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Desafio - Módulo II

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Eu acredito que o comportamento dos pais influenciou nesse ato dele achar que no espelho era o seu irmão. Pois a mãe devia sempre ter atendido os dois ao mesmo tempo, colocado roupas iguais neles, servido a mesma refeição, enfim, não deixando cada um desenvolver seu próprio eu, suas autenticidades.

No caso em questão, percebe-se uma criança que vê a imagem de si mesmo no espelho; que é o eu, mas ao mesmo tempo é o outro (irmão gêmeo). Neste estádio acontece a constituição do eu e é através da identificação com o outro (geralmente com a mãe) que ele aprenderá a assimilar a forma do seu corpo.

Como vem sendo amplamente discutido o filho que fica em casa e provavelmente o que foi pra escola também, ambos não plena consciência do Eu próprio. A criança não foi apresentada a si mesma, a técnica do espelho, a criança, amadurece e se reconhece dia - dia. com as linguagens verbais e não verbais.

  1.            Mediante aos conteúdos propostos esta situação dos irmãos gêmeos quando se refere aos cuidados na
    relação materna de filhos gêmeos, é evidente que o investimento emocional da mãe recebe características ainda mais específicas, pois precisará
    dispor de uma atenção ainda maior, que os contemple nos aspectos individuais. Por se tratarem de duas crianças que crescem simultaneamente, é uma tarefa bastante complexa para a mãe atender tais necessidades de forma imediata, pois nessa situação, têm sempre outro bebê com quem acabam se confrontando, na luta por sua atenção e cuidado. Desta forma torna-se essencial que esta mãe conheça as particularidades de seus (suas) filhos (as), suas semelhanças e diferenças, para que assim possibilite os caminhos de construção da individualidade de cada criança.

A compreensão psicanalítica da imagem e do olhar relaciona-se intimamente a dois conceitos: o fetiche e a fantasia. Vamos abordá-los a partir de um texto fundamental, Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Freud, 1905), no qual se estabelecem as balizas teóricas que orientarão todo o desenvolvimento futuro desses objetos teóricos e o conceito de pulsão escópica, a pulsão que constitui o olhar, é pela primeira vez enunciado em sua especificidade.Freud trata a questão do olhar em harmonia com suas demais reflexões acerca da constituição da sexualidade humana, tomando como ponto de partida a perversão em que este é o componente central, a escopofilia, e seu complemento, o exibicionismo. Estes, em conjunto com várias outras correntes pulsionais perversas, são as fundações que podem vir a constituir a sexualidade humana “normal”. Assim, ele propõe o olhar constituído pulsionalmente como extensão do toque, a serviço da atividade erógena de contemplação dos próprios órgãos genitais, a qual ocorre via de regra acompanhada da exibição dos mesmos, e complementarmente da atividade de contemplação do sexo de outras crianças.

Os irmãos criados juntos, se reconhecem um no outro e ainda não compreenderam que possuem identidades diferentes apesar de terem as mesmas características. Há crianças que separadas do irmão gêmeo sentem como se não estivessem completas, justamente por estarem interligadas um a outro.

O irmão gêmeo doente que ficou em casa e teve contato com a imagem de si mesmo refletida no espelho, ainda estava habituado a ideia imaginaria de que ele e o outro irmão gêmeo são um, e por serem um, fazem tudo juntos, inclusive brincar. Ao se ver no espelho como um corpo e receber o olhar do outro (figura materna) como confirmação de que ele é um, separado do outro (irmão) e observador (mãe), se constitui na mente dele a ideia de individualidade e formação do eu como individuo.

 

 

Aonde entra a ajuda de um especialista ,para fazer eles entenderem que em certo momento da sua vida cada um vai ter que ficar sozinho

Cada um tem suas proprias escolhas. Eu chamo de natureza humana. E no caso em questão, o menino escolhe e vai construindo/criando as proprias escolhas. Sem copiar o irmão, mais parecidos que sejam, certamente, ao longo do tempo, eles irao construir sua personalidade, gostos , atitudes diferentes. E diferente nao eh errado. Pelo contrario, e ser uma pessoa unica na sociedade. O irmão a pode amar futebol enquanto o irmão b pode simplesmente odiar. E esta tudo bem. O que nao pode eh a mae obrigar a esse menino a gostar. (teclado em ingles, desculpa).

Encontrei um trabalho muito interessante sobre o tema, que acredito explicar a situação dos gêmeos.

"Para que se constitua a ilusão necessária de ser uma pessoa total, precisamos de um semelhante ou de um espelho que represente o sujeito a partir de um vazio. A mãe, o Outro primordial, precisa ser o espelho em que o bebê se poderá olhar. Os gêmeos podem ter dificuldades para atravessar esse momento constituinte porque, em vez de encontrar um vazio, o irmão pode preencher essa falta. Pode ocorrer então que o estádio do espelho se converta num espelhismo: "não há outro lugar senão o do duplo, sem abertura ao simbólico" (Salzberg, 2000, p. 192)."

Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2015000300006

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