Desafio - Módulo VIII
A psicologia social é o ramo da psicologia que estuda como as pessoas pensam, sentem e se comportam em contextos sociais, levando em consideração como as interações sociais influenciam esses processos. Para entender as complexas dinâmicas entre o indivíduo e a sociedade, diversos modelos teóricos surgiram ao longo do tempo. Esses modelos buscam explicar como as atitudes, crenças, percepções e comportamentos dos indivíduos são moldados pelas interações com outros e pelo ambiente social ao redor.
Cada abordagem teórica pode ser vista como uma ferramenta diferente utilizada pelos psicólogos sociais para desbravar essas interações, semelhantes às diversas ferramentas usadas para abrir um presente embalado com múltiplas camadas de material. Ao combinar essas diferentes ferramentas, a psicologia social oferece uma compreensão mais completa dos fenômenos sociais.
1. Behaviorismo (Comportamentalismo)
O behaviorismo é uma corrente teórica que enfatiza o estudo dos comportamentos observáveis, rejeitando o foco nas experiências subjetivas ou processos mentais internos. Teóricos como John Watson e B.F. Skinner argumentam que as ações humanas são adquiridas por meio de condicionamento, seja por condicionamento clássico (associação entre estímulos) ou *condicionamento operante* (reforço ou punição de comportamentos). No contexto da psicologia social, o comportamento social é moldado pelas recompensas e punições recebidas em situações sociais.
- Exemplo: A formação de atitudes pode ser explicada pela ideia de que certos comportamentos sociais são reforçados positivamente (como elogios ou aprovação do grupo), enquanto outros podem ser punidos (como a reprovação social).
- Limitação: O comportamento é visto de forma mecanicista, desconsiderando aspectos cognitivos e emocionais importantes, como as motivações e os pensamentos internos que orientam a ação.
2. Cognitivismo
O cognitivismo foca nos processos mentais envolvidos na percepção, interpretação, memória e tomada de decisão. Influenciado por psicólogos como George Kelly e Albert Bandura, o cognitivismo considera o ser humano como um processador ativo de informações, em vez de um simples reator a estímulos. No campo da psicologia social, essa abordagem investiga como as pessoas interpretam, armazenam e utilizam as informações para formar julgamentos e atitudes em relação aos outros e ao mundo social.
- Exemplo: A Teoria da Atribuição de Fritz Heider e Harold Kelley estuda como as pessoas explicam o comportamento dos outros, atribuindo-o a causas internas (como características de personalidade) ou externas (como a situação).
- Limitação: Embora o cognitivismo seja fundamental para entender a formação de crenças e atitudes sociais, ele pode negligenciar as influências emocionais e o contexto social mais amplo que também afeta o comportamento.
3. Psicologia Psicodinâmica
Baseada nas ideias de Sigmund Freud e mais tarde expandida por teóricos como Erik Erikson, a psicologia psicodinâmica destaca o papel do inconsciente e dos conflitos internos no comportamento humano. A psicologia psicodinâmica propõe que muitos dos nossos comportamentos sociais são motivados por processos inconscientes, que envolvem desejos reprimidos, impulsos instintivos e experiências passadas que ainda afetam as interações sociais.
- Exemplo: Um indivíduo que tem inseguranças profundas pode projetar essas inseguranças em outra pessoa, interpretando suas ações como críticas, sem que isso seja verdade. Isso pode ser explicado pela projeção, um mecanismo de defesa psíquico.
- Limitação: A teoria psicodinâmica enfrenta críticas por ser difícil de testar empiricamente e por seu foco excessivo nos aspectos negativos da psique humana. Além disso, ela pode não ser tão eficaz em explicar comportamentos sociais mais imediatos ou superficiais.
4. Teorias Socioculturais
As teorias socioculturais, como as de Lev Vygotsky e Uri Bronfenbrenner, enfatizam que o comportamento humano e os processos psicológicos são moldados pelos contextos culturais, sociais e históricos. Para Vygotsky, por exemplo, o desenvolvimento cognitivo é intrinsecamente social, pois ocorre dentro de um contexto cultural específico e por meio de interações sociais. O processo de aprendizagem, portanto, não ocorre apenas dentro da mente individual, mas também na troca com os outros.
- Exemplo: A ideia de que as normas sociais e as práticas culturais influenciam profundamente a forma como os indivíduos se comportam em sociedade, como os valores compartilhados que determinam o que é considerado "aceitável" ou "inaceitável" em uma determinada cultura.
- Limitação: Embora o contexto social seja indiscutivelmente importante, a teoria sociocultural pode, às vezes, subestimar os fatores biológicos ou individuais que também desempenham um papel significativo nas ações humanas.
5. Teoria da Identidade Social
A Teoria da Identidade Social, formulada por Henri Tajfel e John Turner, argumenta que as pessoas se identificam e se definem, em grande parte, pelos grupos aos quais pertencem, como etnia, nacionalidade, classe social, entre outros. Isso gera a formação de ingroup (grupo de pertencimento) e (outros grupos), e essas identificações têm um impacto significativo nas atitudes sociais, como o preconceito e a discriminação.
