Resumo do Módulo II
Citação de Irici Felipe Borges Franco em outubro 9, 2022, 8:57 pmNo módulo II podemos estudar os conceitos e princípios da imagem pessoal em três autores: Freud, Lacan e Dolto. Procurei colocar algumas anotações que me ajudam a entender o que estamos estudando nesse modulo.
De acordo com Freud a constituição do eu é aquela parte do Id que foi modificada pela influência direta do mundo externo e que visa aplicar a influência da realidade externa sobre o Id. Afirmar a origem do eu no Id acentua a dimensão de alteridade presente nessa instância responsável pelos comportamentos razoáveis. Para Freud " a criança é progressivamente submetida às exigências do mundo que a cerca, exigências que se traduzem simbolicamente através da linguagem”. Nesse momento, a mãe fala com o bebê, mas também com outras pessoas, e o filho percebe que sua mãe tem outros desejos, ou seja, que ele não é tudo para ela. A partir disso, o objetivo será o de fazer-se amar pelo outro, agradá-lo para reconquistar seu amor, mas isso só será possível por meio da satisfação de certas exigências, as do ideal do eu. Assim, para Freud, para ocorrer o desenvolvimento do eu, é necessário distanciar-se do narcisismo primário. Se no narcisismo primário o outro era o si mesmo, a partir daí só é possível experimentar-se por meio do outro. E será através do complexo de castração que se opera o reconhecimento de uma incompletude que desperta o desejo de recuperar a perfeição narcísica. O inacabado ser humano quando vem ao mundo se confunde com este. Ainda não tem definido o que é o seu corpo, o que ele é, o que é o outro, o que é o mundo que o cerca. A mãe (ou a pessoa que cuida dele), os objetos, faz parte dele mesmo. Ainda não tem noção de seu próprio corpo – por ex: a mão ou o pé são descobertos como exteriores a ele, por isso é comum morder seu pé e chorar de dor. Ao sugar o seio, mais do que olhar para este, o bebê olha para o rosto de quem o está amamentando. Quando olha para o rosto da mãe, "o que o bebê vê é ele mesmo. Progressivamente, o bebê percebe que, quando olha, o que vê é o rosto da mãe. A mãe devolve a ele seu próprio eu, e ele vai-se tornando "menos dependente de obter de volta o eu dos rostos da mãe e do pai. A relação da mãe com seu próprio corpo, e sobretudo com seu corpo durante a gravidez, será fundamental para a constituição do eu e da subjetividade. O vínculo entre mãe e filho se estabelece desde o instante da concepção, e a futura mãe atribui a seu filho um corpo imaginado, diferente do que é o feto no plano fisio-lógico da realidade.
Já em Lacan apreendi que a problemática do eu e do corpo está presente em sua obra desde os primeiros momentos de sua trajetória pela Psicanálise. Por meio da elaboração do registro do Imaginário e do esquema conceitual proposto pelo estádio do espelho, ele afirma a importância da imagem do corpo próprio na formação do eu. Por meio dos estudos da paranóia, Lacan aprofunda os processos essenciais da formação do eu, e a partir dessas pesquisas chega à teoria do “Estádio do Espelho”. O eu está ligado à imagem do próprio corpo. Por volta dos seis meses de idade, o bebê se rejubila diante da percepção de sua própria imagem global, do seu corpo no espelho. Lacan aponta que o bebê tem uma representação fantasmática do corpo, (vivenciado como corpo despedaçado) na qual este aparece fragmentado, mas que a imagem no espelho antecipa a coordenação e integridade que não possui naquela etapa da vida. Essa operação psíquica no qual o eu é construído a partir da imagem do outro é denominada estágio do espelho.
