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Os três registros da Psicanálise: o imaginário, o simbólico e o real

A imagem é uma forma de expressão humana cuja percepção e interpretação está para além dos sentidos. Ela constitui também um olhar sobre o sujeito, o mundo e o real.  Além disso, a imagem é ainda marcada pelo olhar do sujeito que a observa e a contempla. Esse olhar do sujeito é quem dá sentido a ela e ao real que ela representa.

Para entender a noção do real e suas articulações com as noções de imaginário e simbólico é importante fazer referência, primeiramente, ao campo da psicanálise, o qual influenciou a caracterização de paradigmas sobre a imagem. Além das numerosas reflexões que trouxe sobre o amor e a política, Lacan, psiquiatra e psicanalista francês, reforçou a necessidade de retornar a Freud. Foi a partir do legado freudiano que o francês elaborou os seguintes registros: imaginário, simbólico e real.

A palavra imaginário deriva do termo latino imago. Ela é comumente empregada nos campos da filosofia e da psicologia em referência à imaginação, isto é, “[...] à faculdade de representar coisas em pensamento, independentemente da realidade.

A expressão “simbólico” vem da antropologia, a qual atribui um valor e uma função simbólica aos elementos da cultura. Mauss (sociólogo) e Lévi-Strauss (antropólogo) desenvolveram noções tais como a de função simbólica. Isso, entretanto, a partir da articulação com o estruturalismo trazido pela contribuição da linguística de F. Saussure.

Já o termo real surge do vocabulário da filosofia.

Relações entre esses conceitos

O imaginário, passou a ser usado por Lacan a partir de 1936, fala de uma relação dual com a imagem do semelhante. Noção relacionada ao estádio do espelho, que é uma reflexão sobre a construção do eu, da relação entre o eu e o outro e da imagem e (in) completude dos homens.

Quando Lacan emprega esse conceito em associação com as categorias real e simbólico, a partir de 1953, o imaginário passa a ser definido por Lacan como o lugar do eu por excelência, o espaço dos fenômenos de ilusão, captação e engodo.

Em 1936 Lacan usa o termo simbólico como um sistema de representação que se baseia na linguagem. A partir de 1953, essa noção torna-se inseparável das noções de imaginário e do real, constituindo uma estrutura.

A primeira “teoria” do imaginário de Lacan sofreu influência dos trabalhos do filósofo e psicólogo francês Henri Wallon, do filósofo e matemático inglês Bertrand Russel, do biólogo alemão Jakob von Uexküll, entre outros. Em 1938, constrói o imaginário não mais como um fato psíquico “simples”, mas como uma imago, ou seja, como um conjunto de representações inconscientes.