Desafio - Módulo VI
No meu entendimento, a menina com ciúmes do irmão menor está no processo de sublimação, onde ao fantasiar que tinha poderes mágicos para influenciar, manifestar ou mudar a realidade, relacionada aos seus próprios desejos, sobre como ela queria que seus pais agissem em relação a ela e ao irmão, não fazendo diferenciação entre eles. Na fantasia onde quem está no comando é o Eu, ela de forma lúdica criou uma realidade paralela para justificar o ciúmes recalcado do irmão. Transferiu sua insatisfação recalcada para o irreal, criando uma narrativa que justificasse seu ponto de vista e o que ela sentia perante a sociedade, que neste caso, é a psicanalista e os seus pais.
Regressão: é a volta a um período de desenvolvimento anterior na busca de
um conforto, segurança e gratificação sentidas nessa fase. Segundo Volpi
(2008, p. 2), “é um modo de defesa bastante primitivo e, embora reduza a
tensão, frequentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original”.
Exemplo: uma criança que volta a fazer xixi na cama quando nasce um
irmãozinho.
No caso de Laura , ela cria um universo fantasioso para regastar a atenção dos pais que a mesma sente que perdeu com a chegada do seu irmãozinho.
Na psicanálise, os mecanismos de defesa são estratégias inconscientes utilizadas pelo ego para lidar com conflitos emocionais, reduzindo a ansiedade e tornando sentimentos inaceitáveis mais suportáveis. No caso apresentado, Laura, uma criança no período de latência (6 a 11 anos), manifesta um comportamento lúdico ao criar um jogo imaginário no qual interpreta o papel de um mago com poderes transformadores. Esse comportamento ocorre sempre que sente inveja ou ciúme do irmão recém-nascido, tornando-se um indicativo da utilização do mecanismo de defesa da fantasia.
A fantasia é um recurso psíquico que permite à criança lidar com frustrações e desejos reprimidos ao criar um mundo alternativo onde tem mais controle sobre a realidade. No caso de Laura, a experiência de ter um irmão recém-nascido pode ter gerado sentimentos de perda de espaço e atenção dentro da família, sentimentos que não são expressos diretamente, mas deslocados para sua brincadeira mágica. Dessa forma, ao se imaginar como um mago poderoso, ela reequilibra simbolicamente seu papel na dinâmica familiar, compensando a sensação de impotência gerada pelo ciúme. Além da fantasia, outros mecanismos como o recalque (repressão do desejo de rivalizar com o irmão) e a sublimação (transformação desse sentimento em atividade criativa) também podem estar presentes. Esse processo ilustra como a mente infantil encontra caminhos simbólicos para lidar com emoções difíceis, preparando o indivíduo para formas mais maduras de regulação emocional na vida adulta.
O comportamento de Laura, ao criar um jogo imaginário onde ela é uma "mágica" com poderes para transformar o mundo ao seu redor, revela um mecanismo de defesa conhecido como fantasia ou criação de mundos imaginários. Esse mecanismo é comum durante o período de latência e serve como um meio de lidar com sentimentos complexos, como inveja e ciúmes.
Ao se colocar na posição de uma figura mágica que pode controlar e influenciar os acontecimentos, Laura está, de certa forma, projetando sua impotência frente à situação com seu irmão recém-nascido. A presença desse novo irmão pode ser vista como uma ameaça à sua posição na família, gerando sentimentos de inveja que são difíceis de reconhecer ou expressar abertamente, especialmente em uma fase em que as crianças costumam suprimir emoções negativas em favor de comportamentos socialmente aceitos.
A fantasia permite que Laura lide com esses impulsos de uma maneira menos dolorosa e mais segura, oferecendo uma forma de expressar seu desejo de controle e poder em uma situação que ela percebe como desigual. Essa manifestação simbólica de sua necessidade de influência é uma maneira de trabalhar suas emoções, permitindo que ela experimente, mesmo que de forma indireta, o desejo de modificar a realidade em que se sente ameaçada.
Em resumo, o jogo imaginário de Laura expressa o desejo de poder e controle como uma defesa contra a inveja e os ciúmes que sente em relação ao irmão, permitindo-lhe explorar esses sentimentos de forma criativa e protegida.
No cuidado de defender seu espaço, visando em seu entendimento o dominio do território com objetivo de se tornar a aunica no espaço familiar pai e mãe, a mesma utilisandfo um mecanismo de defesa, simulava um pseudo poder de transformar ou determinar determinados atos em que o mundo ficaria do jeito que ela desejava.
podemos observar de forma clara que o Ego se manifesta no intuito claro de eliminar o perigo que para ela, era o irmão que neste periodo de vida, recebia todo o carinho e afeto dos pais.
O ego utiliza-se de um número limitado de defesas durante os períodos da
vida, podendo escolher ora um, ora outro método. No caso de Laura acredito que utilizou o mecanismo da repressão. O sentimento de inveja/ciúmes foi retirado do consciente, mas manteve-se em seu inconsciente gerando influência no comportamento através do
desenvolvimento de sintomas, como o das fantasias. Mas, sinceramente existem outros mecanismos que poderiam justificar o comportamento da criança, no entanto tenho dificuldades somente como material estudado de identificar corretamente.
A negação, no contexto freudiano, é um dos mecanismos de defesa do ego. Ela ocorre quando um indivíduo se recusa a aceitar uma realidade que é dolorosa ou angustiante, substituindo-a por uma realidade alternativa mais aceitável. Em vez de lidar com uma situação ou emoção que cause sofrimento, a pessoa "nega" essa realidade, o que pode se manifestar como uma desconexão ou distorção da realidade percebida.
Sublimação, pois ela canaliza os impulsos inaceitáveis ou proibidos em atividades mais aceitáveis e construtivas.
Está se sentindo oprimida, no entanto se retém possivelmente para amenizar o ato.
A criação de uma fantasia lúdica é algo característico de fases iniciais do desenvolvimento infantil, como o estágio de imaginação ativa, onde a criança explora o mundo por meio do "faz de conta". Esse retorno a uma forma de expressão mais primitiva é o que caracteriza o comportamento como regressivo.
Nessa idade (6 a 11 anos), espera-se que a criança comece a lidar com a realidade de maneira mais madura, mas a situação desafiadora a faz "voltar no tempo" para lidar com o conflito de forma mais confortável.