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Caminho de navegação do fórum - Você está aqui:FórumPsicanálise Integrativa: Comportamento socialDesafio
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Desafio

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A- Sistema Entrelaçado de Comportamento -  descreve a interação onde o comportamento de uma pessoa age como um ambiente para o comportamento de outra pessoa e vice-versa. As ações  de cada indivíduo influenciam e são influenciadas pelas ações de outros.

B-  Porque a ação de um indivíduo vai influenciar a ação de outro.

C- Contexto, Ação e Consequência.

Esta interação social (aula de matemática) apresenta um caso de mediação. A ação do professor está em ensinar as frações, e a ação de André (o aluno) está em aprender as frações. Caso a parte ativa do professor (ensinar) seja efetuada satisfatoriamente e a de André não, haverá um choque na estrutura da interação. É necessário que André também execute uma ação efetiva (aprender as frações) para que a interação seja considerada com êxito e vencedora

a) A situação descrita apresenta um caso de interação social por meio de participação ou mediação? Justifique.
Sim, é um caso de participação, porque tanto o professor quanto o aluno estão envolvidos ativamente no processo. O professor ensina e o aluno aprende, e essa troca só acontece por meio da interação entre os dois.

b) Por que é importante identificar o tipo de interação em casos como esse?
Porque isso ajuda a entender como os comportamentos se influenciam mutuamente, permitindo analisar melhor o processo de aprendizagem e como as consequências reforçam ou mantêm esses comportamentos.

c) Descreva os sistemas entrelaçados de comportamento nessa situação.
O comportamento do professor (ensinar frações) e do aluno (estudar frações) estão interligados. O ensino do professor só faz sentido porque o aluno participa, e o aprendizado do aluno só acontece porque o professor ensina. Assim, os dois formam um sistema de comportamentos entrelaçados, onde a ação de um depende e influencia a do outro.

Essa interação social ocorre por mediação. O professor não apenas está presente, mas organiza o ambiente, transmite os estímulos (conteúdo, explicações, exemplos) e modela respostas, funcionando como mediador entre o aluno e o objeto de conhecimento (a função matemática).

É importante identificar o tipo de interação em casos como esses porque reconhecer se é participação direta ou mediação permite compreender como o aprendizado se estabelece. A mediação envolve a presença de um terceiro elemento (o professor/conteúdo) que organiza a contingência para que a aprendizagem ocorra. Isso ajuda na análise de: Quais estímulos são apresentados,como as respostas do aluno são reforçadas, e de que maneira o conhecimento é transmitido. Assim, o educador pode planejar intervenções mais eficazes.

Pois bem, temos dois sistemas entrelaçados de comportamento, funcionando em tríplice contingência nessa situação:

1. Do professor:

Antecedente: situação de ensino (sala de aula, presença dos alunos, planejamento da aula).

Resposta: explicação, demonstração, perguntas, exemplos de funções.

Consequência: atenção do aluno, respostas corretas, envolvimento. Isso reforça o comportamento de ensinar.

2. Do aluno:

Antecedente: instruções do professor, exemplos apresentados, estímulos escritos no quadro.

Resposta: ouvir, perguntar, resolver exercícios de função.

Consequência: aprovação do professor, acertos, sensação de domínio. Isso reforça o comportamento de aprender/estudar.

Esses dois sistemas se entrelaçam: o comportamento do professor funciona como antecedente e consequência para o aluno, enquanto o comportamento do aluno funciona como consequência e antecedente para o professor. Assim, o ensino e a aprendizagem se mantêm numa relação recíproca.

Segundo Skinner, o comportamento social se define pela interdependência entre as ações de diferentes indivíduos, formando sistemas de entrelaçamento. As tríplices contingências explicam esse processo, ao mostrarem que todo comportamento ocorre em um contexto específico, gera consequências e se mantém pela relação contínua entre estímulos, respostas e efeitos no ambiente social.

a) No quadro apresentado, em que Pedro ensina matemática a André, é possível perceber que a interação social ocorre predominantemente por meio da mediação. Isso porque Pedro não apenas participa passivamente da atividade, mas atua como um mediador entre André e o objeto de conhecimento, que é a matéria que está ensinando (a matemática, frações). Sua função é organizar, orientar e traduzir o conteúdo de forma acessível, possibilitando que André construa sentido e desenvolva novas habilidades cognitivas. A participação simples implicaria apenas em estar junto, enquanto a mediação caracteriza-se por uma ação intencional que promove aprendizagem.

b) Identificar o tipo de interação em casos como esse é fundamental, pois permite compreender o papel de cada sujeito no processo educativo. Ao reconhecer a mediação, percebe-se que Pedro exerce influência direta sobre o modo como André se apropria do conhecimento. Essa diferenciação auxilia também professores, psicólogos e pesquisadores a analisar a qualidade das interações e a efetividade das estratégias pedagógicas, evitando confundir a simples presença ou colaboração com o trabalho de mediação que, de fato, potencializa o aprendizado.

c) Os sistemas entrelaçados de comportamento nessa interação podem ser descritos em três níveis. Primeiro, o sistema pedagógico, em que Pedro organiza explicações, dá exemplos e oferece apoio. Segundo, o sistema cognitivo, no qual André formula hipóteses, resolve problemas e assimila conceitos matemáticos. Por fim, o sistema sócio-afetivo, que permeia a relação de confiança, paciência e motivação entre os dois sujeitos. Esses sistemas se interdependem: a clareza e a postura de Pedro influenciam a disposição de André para aprender, enquanto o engajamento de André retroalimenta a atuação de Pedro. Assim, a interação é dinâmica, marcada por um entrelaçamento contínuo de ações, reações e significados compartilhados.

A sala de aula é um espaço social, onde o comportamento de cada aluno também é influenciado pela resposta do grupo. A interação entre pares pode funcionar como reforço positivo ou negativo, fortalecendo certas atitudes — como colaboração, ajuda mútua e respeito — ou, em contrapartida, perpetuando a desmotivação e o desinteresse, caso não haja uma mediação adequada.

Assim, a mediação docente, inspirada em Skinner, implica planejar estratégias que possibilitem ao estudante experimentar pequenos sucessos, receber feedback imediato e encontrar sentido em suas respostas. Isso exige do educador não apenas o domínio do conteúdo, mas também a sensibilidade para identificar quais práticas sociais e pedagógicas sustentam a aprendizagem e quais precisam ser modificadas.

Refletindo criticamente, percebo que a mediação dos conhecimentos na escola deve ultrapassar a dimensão técnica e se constituir como prática ética e social: ao reconfigurar as contingências presentes em sala de aula, o professor contribui para a formação de sujeitos críticos, autônomos e capazes de participar ativamente de sua comunidade.

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