Pontos de conato Literatura, Pscinálise e Filosofia
Há diferenças entre o discurso psicanalítico e o discurso literário, e a filosofia, mas também há pontos
de contato. A partir da proximidade entre ambos, a crítica literária utiliza-se de pressupostos
psicanalíticos para interpretar uma determinada obra e teóricos da psicanálise, por sua vez,
desde seu início, têm interesse pela linguagem enigmática dos textos produzidos por escritores
criativos por eles manifestarem conteúdos inconscientes, bem como a filosofia levando em consideração tempo, cultura, ambientalização e sujeito.
“Freud teve a coragem de introduzir no saber científico a figura do Dichter, do poeta, severamente apartado pela academia de sua
época” de modo que os textos elaborados por escritores criativos propiciam um acesso
inigualável à realidade psíquica, reconhecendo-se aqui a importante relação da psicanálise à
literatura.
A ocupação da psiquiatria clássica era a de descrever enfermidades e, no olhar e prática
freudiana, se vai além do limite da ciência da época, uma vez que o interesse estava voltado
para a compreensão do psiquismo como uma totalidade, não se recusando, pelo contrário,
insistindo na pesquisa sobre os processos inconscientes.
Por caminhos diferentes e procedimentos próprios, psicanálise, folosofia e literatura acabam por
tocar na complexidade da interioridade humana. A busca por um diálogo entre esses
diferentes campos, revela-se produtiva para a elucidação de enigmas, na tentativa de
compreensão da noção de desejo.