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O que aprendi até aqui

Curso de psicanálise

Unidade 4 

  • Conceituar psicanálise com base nos trabalhos de Freud, Melanie Klein e Lacan.
  • Definir behaviorismo.
  • Descrever a natureza experimental do behaviorismo.
  • Condicionamento enquanto modelo de aprendizado comportamental.
  • Considera a relação entre estímulo e resposta.
  • Aprendizado de forma associativa.
  • Condicionamento clássico: aprendizagem por associação entre um estímulo considerado neutro e outro, controlado por um sujeito.
  • Condicionamento operante: considera que o comportamento é sustentado  reforço positivo ou negativo.

A psicanálise foca no mundo interior, enquanto o Behaviorismo foca no comportamento observável.

Freud: À época, a psicanálise era direcionada para compreender o comportamento patológico de pacientes históricos, a partir da observação clínica.

Essa ênfase possibilitou o desenvolvimento do estudo do inconsciente, ao demonstrar que os sintomas desses pacientes, bem como suas inibições e hesitações sensoriais e motoras, não tinham a ver com a biologia, mas sim com o psiquismo 

a subjetividade é perpassada pela geração de símbolos, que podem ser compreendidos a partir de um processo de interpretação dos fenômenos psíquicos por meio da escuta clínica.

a noção de sujeito de Freud está relacionada com a pulsão sexual e as formas de desenvolvimento infantil, que se dão a partir da busca por satisfação libidinal por meio das zonas erógenas. Esse processo ocorre por meio do corpo, que é tomado como referência para a obtenção do prazer. 

Melanie Klein o fez a partir da observação do atendimento de crianças na clínica.

demonstrar um mundo interno infantil, marcado por fantasias, ansiedades, figuras boas e más que expunham a criança à pulsão de vida e de morte, isto é, impulsos agressivos e libidinais. 

há que se considerar que cada criança nasce com um “dote pulsional”, um quantum de pulsão de vida e de morte, cujo equilíbrio se mantém quando o bebê está livre de tensões internas e/ou externas. Dessa forma, as experiências gratificadoras – como o carinho da mãe – reforçam a pulsão de vida e as experiências frustradoras – como a ausência da mãe – intensificam a pulsão de morte. No primeiro ano de vida, as vivências entre mãe e bebê são marcadas por uma modificação importante no que diz respeito às relações de objeto: a relação com o objeto parcial dá lugar à relação com o objeto total.

Nessa perspectiva, as fases do desenvolvimento seriam descritas nos primeiros meses de vida da criança como esquizoparanoide e depressiva. 

A fase esquizoparanoide diz respeito ao processo de relação com o seio materno entre gratificação e frustração, dado o aspecto inicial da amamentação e a relação amorosa e de cuidado inicial dispensada à criança. Essa posição emerge como preservação diante ao medo de desintegração do eu. 

Com o desenvolvimento do ego, afirma Couto (2017), há uma mudança para a fase depressiva, em que a criança passa a introjetar o objeto em sua totalidade, diminuindo as ansiedades e sintetizando as emoções geradas anteriormente, quando emerge a culpa aos ataques dirigidos a esse objeto. A ansiedade anteriormente dirigida ao ego passa a ser direcionada ao objeto, possibilitando o desenvolvimento emocional e a capacidade de comunicar-se com as pessoas. 

Desse modo, a diferença entre Freud e Klein é a possibilidade de se teorizar sobre o desenvolvimento libidinal desde o primeiro ano de vida, como propõe Klein. 

A psicanalista, ao desenvolver uma teoria sobre o desenvolvimento da criança, também formulou uma nova abordagem sobre o complexo de Édipo. Este surgiria no primeiro ano de vida da criança, a partir da posição depressiva, relacionado ao medo de perda do objeto amado em virtude de seus sentimentos agressivos em relação a ele. Com isso, foi possível que se constituísse um campo de atenção às crianças na clínica, na medida em que demonstra que a escuta ativa permitia que elas expressassem seus sentimentos e sofrimentos, trabalhando as ansiedades decorrentes do processo de desenvolvimento e constituição do ego.

Lacan, por sua vez, propõe outro caminho para pensar o sujeito e um retorno a Freud, acrescentando a linguística, a lógica e a antropologia estrutural para a sua construção teórica. Para o psicanalista, o inconsciente é estruturado como a linguagem. O sujeito não é o indivíduo, pois seria dividido entre sujeito do enunciado e sujeito da enunciação. Ou seja, há o sujeito que fala e o sujeito do inconsciente, e ambos aparecem em todo o processo de comunicação (COUTO, 2017).

Sujeito enquanto linguagem.

