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O papel ativo da Memória na ressignificação e aprendizagem

A memória constitui-se como um dos pilares fundamentais dos processos cognitivos, na medida em que permite ao indivíduo recorrer às suas experiências passadas e aplicá-las em situações presentes. No entanto, o acesso à memória não ocorre de forma mecânica ou imediata, mas depende da qualidade do processo inicial de observação, atenção e elaboração consciente das informações. Autores como Sternberg (2008) destacam que a codificação é uma etapa essencial, pois é nesse momento que os estímulos recebidos são transformados em representações mentais capazes de serem armazenadas e posteriormente evocadas.

Nesse sentido, a memória não deve ser entendida apenas como um depósito de conteúdos, mas como um sistema ativo que seleciona, organiza e ressignifica experiências. A observação atenta e a elaboração consciente durante a aprendizagem tornam-se, portanto, condições indispensáveis para que as informações se fixem de modo significativo. Ausubel (2003), ao discutir a aprendizagem significativa, já apontava que a assimilação de novos conteúdos depende da sua relação lógica com conhecimentos prévios e do envolvimento intencional do sujeito.

Assim, pode-se afirmar que recordar é, em grande medida, reconstruir. O sujeito, ao acessar sua memória, mobiliza não apenas registros passados, mas também interpretações atuais, o que confere dinamicidade e flexibilidade ao processo cognitivo. A reflexão acadêmica sobre a memória, portanto, evidencia que sua efetividade depende da interação entre atenção, consciência e elaboração, sendo a base para o desenvolvimento crítico e para a construção de novos saberes.