O Registro imaginário
Citação de Marta Santos Goncalves em janeiro 2, 2025, 12:53 amOs registros do imaginário, simbólico e real são conceitos fundamentais na psicanálise lacaniana, organizando a forma como o sujeito se relaciona com o mundo e consigo mesmo. Cada registro representa uma dimensão distinta da experiência humana:
O Imaginário
O registro do imaginário refere-se à dimensão da imagem, da aparência e da identificação. Ele é fortemente associado ao narcisismo e à formação do "eu" no estádio do espelho, quando o bebê se reconhece em sua própria imagem, criando uma identificação ilusória de unidade. Aqui, a experiência é dominada por representações visuais e pela tentativa de preencher a falta com uma imagem idealizada.
No campo da imagem, o imaginário pode ser associado ao paradigma da cópia, em que a imagem é vista como um espelho do real. Essa perspectiva é baseada na mímese: a imagem busca reproduzir o mundo tal como ele é percebido.
O Simbólico
O registro do simbólico é o campo da linguagem, das leis, dos significados e das relações sociais. Ele estrutura o sujeito por meio da entrada na ordem simbólica, que é mediada pelo sistema de significantes. O simbólico organiza o real e o imaginário, dando sentido à experiência.
Relacionando com os paradigmas da imagem, o simbólico dialoga com o paradigma da construção, onde a imagem não é mais uma mera cópia do real, mas uma construção de sentido que depende de convenções, interpretações e códigos culturais. Aqui, a imagem tem um papel mediador, articulando significantes em busca de significado.
O Real
O registro do real representa o que está fora da linguagem e do simbolismo, o que não pode ser representado ou apreendido completamente. É o inominável, o que retorna como trauma e que está além da captura pelas palavras ou imagens.
No contexto dos paradigmas da imagem, o real poderia se aproximar do paradigma da simulação, onde a imagem deixa de ser uma representação do real para se tornar um substituto do próprio real. Em vez de representar, ela cria realidades, desafiando os limites entre o que é percebido e o que é construído.
A Imagem como Representação ou Aproximação do Real
A imagem pode ser vista como um elemento que transita entre o imaginário, o simbólico e o real. No registro do imaginário, ela opera como reflexo ou projeção de identidades e desejos. No simbólico, a imagem é uma construção interpretativa que organiza a percepção e o entendimento. No real, a imagem enfrenta seus limites, pois o real é aquilo que escapa à representação.
Em termos de interpretação, a imagem pode ser tanto uma representação do real (quando busca imitar ou simbolizar algo existente) quanto uma aproximação do real (quando tenta sugerir ou provocar a experiência de algo que não pode ser completamente capturado). Por exemplo, em obras de arte abstratas, a imagem pode tocar o registro do real, evocando sensações e emoções que transcendem a linguagem e desafiam significados fixos.
A relação entre os registros lacanianos e os paradigmas da imagem destaca a complexidade da psicanálise e da representação visual. Enquanto o imaginário se associa à cópia, o simbólico constrói sentidos, e o real desafia as fronteiras da representação. Assim, a imagem não é apenas uma duplicação do mundo, mas um campo de tensões que reflete os processos psíquicos humanos, ora como espelho, ora como construção e, por vezes, como simulação do real.
Os registros do imaginário, simbólico e real são conceitos fundamentais na psicanálise lacaniana, organizando a forma como o sujeito se relaciona com o mundo e consigo mesmo. Cada registro representa uma dimensão distinta da experiência humana:
O Imaginário
O registro do imaginário refere-se à dimensão da imagem, da aparência e da identificação. Ele é fortemente associado ao narcisismo e à formação do "eu" no estádio do espelho, quando o bebê se reconhece em sua própria imagem, criando uma identificação ilusória de unidade. Aqui, a experiência é dominada por representações visuais e pela tentativa de preencher a falta com uma imagem idealizada.
No campo da imagem, o imaginário pode ser associado ao paradigma da cópia, em que a imagem é vista como um espelho do real. Essa perspectiva é baseada na mímese: a imagem busca reproduzir o mundo tal como ele é percebido.
O Simbólico
O registro do simbólico é o campo da linguagem, das leis, dos significados e das relações sociais. Ele estrutura o sujeito por meio da entrada na ordem simbólica, que é mediada pelo sistema de significantes. O simbólico organiza o real e o imaginário, dando sentido à experiência.
Relacionando com os paradigmas da imagem, o simbólico dialoga com o paradigma da construção, onde a imagem não é mais uma mera cópia do real, mas uma construção de sentido que depende de convenções, interpretações e códigos culturais. Aqui, a imagem tem um papel mediador, articulando significantes em busca de significado.
O Real
O registro do real representa o que está fora da linguagem e do simbolismo, o que não pode ser representado ou apreendido completamente. É o inominável, o que retorna como trauma e que está além da captura pelas palavras ou imagens.
No contexto dos paradigmas da imagem, o real poderia se aproximar do paradigma da simulação, onde a imagem deixa de ser uma representação do real para se tornar um substituto do próprio real. Em vez de representar, ela cria realidades, desafiando os limites entre o que é percebido e o que é construído.
A Imagem como Representação ou Aproximação do Real
A imagem pode ser vista como um elemento que transita entre o imaginário, o simbólico e o real. No registro do imaginário, ela opera como reflexo ou projeção de identidades e desejos. No simbólico, a imagem é uma construção interpretativa que organiza a percepção e o entendimento. No real, a imagem enfrenta seus limites, pois o real é aquilo que escapa à representação.
Em termos de interpretação, a imagem pode ser tanto uma representação do real (quando busca imitar ou simbolizar algo existente) quanto uma aproximação do real (quando tenta sugerir ou provocar a experiência de algo que não pode ser completamente capturado). Por exemplo, em obras de arte abstratas, a imagem pode tocar o registro do real, evocando sensações e emoções que transcendem a linguagem e desafiam significados fixos.
A relação entre os registros lacanianos e os paradigmas da imagem destaca a complexidade da psicanálise e da representação visual. Enquanto o imaginário se associa à cópia, o simbólico constrói sentidos, e o real desafia as fronteiras da representação. Assim, a imagem não é apenas uma duplicação do mundo, mas um campo de tensões que reflete os processos psíquicos humanos, ora como espelho, ora como construção e, por vezes, como simulação do real.