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Resumo do Módulo II

No módulo II podemos estudar os conceitos e princípios da imagem pessoal em três autores: Freud, Lacan e Dolto. Procurei colocar algumas anotações que me ajudam a entender o que estamos estudando nesse modulo.

De acordo com Freud a constituição do eu é aquela parte do Id que foi modificada pela influência direta do mundo externo e que visa aplicar a influência da realidade externa sobre o Id. Afirmar a origem do eu no Id acentua a dimensão de alteridade presente nessa instância responsável pelos comportamentos razoáveis. Para Freud " a criança é progressivamente submetida às exigências do mundo que a cerca, exigências que se traduzem simbolicamente através da linguagem”. Nesse momento, a mãe fala com o bebê, mas também com outras pessoas, e o filho percebe que sua mãe tem outros desejos, ou seja, que ele não é tudo para ela. A partir disso, o objetivo será o de fazer-se amar pelo outro, agradá-lo para reconquistar seu amor, mas isso só será possível por meio da satisfação de certas exigências, as do ideal do eu. Assim, para Freud, para ocorrer o desenvolvimento do eu, é necessário distanciar-se do narcisismo primário. Se no narcisismo primário o outro era o si mesmo, a partir daí só é possível experimentar-se por meio do outro. E será através do complexo de castração que se opera o reconhecimento de uma incompletude que desperta o desejo de recuperar a perfeição narcísica. O inacabado ser humano quando vem ao mundo se confunde com este. Ainda não tem definido o que é o seu corpo, o que ele é, o que é o outro, o que é o mundo que o cerca. A mãe (ou a pessoa que cuida dele), os objetos, faz parte dele mesmo. Ainda não tem noção de seu próprio corpo – por ex: a mão ou o pé são descobertos como exteriores a ele, por isso é comum morder seu pé e chorar de dor. Ao sugar o seio, mais do que olhar para este, o bebê olha para o rosto de quem o está amamentando.  Quando olha para o rosto da mãe, "o que o bebê vê é ele mesmo. Progressivamente, o bebê percebe que, quando olha, o que vê é o rosto da mãe. A mãe devolve a ele seu próprio eu, e ele vai-se tornando "menos dependente de obter de volta o eu dos rostos da mãe e do pai. A relação da mãe com seu próprio corpo, e sobretudo com seu corpo durante a gravidez, será fundamental para a constituição do eu e da subjetividade. O vínculo entre mãe e filho se estabelece desde o instante da concepção, e a futura mãe atribui a seu filho um corpo imaginado, diferente do que é o feto no plano fisio-lógico da realidade.

Já em Lacan apreendi que a problemática do eu e do corpo está presente em sua obra desde os primeiros momentos de sua trajetória pela Psicanálise. Por meio da elaboração do registro do Imaginário e do esquema conceitual proposto pelo estádio do espelho, ele afirma a importância da imagem do corpo próprio na formação do eu. Por meio dos estudos da paranóia, Lacan aprofunda os processos essenciais da formação do eu, e a partir dessas pesquisas chega à teoria do “Estádio do Espelho”. O eu está ligado à imagem do próprio corpo. Por volta dos seis meses de idade, o bebê se rejubila diante da percepção de sua própria imagem global, do seu corpo no espelho. Lacan aponta que o bebê tem uma representação fantasmática do corpo, (vivenciado como corpo despedaçado) na qual este aparece fragmentado, mas que a imagem no espelho antecipa a coordenação e integridade que não possui naquela etapa da vida. Essa operação psíquica no qual o eu é construído a partir da imagem do outro é denominada estágio do espelho.

De acordo com François Dolto os adultos conseguem falar de forma livre sobre seus fantasmas e seus sonhos, porém as crianças não conseguem, pois o medo as impede. Então, de acordo com Dolto (2004, p.9), a imagem do corpo para a criança é como se fosse uma mediação na qual ela consegue representar o que está sentindo sem medo e sem culpa, e para o analista é um meio de reconhecer esses fantasmas que a criança ou o sujeito tem. Esse fantasma que a criança representa precisa ser decodificado, porém sozinho o analista não conseguirá decodificá-lo. São as associações que a criança faz que trazem a chave para decodificá-lo.  Françoise Dolto, psicanalista francesa que se dedicou à clínica com crianças, entende que existe algo além da imagem especular, advinda da identificação com o outro do espelho, como formulado por Lacan, e elabora o conceito de imagem inconsciente do corpo. A autora decompõe a palavra image (em português, "imagem"), em: "I",do termo "identidade"; o "ma", primeira sílaba da palavra "mamãe"; e o "ge", que associa a terra, a base e ao corpo que remete ao Eu, "je" em francês (Dolto, 1991, p. 11). Isso ressalta a ideia de um Eu que se constitui através da relação afetiva com o outro, que dá sentido às vivências do bebê através da palavra. Assim, a I-ma-ge é o substrato relacional ao outro.A  imagem do corpo, para Dolto, é uma memória inconsciente de todo o vivido relacional com o outro e, ao mesmo tempo, é atual, é dinâmica. Ela camufla o já vivido, mas também é atualizável na relação do presente através de expressões "linguageiras", como o desenho, a modelagem, gestos e mímicas, entre outros (Dolto, 1992, p. 15). A autora comumente deu ênfase ao desenho e à modelagem da criança em sessão analítica, por compreender que são uma forma de "contar" seus fantasmas ao analista que a escuta. Enquanto o adulto em sessão associa livremente sobre seus sonhos e seus fantasmas, a criança os demonstra através da imagem do corpo. Ao interpretar e falar de seu desenho, ela mediatiza pulsões parciais de seu desejo, que são parciais justamente por não ter entrado ainda na ordem simbólica, através da castração edipiana.

 

Conceito e Princípios de imagem pessoal

-Freud

-Lacan

-Dolto

 

A psicanálise surgiu em 1900 com a primeira obra de Freud "A interpretação dos Sonhos".

As representações sociais abrangem 3 questões fundamentais:

-comunicação

-construção de uma realidade

-domínio do mundo

 

Para Lacan, o corpo é visto em três dimensões: O corpo como imagem (imaginário), o corpo assinalado pelo significante (simbólico) e o corpo como sinônimo de gozo (real) dentro dos 3 registros fundamentais na constituição do sujeito.

Nas abordagens de Freud e Lacan, existe a análise da conexão do corpo com o eu e a sua influência no narcisismo e nas identificações primárias.

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