Representações coletivas de Durkheim
Segundo Durkheim as representações coletivas são os valores, crenças, normas e ideias compartilhadas por uma sociedade ou um grupo social. Elas são produtos da consciência coletiva e refletem a maneira como a sociedade entende e organiza o mundo. As representações derivam da relação e dos laços sociais que os indivíduos estabelecem entre si. Superam as instâncias individuais adquirindo realidade e autonomia próprias.
Socialmente, essas representações coletivas sintetizam o que os homens pensam sobre si mesmos e sobre a realidade que os cerca. São livres das representações individuais, pois pontuam novas ações refletindo a existência da sociedade.
Durkheim acreditava em uma regulação diferente entre as leis que explicavam os fenômenos sociais e os fenômenos individuais. Assim, as representações coletivas, por derivarem dos acontecimentos sociais, se constituem em fato social e, assim, resulta de uma consciência coletiva e não de uma consciência individual. Segundo ele o pensamento social é um conjunto de pensamentos, que regem os indivíduos coletivamente; assim sendo, o pensamento social atua sobre o pensamento individual, muitas vezes o influenciando. Entretanto, o pensamento social não se abrevia à soma dos pensamentos individuais, mas se estrutura a partir do encontro e sincronia entre eles.
Assim, as representações atingem o terreno das práticas sociais. Os estudos de Durkheim sobre representações coletivas inspiraram Moscovici (1978) a buscar na sociologia consonância para a perspectiva individualista da psicologia social
Em Durkheim (1895), o conceito de representações coletivas fez da sociedade um corpo relativo e histórico.