- Exemplo: O preconceito contra um grupo minoritário pode ser explicado pela tendência humana de favorecer os membros do próprio grupo (ingroup), enquanto desvaloriza e marginaliza os membros dos outros grupos (outgroup).
- Limitação: A teoria foca fortemente na dinâmica entre grupos e pode não abordar bem as interações entre indivíduos dentro de um mesmo grupo ou as variabilidades individuais dentro de cada grupo.
6. Teorias Humanistas
A psicologia humanista, influenciada por Carl Rogers e Abraham Maslow, destaca a busca pelo potencial humano, a autorrealização e a importância de um ambiente social empático e de aceitação para o crescimento pessoal. Para os humanistas, os indivíduos têm uma tendência natural para o desenvolvimento e a melhoria, e as interações sociais positivas são essenciais para esse processo.
- Exemplo: Maslow, com sua Hierarquia das Necessidades, sugere que as pessoas buscam satisfazer suas necessidades básicas, como alimentação e segurança, antes de atingir um nível mais alto de autoatualização, onde o potencial humano é plenamente desenvolvido.
- Limitação: A abordagem humanista é muitas vezes criticada por ser excessivamente idealista e por não levar em conta suficientemente as dificuldades sociais, econômicas e estruturais que limitam o desenvolvimento individual.
Relação entre as Correntes Teóricas
Embora as diversas correntes teóricas da psicologia social possam parecer distintas, elas não são mutuamente exclusivas. Pelo contrário, elas se complementam e podem ser aplicadas em conjunto para fornecer uma compreensão mais abrangente do comportamento social. Cada uma dessas teorias oferece uma "ferramenta" única para examinar diferentes aspectos da interação social:
- Behaviorismo e Cognitivismo podem ser úteis para explicar como os comportamentos são aprendidos e como as pessoas interpretam o mundo social.
- Psicodinâmica e Teoria da Identidade Social ajudam a entender como o inconsciente, os processos emocionais e as relações grupais influenciam a identidade e as atitudes sociais.
- Teorias Socioculturais e Humanistas enfatizam o impacto do contexto cultural e da experiência humana no desenvolvimento social.
Cada uma dessas abordagens oferece uma perspectiva valiosa para a análise do comportamento social, e, ao serem combinadas, proporcionam uma visão mais rica e holística do ser humano em seu contexto social.
Conclusão
Assim como ao abrir um presente, diferentes ferramentas podem ser necessárias para superar as camadas de papel, plástico e madeira, na psicologia social diversas abordagens teóricas são fundamentais para superar as complexidades do comportamento social e revelar as dinâmicas subjacentes à interação entre o indivíduo e a sociedade. Essas teorias, ao se complementarem, oferecem uma análise mais profunda e completa dos processos psicológicos envolvidos na vida social. Portanto, como estudantes de psicologia, é crucial entender e integrar essas abordagens teóricas, aplicando-as de forma flexível e contextualizada no estudo das interações humanas.
Tesoura: psicologia social comportamental
Faca: psicologia social cognitiva
Serrote: psicologia social critica
A psicologia social estuda como os indivíduos são influenciados por outros, tanto em nível individual quanto coletivo, e utiliza diferentes correntes teóricas para entender essas interações . cada abordagem oferece uma perspectiva única sobre com o a sociedade molda o comportamento e a percepção dos indivíduos.
Entender as influencias do meio no indivíduo
A analogia apresentada compara o processo de abrir uma caixa de presente ao uso das diferentes correntes teóricas da psicologia social para compreender a interação entre indivíduo e sociedade. Assim como cada ferramenta desempenha um papel específico para remover camadas da embalagem até revelar o presente, cada abordagem teórica oferece um olhar único e complementar para desvendar as complexidades das relações humanas.
A psicologia social psicológica funciona como a tesoura, uma ferramenta simples e direta que ajuda a cortar o plástico. Ela foca nos aspectos individuais das relações sociais, explorando como as pessoas vivenciam e interpretam suas interações com os outros. Por exemplo, essa abordagem pode estudar como uma pessoa se sente em um evento social e como suas emoções e pensamentos são influenciados por essas experiências.
A psicologia social sociológica, por sua vez, é como a faca de cozinha usada para remover o papelão. Ela analisa como grupos e estruturas sociais moldam o comportamento humano. Essa abordagem investiga o impacto das normas sociais, das interações coletivas e das dinâmicas grupais. Um exemplo seria compreender como o comportamento em grupo em um evento afeta o senso de pertencimento e identidade das pessoas.
