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Desafio - Módulo VI

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Laura cria um mecanismo de defesa fantasioso, imaginário no intuito de ocultar os ciúmes que ela sente de seu irmão.

Acredito que o mecanismo de defesa que está sendo expresso na história de Laura é a fantasia.

A fantasia é um mecanismo de defesa no qual a criança (ou adulto) utiliza a imaginação para lidar com conflitos internos ou emoções difíceis. No caso de Laura, a inveja e o ciúme do irmão recém-nascido são sentimentos reprimidos, e, ao invés de expressá-los diretamente, ela os canaliza para um jogo imaginário no qual assume o papel de um mágico com poderes de transformação. Esse mecanismo permite que a criança tenha um senso de controle e poder sobre suas emoções e o ambiente, reduzindo a angústia gerada pela rivalidade fraterna.

Apesar de que na lista clássica dos dez mecanismos de defesa descritos por Anna Freud, a fantasia não é mencionada explicitamente ela é reconhecida dentro da psicanálise como um meio de lidar com impulsos e ansiedades, sendo frequentemente associada a outros mecanismos de defesa.

Portanto, a fantasia pode ser considerada um mecanismo de defesa em um sentido mais amplo, pois ajuda a reorganizar emoções e evitar o contato direto com sentimentos dolorosos.

O comportamento de Laura sugere o uso do mecanismo de defesa da formação reativa e da fantasia.

A formação reativa ocorre quando um impulso inaceitável é transformado em seu oposto consciente. No caso de Laura, o desejo inconsciente de invejar ou sentir ciúmes do irmão recém-nascido é suprimido e substituído por um comportamento aparentemente oposto, no qual ela assume um papel de poder e controle sobre o mundo por meio da fantasia de ser uma mágica. Essa substituição permite que a inveja e o ciúme permaneçam inconscientes, protegendo-a do conflito interno e da culpa que esses sentimentos poderiam gerar.

Além disso, o uso da fantasia como mecanismo de defesa é evidente. A fantasia permite que Laura escape da realidade indesejada (o ciúme do irmão) e encontre um refúgio onde se sente poderosa e no controle. Ao invés de lidar diretamente com o afeto doloroso, ela desloca sua energia psíquica para um jogo imaginário, onde pode exercer domínio sobre seu ambiente sem precisar confrontar seus verdadeiros sentimentos.

Esse mecanismo é comum no período de latência, quando a criança começa a internalizar normas sociais e morais, tornando certos impulsos inaceitáveis para sua autoimagem. Assim, a fantasia e a formação reativa atuam juntas como uma forma de defesa contra o sofrimento emocional.

No trecho que você compartilhou, o comportamento de Laura pode ser interpretado através do conceito de **mecanismo de defesa** da psicanálise, especificamente a **formação reativa** e a **fantasia**.

Formação Reativa

A formação reativa é um mecanismo de defesa em que uma pessoa age de maneira oposta ao que realmente sente. No caso de Laura, ela tem sentimentos de inveja e ciúmes em relação ao seu irmão recém-nascido, mas esses sentimentos são difíceis para ela reconhecer ou expressar. Em vez de lidar diretamente com a inveja, ela cria um jogo imaginário onde é um "mágico", o que pode ser uma forma de desviar sua atenção dos sentimentos negativos e transformá-los em algo mais positivo ou aceitável.

Fantasia

Além disso, o jogo imaginário em que Laura interpreta um papel de poder reflete o uso da fantasia como um mecanismo de defesa. Ela cria um mundo onde possui controle e poder, o que pode ser uma forma de lidar com a impotência que sente diante da chegada do irmão e da competição por amor e atenção dos pais.

Esses mecanismos ajudam Laura a evitar o conflito interno causado pela inveja, permitindo que ela expresse seus sentimentos de maneira mais aceitável e segura em sua imaginação. Esse tipo de análise é fundamental na compreensão das dinâmicas emocionais na psicanálise freudiana.

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