Reflexão sobre o sujeito da imagem
Citação de Stefan Dyo Nishimura em setembro 1, 2024, 1:05 pmNesta unidade, abordou-se a constituição psíquica do sujeito a partir da imagem e da identificação com o outro, ideias de Lacan. Essa foi uma discussão interessantíssima: além de explicitar a sabida importância das figuras de referência iniciais – mãe e pai nos cuidados da criança –, foi possível compreendê-la com um olhar ainda mais crítico: o “empréstimo” que tomamos dessas figuras que possibilita nos reconhecermos como alguém, como um corpo vivo, ainda que inicialmente um pseudo-sujeito pintado numa imagem no estádio do espelho. Portanto, a partir dessa visão, compreendemos a essencialidade do que é o traço humano: a dependência do Outro para nossa formação, base que nos faz essencialmente (e para sempre) sociais.
Uma outra discussão muito profícua foi a apresentada no material complementar. A partir do episódio White Bear, do seriado Black Mirror, os autores do artigo propõem uma reflexão muito pertinente sobre a permanência ou impermanência desse fenômeno que funda a psique humana. Será que nós, sujeitos constituídos como espelho dos outros, poderemos um dia escapar das determinações alheias dessas imagens? Se somos reflexos dos outros, estamos condenados a repeti-los, causando-nos culpa e punição se caso nos desviar desses padrões ou molduras? Esse debate é fundamental pois nos leva à consideração do papel do livre arbítrio (da formação do Sujeito – Je) e do mecanismo social ao qual estaremos sempre submetidos por causa dessas identificações iniciadas primeiro com o desejo da mãe, depois com a imposição da lei paterna, resultando na simbolização do nome do pai – dispositivo que orientará nossa vida permanentemente a fim de que possamos viver em sociedade.
A conclusão é que, se de um lado somos seres formados pelo desejo e de desejos, por outro, não podemos realizá-los por completo porque vivemos num coletivo de sujeitos, de outros desejos e de leis limites por onde se organizam os espaços para o singular, o plural e o comum. Felizes seremos quando conseguirmos realizar, apesar de talhados, porções suficientes deles. Somos seres retalhados, mas será que poderia ser diferente? O ser humano conseguiria identificar a satisfação sem contornos? O quanto seria o bastante no infinito?
Nesta unidade, abordou-se a constituição psíquica do sujeito a partir da imagem e da identificação com o outro, ideias de Lacan. Essa foi uma discussão interessantíssima: além de explicitar a sabida importância das figuras de referência iniciais – mãe e pai nos cuidados da criança –, foi possível compreendê-la com um olhar ainda mais crítico: o “empréstimo” que tomamos dessas figuras que possibilita nos reconhecermos como alguém, como um corpo vivo, ainda que inicialmente um pseudo-sujeito pintado numa imagem no estádio do espelho. Portanto, a partir dessa visão, compreendemos a essencialidade do que é o traço humano: a dependência do Outro para nossa formação, base que nos faz essencialmente (e para sempre) sociais.
Uma outra discussão muito profícua foi a apresentada no material complementar. A partir do episódio White Bear, do seriado Black Mirror, os autores do artigo propõem uma reflexão muito pertinente sobre a permanência ou impermanência desse fenômeno que funda a psique humana. Será que nós, sujeitos constituídos como espelho dos outros, poderemos um dia escapar das determinações alheias dessas imagens? Se somos reflexos dos outros, estamos condenados a repeti-los, causando-nos culpa e punição se caso nos desviar desses padrões ou molduras? Esse debate é fundamental pois nos leva à consideração do papel do livre arbítrio (da formação do Sujeito – Je) e do mecanismo social ao qual estaremos sempre submetidos por causa dessas identificações iniciadas primeiro com o desejo da mãe, depois com a imposição da lei paterna, resultando na simbolização do nome do pai – dispositivo que orientará nossa vida permanentemente a fim de que possamos viver em sociedade.
A conclusão é que, se de um lado somos seres formados pelo desejo e de desejos, por outro, não podemos realizá-los por completo porque vivemos num coletivo de sujeitos, de outros desejos e de leis limites por onde se organizam os espaços para o singular, o plural e o comum. Felizes seremos quando conseguirmos realizar, apesar de talhados, porções suficientes deles. Somos seres retalhados, mas será que poderia ser diferente? O ser humano conseguiria identificar a satisfação sem contornos? O quanto seria o bastante no infinito?