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Sobre a transferência e o lugar dos pais.

"Se por um lado o adulto repete o que viveu, por outro, a criança repete o que viveu e o que está vivendo"

Achei essa frase muito interessante na relação da transferência, despertando para os analistas uma esculta mais detalhada no comportamento e nas ações de crianças no seu ambiente e nas relações parentais.

Quando olhamos para os adultos com suas neuroses de transferência,  observamos que está, nem sempre se estabelece, pois é uma consequência da neurose infantil, tempo posterior a conclusão da infância.

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CINEIDE NASCIMENTOSylvia Helena Pfeiffer Pereira

Para que esse processo ocorra é preciso a constituição de um eu corporal de forma imaginária , que ofereceria uma síntese a uma imagem fragmentada .É a partir dos cuidados iniciais da vida infantil que esse processo se realiza,inscrevendo marcas que constituirão esse sujeito.Tal processo ocorre a partir de duas operações,a alienação e a separação,que posssibilitam adentrar no campo do simbólico a partir do assujeitamento ao outro,que se aliena e se constitui dividido , ou seja, enquanto sujeito.A partir disso, a criança entra no mundo da linguagem enquanto sujeito , e pode separar-se para constituir se sujeito desejante.Conforme Couto,para que esse processo continue e leve a uma resolução edipiana, será preciso que a mãe,ao seguir desejando em outras direções,introduza um terceiro significante,o nome do pai, que tem a função de interdição da fusão entre a mãe e a criança , indicando para qual o seu lugar no desejo do outro.É a resposta a essa questão que estrutura o psiquismo.Ao compreender a concepção  de  sujeito e  sua constituição na psicanálise, é possível pensar a transferência e o processo terapêutico.Bezerra  e Rinaldi afirmam que a transferência  emerge como uma questão no tratamento dos pacientes que insistiam em não querer ser encaixados nos modelos de tratamento ditados pela medicina da época.Ela opera então como impulsionadora ou não do processo terapêutico.e ocorre não apenas no espaço do consultório.mas, também nas instituições de atenção á saúde.

Considerando se a relação transferencial, tendo em mente o efeito do inconsciente nas relações , seria posssível dar atenção à singularidade dos casos, pois o afeto direcionado ao profissional possibilitaria o manejo para o tratamento.

No processo de educar os filhos, os pais tem como métrica espelhar suas próprias ações como algo de fato certo, esquecendo que a criança tem sua própria personalidade e essa certeza sem uma análise adequada pode distorcer a realidade desse indivíduo já na infância.