Já a psicologia social crítica ou histórico-crítica é comparada ao serrote, uma ferramenta mais robusta usada para remover a camada mais resistente, como a madeira. Essa abordagem busca ir além da superfície, analisando os fatores históricos, estruturais e de opressão que moldam as relações sociais. Ela também tem um propósito transformador, ao questionar as desigualdades sociais e promover mudanças. Por exemplo, ela poderia investigar como questões históricas de exclusão impactam a acessibilidade de eventos para pessoas com deficiência e, por consequência, impactam na percepção que pessoas com deficiência têm de eventos desse porte.
Assim, cada corrente teórica desempenha um papel essencial e específico no entendimento da interação social. Juntas, elas formam uma análise integrada, abrangendo desde o nível individual até o coletivo e estrutural. Como na analogia, apenas ao usar todas as ferramentas disponíveis é possível desvendar completamente a complexidade das relações sociais e promover um entendimento mais profundo da interação entre indivíduo e sociedade.
O que percebemos dentro da psicologia social, é as camadas do presente que foi enviado, sugere as camadas ou mascaras utilizadas pelas pessoas em suas vidas sociais. no exemplo o Presente esta embrulhado com Papelão, Plástico e Madeira, e o receptor do presente se vê obrigado a pegar ferramentas para abri-lo.
a tesoura que representava o melhor instrumento para o plástico.
a faca para o papelão e o serrote para a madeira. Cada um desses instrumentos representam ao meu ver as formas que nos representamos em cada situação e em cada local, e que somente debaixo de tudo e que esta a nossa real essência. Essas ferramentas também representam o como existem formas reais para termos acesso a quem somos de verdade, ao que realmente buscamos em nossa vida, que é conseguir sermos autênticos.
A pscologia social observa o comportamento do individuo de maneita introspectiva perante os acontecimentos ao seu redor, observa como um grupo se movimenta na sociedade e como o individuo reage ao comportamento desse grupo.
Uma de suas principais ideologias é que nosso comportamento é diferente quando estamos sozinhos e quando estamos em comunidade.
A Psicologia Social é um campo vasto, com várias correntes teóricas que buscam explicar o comportamento humano em contextos sociais. Algumas das principais correntes teóricas incluem:
Psicologia Social Psicodinâmica: Focada em como os processos inconscientes e as influências do passado moldam o comportamento social. Teorias de Freud, como a dinâmica do ego e dos grupos, influenciaram esse campo.
Behaviorismo: Influenciado por teóricos como B.F. Skinner e John Watson, foca em como os comportamentos sociais são aprendidos através de reforços, punições e modelagem social. Esse modelo analisa o comportamento observável em situações sociais, sem se aprofundar nos processos internos.
Cognitivismo: Examina como as pessoas percebem, interpretam e armazenam informações sociais. Teóricos como Piaget, Vygotsky e Bandura abordam como os processos cognitivos influenciam interações sociais, desenvolvimento social e comportamento.
Interacionismo Simbólico: Desenvolvido por George Herbert Mead e Herbert Blumer, enfatiza que os significados sociais são criados e negociados durante interações entre indivíduos. Essa corrente examina como os símbolos e as linguagens influenciam a formação da identidade e a interação social.
Teoria da Identidade Social: Desenvolvida por Henri Tajfel e John Turner, foca na relação entre grupos sociais e a identidade individual. Essa teoria sugere que as pessoas tendem a se categorizar em grupos (como "in-group" e "out-group") e que isso influencia atitudes, preconceitos e comportamentos.
Teorias da Atribuição: Focam em como as pessoas explicam as causas do comportamento, tanto o seu próprio quanto o dos outros. As pessoas podem atribuir comportamentos a fatores internos (como traços de personalidade) ou externos (como a situação).
Teoria da Consistência Cognitiva: Propõe que as pessoas buscam consistência entre suas atitudes e comportamentos, com teorias como a dissonância cognitiva de Leon Festinger, que explica como e por que as pessoas mudam suas crenças ou atitudes para reduzir conflitos internos.
Teoria da Troca Social: Proposta por sociólogos como George Homans e Peter Blau, sugere que as interações sociais podem ser entendidas como transações em que as pessoas buscam maximizar benefícios e minimizar custos em suas relações.
Cada uma dessas correntes oferece uma perspectiva única sobre como o ambiente social molda o comportamento humano, e muitas vezes são combinadas para fornecer uma compreensão mais rica e complexa dos fenômenos sociais.
Com base no resumo das analises realizadas pelos memoráveis nomes da psicanálise e psicologia, concluo que o primeiro passo para uma visão macro, é o reconhecimento de si, uma vez que sabendo os limites, as bordas do "EU" vamos saber deixar ou não o outro individuo nos acessar, em uma grande ou pequena escala.
Sabendo disso conseguimos estabelecer um entendimento amplo das particularidades de cada individuo que compõem o todo da sociedade. Esse é o principal caminho que a psicologia social pode trilhar e nos auxiliar no encontro perfeito do "EU". Saber quem somos nos permite alcançar lugares jamais imaginados.