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Real, Simbólico e Imaginário

Na psicanálise, à medida que a pessoa vai falando, vai descobrindo mais sobre ela mesma, então a linguagem é essencial e a psicanálise pode ajudar na hora de entender essa linguagem. Neste trabalho, desenvolveremos o conceito sobre a fala, baseando se na psicanálise que utiliza a fala, o falar sobre os sentimentos, sobre as questões onde a psicanálise e a fala estão bem ligadas. Essa é a grande descoberta por Freud, tanto que a psicanálise pode ser compreendida também como uma cura pela fala. À medida que o sujeito vai falando ele vai se conhecendo e também percebendo o modo como ele funciona, o modo como ele foi estabelecendo certos compromissos com aquilo que na vida se apresenta como uma patologia, ou seja, como um determinado sintoma.

Mario Antonio Coutinho Jorge, na obra Fundamentos da Psicanálise: De Freud a Lacan (RJ: Zahar, 2000), propõe a seguinte compreensão:

  • Real = não sentido, lugar do ser. Isto é, o real atravessa nossa psique, mas não é inequivocamente formulado em palavras, é algo do mundo físico ou orgânico, no máximo o percebemos; não por acaso alguns autores aproximam este elemento ao id freudiano.
  • Imaginário = sentido, lugar do eu. Ou seja, o imaginário é o lugar do “eu”, não à toa associado muitas vezes ao ego da teoria de Freud. O imaginário é o lugar do sentido (um sentido) porque o “eu” se firma a partir do significado que atribui a si e a fatores externos, o lugar de suas ideias, crenças, defesas, resistências.
  • Simbólico = duplo sentido, lugar do sujeito (ou até mesmo: múltiplos sentidos). Isto é, o simbólico é o lugar do discurso e da formação do(s) sujeito(s). Então, demanda a interação entre psiques, no mundo social, pela linguagem e na linguagem. Até por haver a dimensão do social, há quem compare a dimensão lacaniana do simbólico ao superego de Freud.