De acordo com François Dolto os adultos conseguem falar de forma livre sobre seus fantasmas e seus sonhos, porém as crianças não conseguem, pois o medo as impede. Então, de acordo com Dolto (2004, p.9), a imagem do corpo para a criança é como se fosse uma mediação na qual ela consegue representar o que está sentindo sem medo e sem culpa, e para o analista é um meio de reconhecer esses fantasmas que a criança ou o sujeito tem. Esse fantasma que a criança representa precisa ser decodificado, porém sozinho o analista não conseguirá decodificá-lo. São as associações que a criança faz que trazem a chave para decodificá-lo. Françoise Dolto, psicanalista francesa que se dedicou à clínica com crianças, entende que existe algo além da imagem especular, advinda da identificação com o outro do espelho, como formulado por Lacan, e elabora o conceito de imagem inconsciente do corpo. A autora decompõe a palavra image (em português, "imagem"), em: "I",do termo "identidade"; o "ma", primeira sílaba da palavra "mamãe"; e o "ge", que associa a terra, a base e ao corpo que remete ao Eu, "je" em francês (Dolto, 1991, p. 11). Isso ressalta a ideia de um Eu que se constitui através da relação afetiva com o outro, que dá sentido às vivências do bebê através da palavra. Assim, a I-ma-ge é o substrato relacional ao outro.A imagem do corpo, para Dolto, é uma memória inconsciente de todo o vivido relacional com o outro e, ao mesmo tempo, é atual, é dinâmica. Ela camufla o já vivido, mas também é atualizável na relação do presente através de expressões "linguageiras", como o desenho, a modelagem, gestos e mímicas, entre outros (Dolto, 1992, p. 15). A autora comumente deu ênfase ao desenho e à modelagem da criança em sessão analítica, por compreender que são uma forma de "contar" seus fantasmas ao analista que a escuta. Enquanto o adulto em sessão associa livremente sobre seus sonhos e seus fantasmas, a criança os demonstra através da imagem do corpo. Ao interpretar e falar de seu desenho, ela mediatiza pulsões parciais de seu desejo, que são parciais justamente por não ter entrado ainda na ordem simbólica, através da castração edipiana.
No módulo II podemos estudar os conceitos e princípios da imagem pessoal em três autores: Freud, Lacan e Dolto. Procurei colocar algumas anotações que me ajudam a entender o que estamos estudando nesse modulo.
De acordo com Freud a constituição do eu é aquela parte do Id que foi modificada pela influência direta do mundo externo e que visa aplicar a influência da realidade externa sobre o Id. Afirmar a origem do eu no Id acentua a dimensão de alteridade presente nessa instância responsável pelos comportamentos razoáveis. Para Freud " a criança é progressivamente submetida às exigências do mundo que a cerca, exigências que se traduzem simbolicamente através da linguagem”. Nesse momento, a mãe fala com o bebê, mas também com outras pessoas, e o filho percebe que sua mãe tem outros desejos, ou seja, que ele não é tudo para ela. A partir disso, o objetivo será o de fazer-se amar pelo outro, agradá-lo para reconquistar seu amor, mas isso só será possível por meio da satisfação de certas exigências, as do ideal do eu. Assim, para Freud, para ocorrer o desenvolvimento do eu, é necessário distanciar-se do narcisismo primário. Se no narcisismo primário o outro era o si mesmo, a partir daí só é possível experimentar-se por meio do outro. E será através do complexo de castração que se opera o reconhecimento de uma incompletude que desperta o desejo de recuperar a perfeição narcísica. O inacabado ser humano quando vem ao mundo se confunde com este. Ainda não tem definido o que é o seu corpo, o que ele é, o que é o outro, o que é o mundo que o cerca. A mãe (ou a pessoa que cuida dele), os objetos, faz parte dele mesmo. Ainda não tem noção de seu próprio corpo – por ex: a mão ou o pé são descobertos como exteriores a ele, por isso é comum morder seu pé e chorar de dor. Ao sugar o seio, mais do que olhar para este, o bebê olha para o rosto de quem o está amamentando. Quando olha para o rosto da mãe, "o que o bebê vê é ele mesmo. Progressivamente, o bebê percebe que, quando olha, o que vê é o rosto da mãe. A mãe devolve a ele seu próprio eu, e ele vai-se tornando "menos dependente de obter de volta o eu dos rostos da mãe e do pai. A relação da mãe com seu próprio corpo, e sobretudo com seu corpo durante a gravidez, será fundamental para a constituição do eu e da subjetividade. O vínculo entre mãe e filho se estabelece desde o instante da concepção, e a futura mãe atribui a seu filho um corpo imaginado, diferente do que é o feto no plano fisio-lógico da realidade.