É a partir dos cuidados iniciais da vida infantil que esse processo se realiza, inscrevendo marcas que constituirão esse sujeito. Tal processo ocorre a partir de duas operações, a alienação e a separação, que possibilitam adentrar no campo do simbólico a partir do assujeitamento ao outro, que se aliena e se constitui dividido, ou seja, enquanto sujeito.  

A partir disso, a criança entra no mundo da linguagem enquanto sujeito, e pode separar-se para constituir-se sujeito desejante. 

o nome-do-pai, que tem a função de interdição da fusão entre a mãe e a criança, indicando para a criança qual o seu lugar no desejo do outro. É a resposta a essa questão que estrutura o psiquismo.

e a transferência emerge como uma questão no tratamento dos pacientes que insistiam em não ser encaixados nos modelos de tratamento ditados pela medicina da época. Ela opera, então, como impulsionadora ou não do processo terapêutico, e ocorre não apenas no espaço do consultório, mas também nas instituições de atenção à saúde.

Behaviorismo

O behaviorismo, por se tratar de um campo múltiplo, formado por diversas perspectivas, recebeu diferentes avaliações, como reducionista, mecanicista, positivista, entre outros. 

Essa corrente objetivava construir a psicologia como uma ciência do comportamento, a qual teria como objeto atos que fossem observáveis, descritos mediante observação a partir da apresentação do estímulo e da resposta. Nesse sentido, seria uma objetiva mensurável e experimental.

o objeto ser o comportamento e sua relação com o ambiente. 

Nessa medida, o “sujeito” do comportamento não é um sujeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável por seus atos; é apenas um organismo.

desenvolvimento do behaviorismo é fortemente influenciado pelo objetivismo, o mecanicismo e o materialismo, de tal forma que produz uma psicologia sem mente ou alma, que teria como objeto apenas o que poderia ser observado. A concepção de humano é associado à máquina, àquilo que pode ser decomposto e analisado à luz do método científico.

entende que o indivíduo aprende a partir dos diversos estímulos ambientais, que produzem respostas. Para o pesquisador, o ser humano seria totalmente condicionado, e os processos mentais deveriam ser explicados por termos puramente fisiológicos. 

Thorndike, por sua vez, criou uma abordagem experimental, chamada de conexionismo, que tinha o pressuposto de que a mente humana seria marcada por conexões entre situações e respostas, uma vez que a mente é um sistema de conexões. 

 Por isso, o meio tinha importância para o desenvolvimento dos indivíduos, visto que alguns estímulos produziriam determinadas respostas, que levariam à adaptação dos indivíduos ao contexto (SCHULTZ; SCHULTZ, 2002). Assim, o fenômeno deveria ser estudado no contexto que emerge, para que pudesse ser analisado teoricamente

Já para Skinner, o behaviorismo metodológico seria um compromisso da psicologia enquanto ciência com os atos públicos, com aquilo que é observável pelo investigador a partir da análise metódica. Estaria, então, vinculado a uma perspectiva que excluiria os estados mentais, embora a referência à mente fosse frequente em suas produções

Skinner, conhecido por desenvolver um behaviorismo radical, que se afasta de Watson e outros behavioristas, criou a sua teoria a partir da definição de seu objeto de estudo — a interação entre os seres vivos e o ambiente —, baseada em experimentos. 

O pesquisador discute o comportamento operante dos atos do indivíduo que não são automáticos e têm efeito sobre o ambiente. Esse processo propicia o aprendizado de comportamentos, uma vez que se age sobre o mundo a partir dos efeitos das ações individuais. Desse modo, o comportamento é tanto efeito do estímulo quando produz efeitos sobre esse ambiente produtor do estímulo.

 Skinner tem uma concepção de organismo sem sujeito, pois, embora não considere que os comportamentos seriam inatos ou motivações internas, também rejeita a referência a estados mentais que determinariam o comportamento. O ser humano, então, seria produto do meio em que vive, isto é, seu comportamento é resultado das condições externas e tem efeito sobre ele.

Por isso, seria preciso olhar para a realidade social, pois é em sociedade que se aprende os comportamentos, de tal forma que seu projeto é um “[...] reconhecimento e crítica da noção de experiência imediata a partir de um ponto de vista social [...]” (FIGUEIREDO, 2008, p. 79). Portanto, essa abordagem compreendia a possibilidade de modulação e controle do comportamento humano a partir do reforço.

A expressão “análise do comportamento” designa, então, um conjunto de práticas de uma comunidade (os analistas do comportamento) e seus produtos. 

Além disso, a análise pode ser baseada conforme a finalidade, se há descrição de processos comportamentais, e descrever e intervir em comportamentos, constituindo-se em pesquisa básica, aplicada e reflexiva.