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Principais Matrizes Teóricas da Psicologia Social.

As principais matrizes teóricas da Psicologia Social representam diferentes modos de compreender o comportamento humano em relação ao meio social, às interações e às construções simbólicas que emergem dessas relações. Cada matriz teórica oferece um olhar particular sobre o sujeito, a sociedade e os processos psicológicos, contribuindo para a pluralidade dessa área. A matriz behaviorista é uma das primeiras a influenciar a Psicologia Social, baseando-se nos princípios do condicionamento e do comportamento observável. Nessa perspectiva, o foco está nas respostas que o indivíduo emite diante de estímulos ambientais, sendo o comportamento moldado pelo reforço e pela aprendizagem social. Autores como B. F. Skinner e Albert Bandura destacam a importância da observação, da imitação e das consequências do comportamento nas relações sociais. A matriz cognitivista, por sua vez, enfatiza os processos mentais que organizam e interpretam a realidade social. A cognição é entendida como mediadora entre o estímulo e a resposta, e conceitos como percepção social, atitudes, crenças e atribuição de causalidade são centrais para compreender como as pessoas pensam e constroem representações sobre os outros e sobre si mesmas. Essa abordagem permite compreender os processos de julgamento, tomada de decisão e influência social. A matriz psicossociológica ou sociológica desloca o foco do indivíduo isolado para as dinâmicas grupais e institucionais. Inspirada em autores como Émile Durkheim e Karl Marx, entende o comportamento como produto de forças sociais, históricas e culturais. A Psicologia Social, nessa perspectiva, investiga como as normas, os papéis sociais e as estruturas de poder moldam as condutas, as identidades e os modos de vida coletivos. Já a matriz fenomenológica e existencial-humanista propõe compreender o sujeito em sua experiência vivida e em seu contexto intersubjetivo. A ênfase está na consciência, na liberdade e na intencionalidade do ser humano. O outro é visto como presença constitutiva do eu, e o sentido das ações é construído nas relações. Essa visão amplia a compreensão da subjetividade e da dimensão ética e afetiva dos vínculos sociais. Por fim, a matriz histórico-cultural, inspirada nas ideias de Lev Vygotsky, entende o ser humano como resultado das interações sociais mediadas pela linguagem, pela cultura e pela história. A constituição psicológica é vista como um processo dialético entre o individual e o coletivo, no qual o sujeito se forma na relação com o outro e com os instrumentos culturais. Essa matriz tem grande impacto nas práticas educativas e na análise crítica das desigualdades sociais. Assim, a Psicologia Social é um campo plural, sustentado por múltiplas matrizes teóricas que se complementam e se contrapõem. Essa diversidade teórica enriquece a compreensão do comportamento humano, revelando que o sujeito não pode ser entendido fora do contexto histórico, social e simbólico em que está inserido.