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Resumo do tópico

Na psicanálise, especialmente na teoria de Jacques Lacan, os registros do imaginário, simbólico e real são fundamentais para entender como experienciamos o mundo e como construímos nossa realidade psíquica.

• Imaginário: Está relacionado com a imagem do semelhante e a construção do "eu". É o domínio das imagens, ilusões e a forma como nos identificamos com os outros, muitas vezes através do estádio do espelho.

• Simbólico: Refere-se ao sistema de representação baseado na linguagem. É o domínio das leis, da cultura, das normas sociais e da comunicação. O simbólico estrutura nossa realidade social e é onde se estabelecem as ideias de falta e completude.

• Real: Representa o que está além da linguagem e da representação simbólica. É o registro do inconsciente, o impossível de ser simbolizado, e muitas vezes está associado a traumas ou experiências que não conseguimos expressar completamente em palavras.

Quando relacionamos esses registros com os três paradigmas da imagem na psicanálise, temos:

• Paradigma pré-fotográfico: Corresponde ao imaginário e abrange as imagens artesanais, como desenhos, pinturas e gravuras. Estas imagens estão ligadas à forma como o sujeito se vê e se relaciona com o mundo de uma maneira mais narcísica e idílica.

• Paradigma fotográfico: Está para o real e refere-se às imagens que têm uma relação dinâmica com o objeto representado, trazendo um rastro ou uma pista do objeto indicado. Aqui, a imagem tenta capturar algo do real que muitas vezes escapa à representação completa.

• Paradigma pós-fotográfico: Relaciona-se com o simbólico e engloba as imagens sintéticas ou infográficas, criadas por meio da computação. Estas imagens são marcadas pela dimensão externa do olhar do outro e pela ausência da necessidade de presença no tempo e no espaço do sujeito espectador e do objeto representado.

A imagem, como representação ou aproximação do real, é uma construção complexa que envolve a percepção sensorial e a reconstrução mental do que foi percebido externamente. Não é apenas um retrato fiel da realidade, mas uma interpretação subjetiva que varia conforme o tempo, o espaço, o sujeito que a vê e a situação de interação entre os sujeitos. Portanto, a imagem pode ser vista tanto como uma representação quanto como uma aproximação do real, dependendo de como ela é experimentada e interpretada pelo indivíduo.