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Reflexões sobre “realidade” e circulação de imagens nas redes sociais

 

 

1 – O que caracteriza uma imagem veiculada como “real” ou mais “real” que outras?

  • Indexicalidade: a fotografia carrega um “rastro” mecânico do real (o obturador imprime diretamente a cena), conferindo-lhe status de evidência.
  • Detalhamento não mediado: enquadramento espontâneo, ausência de logos de edição e iluminação natural reforçam a impressão de autenticidade.
  • Contexto informativo: legenda, data, localização e fonte aparente (página local com seguidores) agregam autoridade.
  • Prova social: volume de compartilhamentos, comentários emocionados e curtidas atua como endosso coletivo, reforçando a crença na veracidade.

2 – Por que os leitores daquela rede social tomaram a imagem e a notícia como reais?

  • Autoridade percebida: a página “Guarujá Alerta” se apresenta como canal local de segurança, criando viés de confiança sem checagem externa.
  • Efeito manada: ao ver muitos compartilhamentos e manifestações de indignação, o usuário tende a aceitar a informação sem questionar.
  • Apelo emocional: imagens de familiares em protesto e pedido de justiça ativam empatia, reduzindo o discernimento crítico.
  • Bolha algorítmica: ao circular em grupos de interesses semelhantes, a mensagem não encontrou vozes críticas, sendo reforçada pela repetição contínua.

Conclusão
A combinação de características intrínsecas à fotografia (indexicalidade, detalhe não mediado) com fatores sociais (autoridade percebida, prova social e bolhas de reforço) situa a imagem no status de “mais real”. Reconhecer esses elementos é fundamental para desenvolver senso crítico e evitar a propagação de boatos.