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Desafio - Módulo VI

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Entendo como mecanismo de Formação reativa que  é quando a pessoa sente uma coisa, mas faz o contrário pra esconder. Exemplo: sente inveja, mas finge que gosta e mecanismo de Sublimação que  é quando a pessoa transforma um sentimento ruim em algo bom, tipo brincar ou fazer arte.

Ela cria um mundo imaginário ( escapismo) no qual possui poderes extraordinários. Esse tipo de fantasia funciona como forma de escapar da angústia real — a inveja e a frustração de não ter a atenção que o irmão recebe — e atuar num universo em que ela se sente poderosa e valorizada .

Por que isso importa?

  • Proteção emocional: Esses mecanismos permitem que a criança lide com sentimentos difíceis (inveja, desamparo) sem se sentir sobrecarregada.

  • Não são patológicos: Até certa idade, o pensamento mágico e a fantasia são parte do desenvolvimento infantil normal.

A menininha está usando sobretudo fantasia/pensamento mágico, possivelmente acompanhado de regressão, para reconfigurar seu mundo interno  como escapismo com mais controle e poder, numa tentativa inconsciente de neutralizar o incômodo da inveja.

No caso apresentado, Laura, uma menina no período de latência, demonstra dificuldade em reconhecer e expressar sentimentos de inveja em relação ao irmão recém-nascido. Freud e Anna Freud nos ensinam que o ego utiliza mecanismos de defesa inconscientes para lidar com impulsos inaceitáveis ou angustiantes, como aqueles derivados das pulsões do id. A forma como Laura canaliza esse afeto, transformando seu desejo inconsciente em um jogo simbólico e imaginativo, onde ela desempenha o papel de um ser mágico com poderes transformadores,  é uma expressão clara do mecanismo de defesa da sublimação. Por meio da fantasia, ela desloca a energia pulsional para uma atividade criativa e socialmente aceitável, afastando-se da culpa consciente. Além disso, pode-se identificar o uso do mecanismo de recalcamento, pois o impulso original (inveja e desejo de exclusividade em relação aos pais) é empurrado para fora da consciência e não é facilmente acessado nem mesmo em análise, evidenciando sua força inconsciente. Portanto, observa-se a atuação de mecanismos como recalque e sublimação, que protegem o ego da angústia gerada pelo conflito entre desejo e realidade, ao mesmo tempo em que revelam a riqueza simbólica presente no mundo infantil.

O mecanismo de defesa que Laura está utilizando é a formação reativa associada à fantasia onipotente como expressão de recalque de impulsos inaceitáveis, especialmente a inveja e o ciúme do irmão recém-nascido. Laura está na fase de latência, período em que os impulsos instintuais, especialmente os de natureza sexual e agressiva, tendem a ser recalcados com mais intensidade. Nesse contexto, a inveja e o ciúme do irmão — sentimentos inaceitáveis para o superego em formação, não são diretamente expressos, mas desviados para uma produção imaginária. Trata-se de um mecanismo no qual o sujeito lida com um impulso inaceitável (neste caso, a inveja ou desejo agressivo em relação ao irmão) substituindo-o por um comportamento oposto. Laura não admite sua inveja; em vez disso, ela a encobre com uma atitude aparentemente mágica e poderosa — uma fantasia compensatória que mascara seu sentimento de impotência frente à nova realidade familiar. Ela assume o papel de um "mágico" com controle total sobre o mundo. Isso pode ser interpretado como uma fantasia de reparação ou negação da realidade, típica do narcisismo infantil, na qual a criança tenta restabelecer uma posição de centralidade e controle, já que se sente ameaçada emocionalmente pela chegada do irmão, que agora ocupa o lugar de "preferido" dos pais. O impulso original (inveja do irmão) é recalcado, ou seja, afastado da consciência. Por isso, é “excepcionalmente difícil descobrir algum vestígio desse impulso” na análise. Ele não desaparece, mas retorna disfarçado na forma do jogo de faz de conta. Laura está expressando impulsos recalcados de inveja por meio de uma formação reativa e fantasia onipotente, como defesa contra sentimentos que julga inaceitáveis. A análise cuidadosa desses jogos simbólicos é fundamental para trazer à luz o afeto recalcado e possibilitar sua elaboração.

A fantasia de ser mágico revela fantasia onipotente, como mecanismo de defesa contra sentimentos de exclusão, perda de amor ou ameaça de desvalorização frente ao irmão recém-nascido. Essa defesa permite à criança sentir que ainda tem controle, mesmo que imaginário, sobre seu mundo emocional e familiar.

Ao fantasiar que tem poderes, a criança reage de forma oposta àquilo que sente (insegurança, ciúme, abandono). A força mágica é uma forma de mascarar sentimentos de fraqueza ou inferioridade diante do novo bebê.

Em um primeiro momento eu iria associar ao mecanismo de fantasia. Necesário mais análises, mas diante dos ciúmes  e invejas também não descartaria a dissociação. Vários sentimentos como amor e ódio no mesmo objeto.

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