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Relação compreensiva e a relação com o real

Na psicanálise, os registros do imaginário, do simbólico e do real são conceitos fundamentais que ajudam a compreender como o ser humano organiza sua experiência subjetiva. O registro do imaginário está ligado à formação das imagens, à identificação e às ilusões que estruturam o ego. É a dimensão onde nos reconhecemos no outro, como no famoso exemplo do "estágio do espelho" de Lacan, mas também é onde as ilusões podem nos aprisionar. Já o simbólico é o campo da linguagem e das regras sociais, que organiza e dá sentido à nossa experiência. É no simbólico que nos inserimos na cultura e nos conectamos com os significados compartilhados, mas também onde somos marcados pela falta, já que nunca conseguimos simbolizar tudo. Por fim, o real é aquilo que escapa à simbolização, o que não pode ser representado pela linguagem ou controlado pelo imaginário. O real é o que nos confronta com o desconhecido ou o impossível de ser totalmente compreendido.

Esses três registros estão interligados, e é possível relacioná-los com os paradigmas da imagem na psicanálise. As imagens do imaginário, por exemplo, são formas pelas quais o sujeito se identifica, mas estão sempre atravessadas pelo simbólico, que dá significados às imagens. O real, por outro lado, aparece como aquilo que está além da imagem, o que ela não consegue captar completamente. Assim, ao interpretar uma imagem, podemos entendê-la tanto como uma representação da realidade quanto como uma tentativa de aproximar-se do real, mesmo sabendo que este último nunca pode ser completamente representado. Esse exercício de análise é essencial para compreender como construímos nossa percepção do mundo e de nós mesmos, transitando entre o que imaginamos, o que simbolizamos e o que nos escapa.