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Desafio - Módulo II

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O estádio do espelho é mais do que um simples ato de observar a própria imagem. Lacan argumenta que esse momento é fundamental para a constituição do eu e da subjetividade, revelando as tensões entre a unidade imaginária e a divisão simbólica que caracterizam a experiência humana. Ao longo da vida, o sujeito continua a buscar o Ideal do Eu, muitas vezes de maneiras que refletem o impacto desse estádio inicial.

O estádio do espelho é um conceito psicanalítico que destaca a importância do reconhecimento da própria imagem na formação da identidade e do eu. Esse processo, segundo Lacan, é central para a compreensão da complexidade e da dinâmica do psiquismo humano. No caso, o irmão gêmeo enxerga seu irmão em sua própria imagem e transpõe à sua imagem por ser "igual" a ele, por sentir a sua ausência.

Lacan argumenta que, ao mesmo tempo em que o estádio do espelho gera um senso inicial de unidade, também cria uma sensação de alienação, uma vez que o eu percebido no espelho está fora do controle direto do sujeito. Essa divisão entre o eu percebido e o eu que age é fundamental para a compreensão da subjetividade.

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Jeane Santana Santos

Os irmãos gêmeos, inatos de sua natureza, compartilham a principio uma dependência física no ventre de sua mãe, e depois a pós o nascimento uma dependência emocional um do outro. Neste caso em especifico, o irmão que ficou em casa, ao ver seu reflexo no espelho assimila-o com a imagem de seu outro irmão. Isso nos dá por bases hipotéticas de que ambos os gêmeos ainda não desenvolveram sua percepção do Eu, não se reconhecendo em seu reflexo.

o irmão que ficara em casa, mostra uma dependência emocional para com seu irmão que foi a escola, ambos, fisicamente, são autônomos mas possuem uma forte ligação emocional por sempre estarem juntos. O fato de se parecerem, serem idênticos, talvez colabore para esta dependência, e o espelho tenha entregado uma visualização da figura do seu irmão como mecanismo de defesa para combater a angustia da "solidão".

Este desafio nos remete a uma nova abordagem do eu apartir do que Jacques Lacan traz. " situou o eu como instância do imaginário, ou seja, no campo do
desconhecido, da ilusão e da alienação, cuja fase denominou de “estádio do espelho”, o formador da função do eu". Lacan sugeriu que, ao identificar-se com a imagem no espelho, a criança entra em uma fase de alienação e ilusão. A identificação cria uma ilusão de unidade e totalidade, mas essa unidade é, na verdade, uma construção imaginária. O eu, então, é situado como uma instância no campo do imaginário, marcado pela alienação e pelo desconhecido. Durante esse estádio, a criança realiza uma identificação com a imagem no espelho. A imagem refletida torna-se uma unidade coesa, simbolizando a totalidade e a integridade do eu. Lacan argumentou que esse processo é crucial para a formação do eu e da identidade.  No entanto a criança ao se ver no espelho imagina que o reflexo seja o seu irmão X, uma vez que ele se reconhece na própria imagem do irmão X, ou seja o irmão seria o eu dele, como ele se identifica.

As crianças ainda estavam em construção do "eu". Ao ver refletida a imagem no espelho, o menino pensou se tratar do irmão devido serem tão semelhantes que não percebeu que era apenas uma imagem de si. ele ainda não havia passado pelo "estádio do espelho"  como afirma Lacan.

Podem existir algumas aflições neste contexto, como:

Um dos irmãos que se encontra na saudade do outro.

A mãe que assimila o espelho à falta de reconhecimento do filho em sua imagem x a imagem de seu irmão, logo tenta amenizar informando a volta do outro filho gêmeo.

Também poderia ser um humor ácido entre a reposta da mãe se o filho tivesse a compreensão de sua imagem, sabendo que neste dia ele está sozinho.

No aspecto de reconhecimento do espelho uma prática saudável, poderia estar a mãe entre seu filho apresentando os detalhes que o diferencia um do outro, incluindo seus aspectos físicos e emocionais para a identificação do eu.

Eles nunca haviam se separado, a ligação gemelar univitelinos é completamente de dependências, um se completa no outro. Ao ver sua imagem refletida no espelho o levou diretamente ao irmão. Não houve uma preparação para a quebra deste vínculo. Sou mãe de gêmeos, e muitas vezes, um adoecia e o outro adoecia também. Um se vê no outro.

Os irmãos gêmeos tem uma grande ligação pelo de fato de sempre estarem juntos, sendo assim ao se separarem ele se ente sem significado nenhum provocando esses sentimento de angustia que precisara ser tratado com acompanhamento dos pais.

No caso dos gêmeos pode existe uma percepção de identidade única, de fazer do irmão o seu próprio espelho, muitas famílias e a própria sociedade colaboram para aumentar isso aconteça, um exemplo é quando vestem os gêmeos exatamente igual, cortam o cabelo exatamente igual. Acredito que essas e outras atitudes fazem com que seu subconsciente unifique os dois.

Um está contente com o cachorro e outro está indiferente , ele ainda está se descobrindo o verdadeiro eu.

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