a imagem e o real
Ao estudar os paradigmas da imagem, percebi o quanto o olhar humano é um espelho do nosso próprio modo de existir. Cada paradigma mostra uma forma diferente de se relacionar com o real: o pré-fotográfico carrega o toque e a presença artesanal; o fotográfico captura o instante, entre a presença e a ausência; e o pós-fotográfico dissolve o real em códigos, simulando o que já não existe.
Hoje, vivemos mergulhados nesse último paradigma. As imagens digitais, especialmente nas redes sociais, misturam realidade e fantasia a ponto de se tornarem quase indissociáveis. As celebridades, os filtros e as montagens não mostram o real mostram o desejo de ser visto, admirado, pertencente. E é curioso como, sem perceber, todos participamos disso, recriando nossas próprias versões “editadas” da vida.
Compreendi que a imagem não é só o que vemos, mas o que ela desperta em nós. Ela revela tanto o objeto quanto o sujeito que olha. Por isso, pensar a imagem hoje é também refletir sobre o que nos faz acreditar, desejar e projetar.
O desafio talvez seja reaprender a olhar sem buscar perfeição, mas verdade.