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Relação compreensiva e Relação com o Real

Real = não sentido, lugar do ser. Isto é, o real atravessa nossa psique, mas não é inequivocamente formulado em palavras, é algo do mundo físico ou orgânico, no máximo o percebemos; não por acaso alguns autores aproximam este elemento ao id freudiano.

Imaginário = sentido, lugar do eu. Ou seja, o imaginário é o lugar do “eu”, não à toa associado muitas vezes ao ego da teoria de Freud. O imaginário é o lugar do sentido (um sentido) porque o “eu” se firma a partir do significado que atribui a si e a fatores externos, o lugar de suas ideias, crenças, defesas, resistências.

Simbólico = duplo sentido, lugar do sujeito (ou até mesmo: múltiplos sentidos). Isto é, o simbólico é o lugar do discurso e da formação do(s) sujeito(s). Então, demanda a interação entre psiques, no mundo social, pela linguagem e na linguagem. Até por haver a dimensão do social, há quem compare a dimensão lacaniana do simbólico ao superego de Freud.

A diferença entre o Real, o Simbólico e o Imaginário

Estas três categorias são a essência e são fundamentais para a psicanálise em Lacan. O imaginário é desenvolvido a partir da referência que Lacan toma da entomologia, ou seja, da consideração de que o ser humano se aproxima da natureza instintual, do nosso ser animal. Portanto existem processos da nossa espécie que interferem na nossa relação com o outro, por exemplo o sorriso, a captação na imagem da face de um semelhante, a distância para a face da mãe, enfim, existe uma série de automatismos, que dizem respeito à nossa característica de relação com a imagem.

Nossa característica como um homo sapiens surge quando o indivíduo pensa na relação com a imagem. Depois disso Lacan evolui a noção de imaginário para o imaginário da linguagem, ou seja, nossa ilusão. Essa nossa alienação de que existe uma compreensão. De que o que eu falo, vem da minha cabeça, passa pela minha linguagem é decodificado pelo meu interlocutor, que entende ou não o que eu digo em função de certos problemas ou padrões de comunicação. Então essa expectativa de entendimento, essa expectativa de completamento entre um e outro, compreende o campo do que o Lacan chama de imaginário.

Imaginário da linguagem é o campo da alienação, é o campo das identificações, é o campo em que nós falamos a partir do nosso ego, essa instância de desconhecimento, essa instância paranoica, essa instância de projeção. E que os antropólogos já descreveram e começaram com essa mania de imaginar que os outros são assim como a gente.