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Desafio - Módulo IV

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Uma proposta que considera os vínculos entre usuário e profissional e reconhece o usuário como sujeito ativo permite um cuidado mais humanizado e horizontal. Isso fortalece a escuta, o acolhimento e a construção conjunta do plano terapêutico. Ao valorizar a subjetividade do usuário e suas vivências, cria-se um espaço de cuidado mais ético, participativo e efetivo.

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leandro.raicoski

A partir dos estudos sobre behaviorismo, aprendemos que o sujeito se desenvolve não somente através de suas experiências internas (formação do id, ego, super-ego, e outras instâncias propostas por Freud), mas também se desenvolve através da interação com o meio à sua volta. Neste sentido, para que possamos auxiliar o indivíduo no seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, etc. , devemos incluir o fator da interação social deste indivíduo com os profissionais que o auxiliam. Neste sentido, ao apresentarmos um ambiente acolhedor para o paciente, onde este também se sinta seguro para se expressar e comunicar suas demandas e ter voz em relação ao seu tratamento, podemos propiciar resultados mais positivos e duradouros, uma vez que tal ambiente acolhedor pode influenciar, condicionar e ajudar o paciente a superar suas dificuldades relacionais com a sociedade que o circunda.

O espaço entre o profissional da saúde e do paciente, não deve ser um local de desconforto, medo, apreensão e distância.

Ao iniciar o cuidado horizontal, terá a proximidade entre ambos e desafios da rotina e do ambiente podem ser vistos e repensados para que o paciente, usuário tenha confiabilidade no projeto.

Podendo assim criar vínculos e possibilidades de interação para investigar o comportamento do paciente.

 

Ao propor essa abordagem no debate com a equipe, podemos construír um plano de cuidado singular, que leve em conta a história de vida do sujeito, suas redes de apoio, seus modos de existência, suas demandas reais e os atravessamentos institucionais. Trata-se de um processo contínuo em que o acompanhamento da evolução não se resume a indicadores biomédicos, mas inclui transformações subjetivas, fortalecimento de autonomia e ampliação da vida.

A consideração dos vínculos e da condição de sujeito do usuário é o alicerce para um cuidado que respeita a dignidade humana, promove autonomia e constrói relações mais equitativas e eficazes. Reconhecer a condição de sujeito do usuário, significa vê-lo como um indivíduo com sua própria história,valores,desejos e conhecimentos sobre sua própria vida e saúde..E isso não se trata de um objeto passivo, mas de um processo de cuidado!!!

 

O "espaço de cuidado horizontal" refere-se a um modelo de atenção em saúde que busca promover relações mais colaborativas e igualitárias entre profissionais de saúde e pacientes, onde as decisões são compartilhadas e construídas em conjunto. Em vez de uma hierarquia vertical, onde o profissional de saúde detém todo o conhecimento e poder, o cuidado horizontal enfatiza a autonomia do paciente e a valorização do seu saber sobre sua própria saúde. O cuidado horizontal considera o paciente como um todo, levando em conta seus aspectos físicos, emocionais e sociais, ao invés de focar apenas na doença.  

Com certeza, horizontalizar de uma forma abrangente, segura e acolhedora será de grande importância para os melhores resultados do projeto. Obviamente isso deve ser previamente conversado, debatido e discutido entre os profissionais do serviço público para que, além de um simples "bom ambiente de trabalho", isso se torne uma ajuda complementar e secundária para o bom aproveitamento do tratamento dos pacientes.

Creio mesmo que a sensação de bem estar e segurança auxiliam muito os resultados, tanto para pacientes como até mesmo para os profissionais envolvidos

Os cuidados em saúde mental são uma intervenção que se realiza em um sujeito com o propósito de curá-lo, ajudá-lo a superar seus problemas psíquicos, mas essa intervenção também pode ter uma dimensão "normalizadora" de adequação do sujeito a uma normatividade socialmente vigente, anulando sua singularidade subjetiva. Para que a psicologia ou a psicanálise não se tornem em instrumentos de poder, em uma tecnologia do poder, voltada à produção de subjetividades normativas e ajustadas, torna-se necessário que as relações entre cuidadores e pacientes sejam horizontais, onde se dê espaço para o sujeito experimentar sua singularidade sem ser coagido a adequar-se a algum padrão social.

Ou seja, atender de forma que Não se dê comandos, lições ou ensinamentos ao paciente. Mas sim, buscar encontrar o que o paciente tem, ou precisa de forma investigativa. Porém, sem apontar um caminho ou algo assim; Apenas ajudá-lo a refletir por si mesmo, e assim com que ele decida o próprio caminho a seguir. Não na intenção  de curá-lo, mas sim de ajudá-lo a aprender a se desvencilhar dos problemas internos e/ou externos. Quem sabe vencê-los, sim, mas sozinho. E não porque o profissional disse o que fazer.

Uma proposição que considera os vínculos entre usuário e profissional, bem como a condição de sujeito do usuário, contribui significativamente para a constituição de um espaço de cuidado horizontal porque rompe com a lógica hierárquica tradicional que posiciona o profissional como detentor absoluto do saber e o usuário como mero receptor passivo.
Ao reconhecer o usuário como sujeito ativo, agente de sua própria história e participante do processo terapêutico, estabelece-se uma relação de mutualidade e escuta, em que o cuidado é construído conjuntamente. Isso está alinhado com o paradigma da promoção da saúde proposto pelo SUS, que valoriza a autonomia, o acolhimento e a corresponsabilidade.Na perspectiva psicanalítica, tal abordagem permite uma escuta atenta às singularidades do sujeito e às implicações inconscientes das relações estabelecidas no espaço de cuidado. A horizontalidade, portanto, não é apenas um arranjo técnico ou político, mas também ético e subjetivo, promovendo vínculos mais autênticos e transformadores.

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