Desafio
Ao observar a imagem, inicialmente consegui ver dois rostos se olhando. Com o tempo, fui percebendo outros elementos ocultos, como duas pessoas diferentes — uma tocando violão e outra segurando um jarro sobre a cabeça —, além de uma pessoa na porta de uma casa, uma garrafa e um vaso no centro da imagem.
Essa experiência mostra como a imagem apresenta vários elementos que provocam a minha percepção, revelando diferentes figuras conforme o foco muda. Esse tipo de ilustração é um bom exemplo dos princípios da Gestalt, especialmente os de figura-fundo, multiestabilidade e organização perceptiva.
Entendo que os detalhes fazem parte de um todo, como desenho. a primeira vista vi duas pessoa de frente uma para a outra, olhando mais atentamente , vi os detalhes como mais duas pessoas, um supostamente bebendo e a outra tocando violao. ou seja, tudo se engloba para uma percepcao completa. Todas as partes sao importantes para se compreender o todo.
Primeiro enxerguei um casal de idosos um de frente ao outro. Olhando novamente se percebe outra cena de músicos. Dependendo do modo como se observa, o todo ou partes, vemos cenas diferentes.
Consigo enxergar duas pessoas com certa idade se olhando ao mesmo tempo em que aparece jovens sentados em um momento musical , um objeto como se fosse uma ampulheta ou marcador de tempo ou um cálice e uma mulher ao fundo em uma abertura de porta. Para a psicanálise seria sonhos ou o subconsciente, mas não visão gestalt uma projeção
Na imagem como na vida, as indenizações podem ser diferentes dependendo do foco que lhe é dada.
A teoria Gestaltista valoriza a percepção do todo, entendendo que ele é mais do que a simples soma das partes. A forma como percebemos o mundo muda conforme o foco da nossa atenção, e cada percepção transforma o que vemos. Eu tenho essa visão do mundo.
A primeira vista consegue-se observar um casal de idosos, já focando na imagem é possivel ver um homem tocando violão, uma moça na janela de um castelo e uma senhora sentada com uma cesta na cabeça
O todo que vi no primeiro olhar, é um casal, um de frente para o outro, em um ambiente comum. Mas, ao avaliar em segundo instante, a percepção trouxe várias partes, um total de 17 peculiaridades não comuns aos dois. Sou socorrista civil e, em dado momento, encontrei um homem sobre a ponte do rio Taquari, olhando para rio, pelo lado de fora da mureta, ele estava tentando se suicidar. Esse era o TODO que tínhamos. Mas, percebi que ele tinha um terço católico enrolado na mão. Resolvi abordá-lo com cautela, então pedi se ele podia me ajudar com o pneu estepe, pois eu precisava da chave de roda. Ele me olhou como que em transe, um sofrimento naquele olhar. Eu repeti que precisava de ajuda, ele voltou para dentro da via, eu comecei perguntando o nome, sorri para ele, e comecei um diálogo cauteloso, falei de algumas dificuldades e ele começou a contar as suas dificuldades. Falei que o terço era bonito, e que a crença sempre mostra um caminho, etc. Então ele chorou, contou dos quatro filhos que não estava conseguindo sustentar depois que a espora fora embora por ele não conseguir emprego. Então eu ofereci emprego a ele. Ele ajoelhou-se chorando, eu o acolhi, me ofereci para fazer com ele as compras necessária a título de empréstimo e combinamos que ele me pagaria quando estivesse recebendo o salário na empresa em que eu trabalhava no RH. Assim foi feito. Parece que Geltast foi fundamental naquele dia.
Olhando para parte vejo um homem tocando violão e uma pessoa apreciando com uma garrafa de bebida ao lado. e ao fundo uma mulher em uma porta com um caminho de pedras.
Ao olhar o todo vejo um casal mais experiente se olhando frente a frente, cara a cara.
Citação de IEVI em dezembro 16, 2021, 2:34 pmA escola Gestaltista trabalha essencialmente a forma e a figura e, neste sentido, desenvolve sua teoria, valorando a percepção e a sensação que, no ponto de vista gestáltico, são os meios de observar o TODO e as PARTES.
Perls cria o conceito de TODO, afirmando que este todo é muito mais do que a soma das partes. A percepção das partes é que forma este todo e acaba dialeticamente se transformando a cada percepção.
De que forma você percebe o mundo que lhe rodeia? Consegue ver as partes de um todo? Já entrou em contato com uma situação em que vê uma forma em um primeiro momento e, logo após, consegue ver outra, quando muda seu foco de atenção?
Ao observar a figura pela primeira vez, imediatamente percebi o perfil de um casal de idosos. Ambos se olhavam frente a frente, com expressões serenas, e tudo parecia compor uma única cena harmoniosa. Foi uma percepção imediata do todo, quase automática, como se meu cérebro reunisse os elementos da imagem em um conjunto fechado e inteligível. Essa primeira impressão me revelou o que parecia ser, sem dúvidas, o rosto de duas pessoas mais velhas em um momento de contemplação mútua.
No entanto, à medida que dediquei mais tempo e atenção à figura, comecei a notar que havia muito mais por trás daquela imagem aparentemente simples. Aos poucos, fui desconstruindo o todo e identificando suas partes. Os cabelos brancos da idosa, por exemplo, na verdade eram formados por um lençol esvoaçante. A boca e os olhos dos dois rostos se revelaram como dois homens com sombreiros, que me pareceram mexicanos — um tocava uma viola e o outro equilibrava um ornamento de barro sobre a cabeça. Entre os rostos dos idosos, surgiu um grande cálice dourado, que antes passava despercebido em meio à composição geral. O brinco da idosa não era um brinco, mas sim uma garrafa. E os poucos fios de cabelo do idoso calvo, quando olhados com mais cuidado, mostravam-se como uma parede branca, com uma abertura no centro, de onde surgia a imagem de uma mulher — detalhe que, surpreendentemente, formava a orelha do idoso.
Essa experiência de alternar entre a visão do todo e das partes foi extremamente reveladora para mim, pois me vi vivenciando, na prática, os princípios da teoria da Gestalt. Compreendi que o todo é, de fato, diferente da simples soma das partes. O meu cérebro, naturalmente, organizou os elementos visuais de forma integrada, dando prioridade ao conjunto, antes mesmo que eu percebesse os detalhes que o constituíam.
Aos poucos, fui exercitando minha percepção e desmembrando a imagem — e, com isso, reconhecendo outros princípios da Gestalt, como figura e fundo, que me permitiram alternar o foco entre os rostos e os elementos ocultos; e a multiestabilidade, que é a capacidade de enxergar mais de uma interpretação dentro da mesma composição visual. Descobri que minha percepção não é um ato passivo, mas sim um processo ativo de análise e construção de sentido. Eu não apenas via com os olhos — eu interpretava com a mente.
Essa análise me permitiu perceber o quanto sou capaz de alternar entre o geral e o específico, entre o que se mostra à primeira vista e o que se revela com a atenção. Foi uma experiência rica, que me fez compreender, de forma concreta, os conceitos da Gestalt aplicados à percepção visual. E, acima de tudo, me mostrou o quanto nossa mente é habilidosa em criar sentido mesmo em meio à complexidade dos detalhes.