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Relação Compreensiva e a Relação com o Real

Ao refletir sobre a “relação compreensiva” e a “relação com o real”, penso imediatamente na escuta clínica e na forma como o sujeito se constitui na linguagem. A escuta compreensiva envolve um acolhimento que vai além das palavras ditas — é uma escuta que busca sentido, mas que também respeita o não dito, o silêncio, o indizível. Ou seja, aquilo que, na psicanálise, se aproxima do que Lacan chamou de “Real”.

O Real, diferentemente do que é imaginado ou simbolizado, se refere ao que escapa à representação — é o que insiste, o que retorna, o que marca o sujeito com uma falta. Já a relação compreensiva está ancorada no simbólico, na tentativa de nomear, compreender e traduzir a experiência psíquica.

Na clínica, muitas vezes o sujeito chega buscando ser compreendido racionalmente, mas é no confronto com o que não se entende — com o sintoma, com o trauma, com o que retorna do Real — que o trabalho verdadeiramente começa. Nesse sentido, o analista não oferece respostas prontas, mas sustenta uma escuta que permite ao sujeito atravessar suas fantasias e construir um novo modo de se relacionar com o mundo e consigo mesmo.

Afinal, compreender é também suportar o que não se pode totalmente entender. E a relação com o Real é, justamente, esse ponto de ruptura — mas também de possibilidade.

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Gildeone Mota LopesJoyce Santos Martins

De fato, creio que todo ser humano busca acolhimento, ser compreendido e em algum ponto buscar entender o que lhe é externo. A psicanálise não é como uma receita de bolo, onde é tudo igual, na mesma medida, imutável. O ser humano não é assim, e as formas de ajudar também não são.

 

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maria RenataGildeone Mota Lopes