Os 3 paradigmas da imagem com os registros da Psicanálise
O campo da psicanalise com Lacan e Freud teve um papel importante que influenciou a caracterização de paradigmas sobre a imagem. a, Lacan
reforçou a necessidade de retornar ao fundador desse campo, isto é, ao neurologista e psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856–1939), preconizando a importância da re-leitura da sua obra. Aliás, foi a partir do legado freudiano que o francês elaborou os seguintes registros: imaginário, simbólico e real.
Os registros do imaginário, do simbólico e do real, sistematizados por Lacan a partir das reflexões freudianas para caracterizar o funcionamento estrutural psíquico, são retomados na construção dos três paradigmas da imagem. Estes podem ser resumidos, de maneira bem geral, da seguinte forma
(SANTAELLA; NÖTH, 1998).
Paradigma pré-fotográfico está para o imaginário, abarca as imagens artesanais, tais como o desenho, a pintura e a gravura. Enquanto que Paradigma fotográfico está para o real, refere-se às imagens que têm uma relação dinâmica com o objeto que retomam, trazendo de alguma forma um astro ou uma pista do objeto indicado. E por ultimo o Paradigma pós fotográfico está para o simbólico, engloba as imagens sintéticas ou infográficas, as quais são realizadas por meio da computação.
Segundo Beccari, a imagem é experimentada por meio dos sentidos. No entanto, alguns a percebem como parte constitutiva que é socialmente representada pelas pessoas a respeito do mundo; outros, como o próprio mundo, como se este existisse, já de antemão, “pronto” para ser observado. A imagem é uma das formas utilizadas para expressar a realidade e a sua relação com ela. Conforme explicam Beccari e Portugal (2013), “[...] há muitas formas de olhar para o mundo [...]”.
O Estádio de espelho é o primeiro e importante conceito de Lacan sobre a imagem que a criança vê de si, que primeiro interpreta como sendo de outra pessoa e depois a percepção de que é ela própria, onde ela necessita da aprovação de outro para que isso aconteça.
Os 3 paradigmas da imagem nos mostram como interpretamos aquilo que vemos, sendo em uma pintura (pré-fotográfico), uma foto (fotográfico) e uma imagem computadorizada criada por uma pessoa (pós-fotográfico).
Conseguimos entender o que uma pintura quer nos transmitir, sendo que cada pessoa tem algumas interpretações com base em seus conhecimentos.
Numa foto fica mais claro tudo que está expressa por se tratar de algo tirado da realidade.
Numa imagem computadorizada conseguimos decifrar características e por muitas vezes não sabendo que se trata de uma criação que não existiu, podemos acredita ser algo real.