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Desafio - Módulo II

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O irmão não havia se percebido como ser individual, se achava extensão do irmão e quando percebeu que é um ser individual independente do irmão agiu da forma como agiu. Olhando para o seu reflexo se viu febre a frente consigo mesmo.

Relembramos o caminho da constituição do eu no desenvolvimento do ser humano:  Ao nascer, existe uma total impotência que deixa o recém-nascido impedido de experienciar um comportamento articulado, efetivo e eficiente, que é o estado de desamparo expresso por Freud no termo alemão Hilflosigkeit, que diz respeito à condição de alguém estar sem ajuda, sem socorro. Necessitamos entender esse estado de desamparo que o ser humano experimenta ao nascer, com sua total incapacidade de lidar com a abundância de
estímulos e com suas próprias forças remover o excesso através da satisfação. O estádio do espelho fundamentalmente trata do momento de constituição do eu, da identidade, do momento em que se estabelece a diferenciação entre o eu e o outro, em que ocorre também o delineamento das bordas e dos limites do nosso corpo. "A criança se reconhece em sua própria imagem, caucionada neste movimento pela presença e pelo olhar do outro (a mãe ou um substituto) que a identifica, que a reconhece simultaneamente nessa imagem. Nesse instante, porém o eu [je] é como que captado por esse eu [moi] imaginário: de fato, o sujeito, que não sabe o que é, acredita ser aquele eu [moi] a quem vê no espelho (ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 212)".

Com base na teoria de Lacan, do estágio espelho, os gêmeos se identificam como Eu, ao ser olhar no espelho, e não ao olhar para o outro, contudo por mais que as semelhanças físicas sejam grandes, cada pessoa é unica e possui sua própria personalidade.

Sentindo a falta do irmão, o menino reconhece no espelho a imagem do irmão e para suprir a carência de sua falta tenta interagir, pois ainda não tem maturidade para lidar com a separação.

 

quando esta capacidade de se reconhecer no espelho se desenvolve nos humanos,  envolve conceitos muito importantes para a psicologia como a autoconsciência e constituição do self.

O importante é ajudar o gêmeo a se reconhecer como um indivíduo separado do irmão, fortalecendo sua identidade própria e sua capacidade de se diferenciar do outro.

No caso dos irmão gêmeos, existe uma ligação muito forte entre eles, pois desde o ventre nunca estiveram separados, ainda não há maturidade para a percepção do seu eu visto que o espelho acaba sendo seu próprio irmão. Cabe a mãe ajuda-los a se descobrirem como indivíduos separados, com atividades e passeios dedicados a um por vez.

POdemos notar uma dificuldade na constituição do sujeito  através da imagem do corpo e do estádio do espelho,  cria-se uma dupla identificação de imagem aonde o eu corporal e o eu com o reconhecimento do outro se confundem gerando a incapacidade de separar o outro de si

Apesar de reconhecer-se enquanto outro se faz notório que o fato de serem univitelino causou uma dificuldade de diferenciar a própria imagem refletida no espelho, isso devido a serem fenotipicamente idênticos, talvez não tenha desenvolvido a propriocepção em relação ao irmão, motivo pelo qual fez a confusão, outra coisa a ser observada é a dependência que ele demonstra ter.

Na Psicanálise, a teoria do espelho está relacionada ao conceito de identificação e formação da identidade, conforme desenvolvido por Jacques Lacan. Quando se fala sobre como um gêmeo se vê através do espelho, é interessante considerar a perspectiva da psicanálise nesse contexto.

 

Para Lacan, o estágio do espelho é crucial no desenvolvimento da criança e na formação de sua imagem corporal e identidade. Nesse estágio, que ocorre por volta dos 6 aos 18 meses de vida, a criança reconhece sua imagem refletida no espelho como sendo uma totalidade unificada e externa a ela. É nesse momento que a criança começa a desenvolver uma noção de si mesma como um sujeito separado do ambiente e dos outros.

 

No caso de gêmeos, o processo de identificação através do espelho pode ser complexo, pois a presença de um irmão ou irmã que compartilha características físicas semelhantes pode influenciar a forma como cada um se percebe individualmente. A relação entre os gêmeos pode desempenhar um papel importante na construção da identidade de cada um, podendo haver uma interação entre a imagem refletida no espelho e a imagem internalizada do outro gêmeo.

 

Assim, para a Psicanálise, o modo como um gêmeo se vê através do espelho pode ser influenciado pela dinâmica da relação com o irmão ou irmã gêmea, pela forma como cada um se identifica e se diferencia do outro, e pela maneira como constroem suas identidades individuais em meio às semelhanças e diferenças compartilhadas.

Cabe a mãe explicar a individualidade de cada um.

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