Relação compreensiva e a relação com o Real
A imagem como uma forma de expressão humana, cuja percepção e interpretação está para além dos sentidos, sendo marcada pelo olhar do sujeito que a observa ( subjetividade), podendo depender do contexto com a qual está inserida: tempo, espaço, sociedade, etc. Os três paradigmas da imagem ( fotografia ) são: 1. pré-fotográfico ( gravuras, desenhos feitos por mãos humanadas e dependem da imaginação do sujeito, de sua subjetividade) 2. Fotográfico ( relacionado a um fragmento, um corte no tempo e espaço, relacionado ao real ) e por ultimo 3. Pós-fotográfico ( ligado ao simbólico, as imagens feitas por computador, imagens digitais e sintéticas, onde a imagem é construída, interpretada e carregada de significados, sendo imagens manipuladas , levantando questões quanto a realidade e a verdade, afetando a forma como o sujeito se relaciona com o mundo e com ele próprio . Até onde estas imagens influem na nossa subjetividade e como construímos a nossa realidade ? ). Acima fiz a relação entre os 3 paradigmas da imagem com os 3 registros da psicanálise ( imaginário, real e simbólico ). Relembramos também a fase chamada Estádio do Espelho, na clínica lacaniana, que é a fase da infâncvia ( normalmente entre os 6 e os 18 meses ) onde inicia-se o momento da constituição do EU e da identidade, a diferença entre o EU e o OUTRO, os limites das bordas corporais, com base freudiana onde o EU não é um ponto de partida, mas algo que é construído como produto das relações. Há 3 momentos no estádio do espelho, onde no primeiro o espelho é apenas mais um objeto, o segundo onde a criança começa a identificar a imagem no espelho, sem a noção do EU e do OUTRO, como se a imagem projetada fosse mais alguém, não há a distinção, e o terceiro momento, onde a criança finalmente sorri para a imagem projetada no espelho como ela mesma, ao mesmo tempo que olha fora do espelho e reconhece quem a sustenta, o EU e o OUTRO, o momento do reconhecimento.