado em termos de linguagem, uma ideia que Lacan desenvolveu ainda mais usando as teorias linguísticas de Saussure e Jakobson. Lacan propõe que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, o que significa que as formações inconscientes (sonhos, chistes, lapsos) são articulações de significantes, funcionando de maneira análoga às figuras estilísticas da linguagem.

Ao refletir sobre esse conceito, podemos pensar em como a linguagem molda nossa percepção e expressão do mundo interno. Se o inconsciente é estruturado como uma linguagem, então ele não é apenas um depósito de desejos reprimidos ou instintos, mas uma rede complexa de significantes que se articulam de maneiras que podem escapar à lógica consciente. Essa visão nos convida a considerar como as palavras que usamos – e aquelas que deixamos de usar – não apenas refletem nossos pensamentos, mas também os moldam, criando uma dança constante entre o que dizemos, o que queremos dizer e o que, talvez, não possamos jamais dizer completamente. Essa perspectiva lacaniana pode enriquecer nossa compreensão sobre a natureza simbólica da experiência humana, sugerindo que, para realmente entender a mente, precisamos olhar para a estrutura da linguagem que a habita.