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Módulo 7

O real, o imaginário e o simbólico no campo da psicanálise ganhou contornos interessantes em Lacan (1953). Lacan passa a atribuir ao inconsciente o campo da linguagem e dos significantes, estruturando o inconsciente, como uma linguagem, através dos registros do real, do simbólico e do imaginário. De forma simplificada pode-se entender o registro do simbólico como relacionado a apreensão das regras sociais, dos significados das palavras e dos símbolos capazes de permitir a comunicação interpressoal. Em outras palavras temos o registro do real como um “sistema de representação baseado na linguagem. O registro do imaginário está relacionado à capacidade humana de criar imagens e representações mentais. Para Lacan, o imaginário passa a ser definido, “[...] como o lugar do eu por excelência [...]”, o espaço dos “[…] fenômenos de ilusão, captação e engodo [...]” (ROUDINESCO; PLON, 1998a, p. 371). É nesse registro que é construída a autoimagem e as fantasias do sujeito. No registro do real, há o impossível de ser simbolizado e representado. O real seria, para Lacan, o “resto que escapa ao discurso e que é impossível de ser transmitido”. Em termos práticos, na dimensão do trauma, por exemplo, é o que não pode ser expresso ou simbolizado adequadamente, falta “palavras” para descrever.

Estes três registros, sistematizados por Lacan “a partir das reflexões freudianas para caracterizar o funcionamento estrutural psíquico”, são retomados na construção dos três paradigmas da imagem: o paradigma pré-fotográfico que abarca as imagens artesanais, tais como o desenho, a pintura e a gravura; o paradigma fotográfico, referente às imagens que têm uma relação dinâmica com o objeto que retomam, trazendo de alguma forma um rastro ou uma pista do objeto indicado; e o paradigma pós-fotográfico, o qual abarca as imagens sintéticas ou infográficas, realizadas por meio da computação (SANTAELLA; NÖTH, 1998). Relacionando os três paradigmas da imagem com os registros da psicanálise é possível afirmar que o paradigma pré-fotográfico está para o imaginário, assim como o fotográfico está para o real e o pós-fotográfico está para o simbólico.

Para interpretar uma imagem como representação próxima da realidade é fundamental a percepção do contexto uma vez que a realidade não é algo já dado, mas está dentro de uma concepção social dinâmica, construída coletivamente. A modalidade da imagem tem um aspecto de dimensão interacional, o qual se relaciona com o conceito de credibilidade das imagens, dando ênfase ao sentido de como a mensagem é construída. Os marcadores visuais das imagens permitem que elas sejam interpretadas como mais ou menos reais, ou seja, como mais ou menos “credíveis”( KRESS e van LEEUWEN, 2006 apud MOTA-RIBEIRO; COELHO, 2011), sendo o padrão de credibilidade variável em tempo, espaço e até mesmo dentro de uma mesma cultura. Desta forma, em síntese, os padrões que caracterizam uma imagem como mais ou menos real, são contextuais, relacionais e variáveis conforme o tempo e o espaço. A localização do sujeito e a sua interação com os demais também influencia nessa validação.

 

sim, é preciso avaliar simbolismos representados pensando no contexto de tempo e espaço, cultural,social entre outros