Princípios da imagem Pessoal e constituição do eu
Citação de Marcojulio em setembro 4, 2024, 3:00 amAntes de a separação mãe-filho ocorrer, a criança existe como um outro, abrindo caminho primeiro do lado da mãe, em seguida desta e do filho, ao possível jogo de identificações e reconhecimentos. Entre a necessidade (sede, fome) e a demanda (tentativa de restabelecer a fusão original, de eliminar a incompletude), ou entre o instinto e a pulsão, vão-se estabelecendo os traços primários do eu e do futuro sujeito desejante.
O começo de vida é, portanto, alienante: alienado no desejo dos pais, principalmente da mãe, presa da unidade-dual (mãe-filho), presa de suas próprias limitações (inacabamento fisiológico), e inserido em uma cadeia significante que pré-existe a seu nascimento.
A imagem do corpo – principalmente do rosto – envelhecido remete à castração, à proximidade do fim, para a morte iminente. A imagem do corpo envelhecido não é aquela que se gostaria de ver. Aquilo que se vê nesta imagem é a presença da falta, da castração. E neste tempo não é mais possível uma troca, não se tem mais o recurso de se tornar algo diferente, não existe o porvir. Contudo, neste real há sempre uma possibilidade imaginária, que permite ver-se como se gostaria, que permite aí identificar-se e amar-se. "O mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam" (Guimarães Rosa).
Antes de a separação mãe-filho ocorrer, a criança existe como um outro, abrindo caminho primeiro do lado da mãe, em seguida desta e do filho, ao possível jogo de identificações e reconhecimentos. Entre a necessidade (sede, fome) e a demanda (tentativa de restabelecer a fusão original, de eliminar a incompletude), ou entre o instinto e a pulsão, vão-se estabelecendo os traços primários do eu e do futuro sujeito desejante.
O começo de vida é, portanto, alienante: alienado no desejo dos pais, principalmente da mãe, presa da unidade-dual (mãe-filho), presa de suas próprias limitações (inacabamento fisiológico), e inserido em uma cadeia significante que pré-existe a seu nascimento.
A imagem do corpo – principalmente do rosto – envelhecido remete à castração, à proximidade do fim, para a morte iminente. A imagem do corpo envelhecido não é aquela que se gostaria de ver. Aquilo que se vê nesta imagem é a presença da falta, da castração. E neste tempo não é mais possível uma troca, não se tem mais o recurso de se tornar algo diferente, não existe o porvir. Contudo, neste real há sempre uma possibilidade imaginária, que permite ver-se como se gostaria, que permite aí identificar-se e amar-se. "O mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam" (Guimarães Rosa).