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Relação Compreensiva e a Relação com o real.

 

“A imagem é uma forma de expressão humana cuja percepção e interpretação está para além dos sentidos. Ela constitui também um olhar sobre o sujeito, o mundo e o real.”

A interpretação da imagem é variável, depende do sujeito que a observa e também do período de tempo em que ela foi observada, pois tudo está em constante movimento.

Os conceitos de  real, simbólico e imaginário na psicanálise são conceitos construídos por Jacques Marie Émile Lacan (1901–1981), a  partir do legado de Freud.

O termo real surge do vocabulário da filosofia. Real é aquilo que a gente tem que tirar da realidade. O real não é a realidade, mas sim um fragmento da realidade, como uma fotografia de um pedaço do tempo.

A expressão  simbólico vem da antropologia, a qual atribui um valor e uma função simbólica aos elementos da cultura. Aqui não é mais necessário a presença do observador e do objeto a ser observado, as imagens são construídas através de computadores e cálculos matemáticos. São imagens sintéticas.

Já o imaginário, deriva do termo latino “imago”. Está ligado à nossa imaginação, à nossa construção do eu. A imagem desejada por nós, desenhada em nossa mente.

Conclusão que cheguei: eu idealizo algo em minha mente (imaginário) e quando vou para a comprovação (o real) o que se apresenta é diverso, mas capta uma fração do tempo da realidade, assim como quando procuro passar esta imagem para o computador, através de programas específicos, que também não correspondem à realidade, mas todas expressam um mesmo objeto.

Entretanto estes 3  paradigmas da imagem são necessários fundamental para a compreensão do ser humano.

Mario Antonio Coutinho Jorge, na obra Fundamentos da Psicanálise: De Freud a Lacan (RJ: Zahar, 2000), propõe a seguinte compreensão:

  • Real = não sentido, lugar do ser. Isto é, o real atravessa nossa psique, mas não é inequivocamente formulado em palavras, é algo do mundo físico ou orgânico, no máximo o percebemos; não por acaso alguns autores aproximam este elemento ao id freudiano.
  • Imaginário = sentido, lugar do eu. Ou seja, o imaginário é o lugar do “eu”, não à toa associado muitas vezes ao ego da teoria de Freud. O imaginário é o lugar do sentido (um sentido) porque o “eu” se firma a partir do significado que atribui a si e a fatores externos, o lugar de suas ideias, crenças, defesas, resistências.
  • Simbólico = duplo sentido, lugar do sujeito (ou até mesmo: múltiplos sentidos). Isto é, o simbólico é o lugar do discurso e da formação do(s) sujeito(s). Então, demanda a interação entre psiques, no mundo social, pela linguagem e na linguagem. Até por haver a dimensão do social, há quem compare a dimensão lacaniana do simbólico ao superego de Freud.