Já em Lacan apreendi que a problemática do eu e do corpo está presente em sua obra desde os primeiros momentos de sua trajetória pela Psicanálise. Por meio da elaboração do registro do Imaginário e do esquema conceitual proposto pelo estádio do espelho, ele afirma a importância da imagem do corpo próprio na formação do eu. Por meio dos estudos da paranóia, Lacan aprofunda os processos essenciais da formação do eu, e a partir dessas pesquisas chega à teoria do “Estádio do Espelho”. O eu está ligado à imagem do próprio corpo. Por volta dos seis meses de idade, o bebê se rejubila diante da percepção de sua própria imagem global, do seu corpo no espelho. Lacan aponta que o bebê tem uma representação fantasmática do corpo, (vivenciado como corpo despedaçado) na qual este aparece fragmentado, mas que a imagem no espelho antecipa a coordenação e integridade que não possui naquela etapa da vida. Essa operação psíquica no qual o eu é construído a partir da imagem do outro é denominada estágio do espelho.
De acordo com François Dolto os adultos conseguem falar de forma livre sobre seus fantasmas e seus sonhos, porém as crianças não conseguem, pois o medo as impede. Então, de acordo com Dolto (2004, p.9), a imagem do corpo para a criança é como se fosse uma mediação na qual ela consegue representar o que está sentindo sem medo e sem culpa, e para o analista é um meio de reconhecer esses fantasmas que a criança ou o sujeito tem. Esse fantasma que a criança representa precisa ser decodificado, porém sozinho o analista não conseguirá decodificá-lo. São as associações que a criança faz que trazem a chave para decodificá-lo. Françoise Dolto, psicanalista francesa que se dedicou à clínica com crianças, entende que existe algo além da imagem especular, advinda da identificação com o outro do espelho, como formulado por Lacan, e elabora o conceito de imagem inconsciente do corpo. A autora decompõe a palavra image (em português, "imagem"), em: "I",do termo "identidade"; o "ma", primeira sílaba da palavra "mamãe"; e o "ge", que associa a terra, a base e ao corpo que remete ao Eu, "je" em francês (Dolto, 1991, p. 11). Isso ressalta a ideia de um Eu que se constitui através da relação afetiva com o outro, que dá sentido às vivências do bebê através da palavra. Assim, a I-ma-ge é o substrato relacional ao outro.A imagem do corpo, para Dolto, é uma memória inconsciente de todo o vivido relacional com o outro e, ao mesmo tempo, é atual, é dinâmica. Ela camufla o já vivido, mas também é atualizável na relação do presente através de expressões "linguageiras", como o desenho, a modelagem, gestos e mímicas, entre outros (Dolto, 1992, p. 15). A autora comumente deu ênfase ao desenho e à modelagem da criança em sessão analítica, por compreender que são uma forma de "contar" seus fantasmas ao analista que a escuta. Enquanto o adulto em sessão associa livremente sobre seus sonhos e seus fantasmas, a criança os demonstra através da imagem do corpo. Ao interpretar e falar de seu desenho, ela mediatiza pulsões parciais de seu desejo, que são parciais justamente por não ter entrado ainda na ordem simbólica, através da castração edipiana.
Citação de Nayane em outubro 10, 2022, 11:52 amConceito e Princípios de imagem pessoal
-Freud
-Lacan
-Dolto
A psicanálise surgiu em 1900 com a primeira obra de Freud "A interpretação dos Sonhos".
As representações sociais abrangem 3 questões fundamentais:
-comunicação
-construção de uma realidade
-domínio do mundo
Para Lacan, o corpo é visto em três dimensões: O corpo como imagem (imaginário), o corpo assinalado pelo significante (simbólico) e o corpo como sinônimo de gozo (real) dentro dos 3 registros fundamentais na constituição do sujeito.
Nas abordagens de Freud e Lacan, existe a análise da conexão do corpo com o eu e a sua influência no narcisismo e nas identificações primárias.
Conceito e Princípios de imagem pessoal
-Freud
-Lacan
-Dolto
A psicanálise surgiu em 1900 com a primeira obra de Freud "A interpretação dos Sonhos".
As representações sociais abrangem 3 questões fundamentais:
-comunicação
-construção de uma realidade
-domínio do mundo
Para Lacan, o corpo é visto em três dimensões: O corpo como imagem (imaginário), o corpo assinalado pelo significante (simbólico) e o corpo como sinônimo de gozo (real) dentro dos 3 registros fundamentais na constituição do sujeito.
Nas abordagens de Freud e Lacan, existe a análise da conexão do corpo com o eu e a sua influência no narcisismo e nas identificações primárias.
Clique aqui e junte-se a nós!
Venha fazer parte da nossa comunidade, interagir e aprender com a gente! Siga nosso Instagram para ficar por dentro de novos cursos, estágios, cupons de desconto e muito mais! 🔔🎓💼📱