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Sobre a origem da Psicanálise

Os conhecimentos adquiridos na primeira unidade foram basilares para formar o substrato do que virá pela frente.

A questão central, sem dúvida, foi entender o papel do inconsciente nas ações dos seres humanos, gerando uma série de ações e sentimentos não presentificados na consciência do fazer cotidiano, criando consequências muitas vezes inesperadas e de mais difícil administração pelo sujeito. Por outro lado, o inconsciente também revela que as pessoas são muito mais profundas, complexas e vastas, em sua subjetividade, do que se pode supor à primeira vista – o que vem para o bem e para o mal, mas nunca em vão, já que o conhecimento dessa profundidade pode resolver muitas das dificuldades dos indivíduos.

Outro ponto fundamental foi conhecer os três componentes do sistema psíquico (id, ego e superego), revelando os conflitos internos presentes em todos os humanos, diante dos quais é necessário saber equilibrar de forma saudável os desejos absurdos e inconfessos e as imposições da realidade objetiva e da interrelação com os demais humanos. Afinal, dentro da cultura há prédicas morais que são impostas para que haja a sensação de pertença, sem a qual a vida humana pode ficar mais árida. Mas isso também revela os conceitos que o indivíduo ratifica e com os quais forma o substrato de sua relação social, mas que, como são construções e não expressões da verdade, podem sempre ser revistos para se aprimorar as bases da ação individual.

Por fim, outro elemento importante foi compreender as raízes da análise e como ela se processa, uma vez que essa será a ferramenta do psicanalista na busca por ajudar os semelhantes na solução e cura de suas dificuldades, transmutando a valoração e o entendimento que eles depositam em suas crenças, valores e dogmas.

Diante disso, percebe-se que foi constituído um primeiro degrau, em terreno sólido, para desenvolver todo o aprendizado necessário para o bom exercício da profissão.

Sigmund Freud desenvolveu a psicanálise no final do século XIX e início do século XX em Viena, na Áustria. O contexto histórico desse período foi marcado por diversas mudanças sociais, culturais e científicas que influenciaram o desenvolvimento das idéias de Freud. Nessa época houveram grandes avanços científicos, bem como, mudanças sociais e políticas significativas. Neste período, a revolução industrial trouxe mudanças dramáticas na vida cotidiana das pessoas, no trabalho e na estrutura social. A revolução industrial trouxe transformações econômicas e tecnológicas que impactaram no modo de vida das pessoas e como elas se relacionavam. Nessa época Viena era uma cidade vibrante e cosmopolita e era considerada um centro cultural e intelectual. Nessa época surgiram avanços significativos na medicina e psicologia. A hipnose  e a sugestão estavam sendo exploradas por médicos e as teorias psicológicas estavam se desenvolvendo proporcionando terreno fértil para as emergências da psicanálise. As teorias evolutivas e cientificas de Charles Darwin influenciaram o pensamento desta época, destacando a importância do inconsciente e seus impulsos instintivos no comportamento humano. Este período também foi marcado por um moralismo rígido e a repressão sexual era enorme. Freud foi corajoso e ousado ao explorar temas como sexualidade reprimida e o inconsciente, desafiando as normas sociais que dominavam nessa época. No século XX ainda houve a sombra da segunda guerra mundial, que também contribuiu para a maior aceitação das idéias de Freud e o desenvolvimento da psicanálise, pois Freud se deparou com os traumas da guerra que ajudou a desenvolver suas teorias sobre o inconsciente e os processos mentais complexos para entender os impactos psicológicos do conflito. Todo este contexto proporcionou a Freud um ambiente propício para o desenvolvimento de suas teorias revolucionárias sobre a mente e o comportamento humano e a psicopatologia. A propósito, Freud no inicio do desenvolvimento de sua teoria, atendeu em seu consultório o jovem Hitler, e já nesta época chegou a conclusão de que aquele jovem não poderia ser analisado pois já apresentava psicopatia. Anos mais tarde durante a segunda guerra mundial, Hitler ignorou a ascendência judia de Freud e o poupou de ser preso e levado aos campos de concentração, pois de algum modo Hitler o tinha em alta consideração.