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Principais matrizes teóricas da psicologia social

As matrizes teóricas da psicologia social são como os alicerces de uma grande construção. Elas definem como os estudiosos da área pensam e investigam a interação entre o indivíduo e a sociedade. Entender essas matrizes é fundamental para compreender a diversidade de abordagens e o que cada uma delas prioriza.

A Psicologia Social Psicológica e a Sociológica

A psicologia social, como campo de estudo, se bifurca em duas grandes vertentes: a psicologia social psicológica e a psicologia social sociológica. Embora ambas se debrucem sobre a interação entre o indivíduo e a sociedade, elas o fazem a partir de perspectivas distintas.

  • A psicologia social psicológica foca na análise do indivíduo. Ela investiga como a sociedade e os grupos influenciam o pensamento, as emoções e o comportamento de cada pessoa. Essa vertente está mais alinhada com a psicologia tradicional, usando métodos experimentais para testar hipóteses. Um dos conceitos-chave é o de atitudes, ou seja, como as predisposições de uma pessoa em relação a algo ou alguém se formam e mudam ao longo do tempo.
  • Já a psicologia social sociológica coloca a sociedade como ponto de partida. Ela explora como as estruturas sociais, as normas e as culturas moldam a interação entre os indivíduos. Em vez de focar no comportamento individual, essa vertente busca entender os fenômenos sociais mais amplos, como a formação de identidades em grupo e a dinâmica de poder.

Principais Matrizes Teóricas

Dentro dessas duas grandes vertentes, diversas teorias se desenvolveram. As principais são:

Comportamentalismo (Behaviorismo)

Essa matriz, influenciada por psicólogos como B.F. Skinner, dominou a psicologia social na primeira metade do século XX. O foco é o comportamento observável. A ideia principal é que o comportamento humano é aprendido e moldado por estímulos e reforços do ambiente. A psicologia social comportamentalista estuda, por exemplo, como a aprovação social (reforço) pode moldar a atitude de uma pessoa em relação a um grupo. A mente, para os behavioristas, é uma "caixa preta" que não pode ser diretamente observada, portanto, não é o foco principal de estudo.

Gestaltismo e Teoria de Campo

Essa matriz, que floresceu a partir dos estudos de Kurt Lewin, se contrapõe ao behaviorismo. A palavra "gestalt" significa "forma" ou "totalidade". Para os psicólogos da Gestalt, a realidade é percebida como um todo, e não como a soma de partes isoladas. A Teoria de Campo de Lewin introduziu a ideia de que o comportamento de uma pessoa é uma função do campo psicológico total, que é a interação entre a pessoa e o seu ambiente. A psicologia social da Gestalt estuda como a pessoa interpreta e dá sentido ao ambiente, focando em conceitos como a percepção social e a formação de impressões sobre os outros.

Interacionismo Simbólico

Com raízes na sociologia, o interacionismo simbólico, com expoentes como George H. Mead e Herbert Blumer, é a principal matriz da psicologia social sociológica. A ideia central é que a realidade é construída através da interação e do uso de símbolos. Os seres humanos agem em relação às coisas com base nos significados que elas têm para eles. Esses significados, por sua vez, são derivados da interação social. O interacionismo simbólico estuda, por exemplo, como a nossa identidade e o nosso "self" se formam a partir da forma como os outros nos veem e como internalizamos esses significados.

Teoria Cognitiva

Essa matriz teórica, que se tornou muito influente a partir da década de 1960, se inspira na metáfora do cérebro como um computador. A cognição, ou seja, os processos mentais como o pensamento, a memória e a percepção, é o foco central. A psicologia social cognitiva estuda como as pessoas processam a informação social, buscando entender como formam seus julgamentos, suas atitudes e seus estereótipos. A dissonância cognitiva, por exemplo, é um conceito dessa matriz que explica como as pessoas buscam consistência entre seus pensamentos e ações.

Conclusão

Essas matrizes teóricas não são mutuamente exclusivas e, muitas vezes, as pesquisas atuais se beneficiam da combinação de diferentes abordagens. O behaviorismo nos ensinou sobre o papel dos reforços, o gestaltismo sobre a importância da percepção, o interacionismo simbólico sobre a construção de significados e a teoria cognitiva sobre o processamento de informação. Juntas, essas matrizes formam um rico e complexo panorama de como a psicologia social nos ajuda a entender a complexa e fascinante relação entre o indivíduo e o mundo social.

As matrizes teóricas da psicologia social tem por finalidade entender a complexidade da vida do indivíduo em sociedade, tendo uma gama de temas a serem abordados.

Não podemos nos apegar há um entendimento único, pois existem uma variedade muito grande para desenvolverem seus estudos.