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Desafio

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Por mais que falamos com uma criança , as vezes precisamos falar de uma forma mais precisa onde faça com que a criança entenda que pode ser interpretada de acordo com mundo onde somente elas se entendam. Afinal a facilidade que um adulto tem  de entender as coisas, é bem maior.

A Psicanálise integrativa é uma psicoterapia apoiada por outros tratamentos complementares. A ideia é integrar o máximo de elementos que possam ajudar o cliente a obter as respostas que procura. Dessa forma, a revitalização da Psicanálise comum proporciona dinâmicas de trabalho que expandem a atuação do tratamento. O intuito dessa psicoterapia é ofertar mais de um caminho para que o cliente caminhe. Muitos não se adequam inicialmente à forma que a Psicanálise funciona por não compreenderem a sua totalidade. Essa falta de conhecimento impede que ele crie permissão para que a psicoterapia aja de forma eficaz nele. Dessa forma, quando se destrincha a dinâmica principal em peças que este entende, tudo fica mais fácil. Aliás, cada um de nós carrega uma certa preferência de como quer ser avaliado e tratado. Quando se conhece a psicoterapia integrativa, você se permite olhar de várias formas a fim de chegar num lugar comum. Como aberto linhas acima, a Psicanálise integrativa serve para que nós busquemos nós mesmos. Nesse caminho, nos permitimos aprender a nossa própria natureza a fim de cultivar uma sabedoria pessoal. É com essa estrada que entenderemos os motivos de determinados objetos nos afetar da forma que fazem. Para os mais céticos, pensem em uma abordagem mais acessível às questões que carregam. A ideia não é alimentar as dúvidas que já te sufocam, nada disso. Porém, destrancar cada uma de acordo com a demanda se mostra a solução perfeita ao problema. Se uma perspectiva não funciona, pode se valer de outra tranquilamente na mesma sessão. Com isso, trabalhar empecilhos pessoais passou a fugir de uma visão e mãos mais ortodoxas. Cada cliente tem acesso a um leque informacional que possibilita uma reflexão plena sobre si mesmo. Ademais, este vai trabalhar com a abordagem que mais lhe for conveniente e confortável.

Neste caso as crianças estão passando pela fase do egoísmo!

A Fase Anal inicia-se por volta dos 18 meses a 2 anos e dura até os 4 anos de idade aproximadamente, e é quando se estruturam a base da Segurança Psíquica e da Formação de Valores da criança. Nessa fase tão importante entram em cena as características defensivas e sádicas naturais e necessárias a nossa sobrevivência, como a agressividade, posse, egoísmo e dominação.

As três estrutura para um desenvolvimento psico de uma criança:

( 1) - a fase oral - dos primeiros anos de idade, " sua fonte de prazer é a boca.

(2) - fase anal- vai dos primeiros até os três anos de idade , aproximadamente, seu prazer está diretamente ao controle dos esfincteres.

(3) -fase fálica - que vai dos três anos de idade, aproximadamente! Para Freud, a fase crucial para o desenvolvimento sexual, nessa fase se encontra nos orgãos genitais ( falo)..

Nesse caso segundo a perspectiva psicanalítica, essas crianças estão sendo dominadas pelo Id, aonde o impulso de satisfazer seus desejos em ter os brinquedos, independente das outras crianças é muito mais forte, e devido a sua idade os mecanismos ainda estão em fase de construção, mas os professores podem de forma lúdica, ensinar a essas crianças o conceito de dividir os brinquedos umas com as outras !

No período de 3 a 5 anos de idade, segundo Freud, a criança está formando seu superego, a instância da psique que introjeta os valores socialmente aceitáveis. Está na fase denominada fálica, e portanto, conhecendo seu papel, começando a testar os limites de seu poder nas relações interpessoais. Portanto, a criança ainda é muito egocentrada, não tem ainda uma visão das necessidades das outras crianças. Porém isso não permanecerá assim, as crianças estão se desenvolvendo biológica e psicológicamente. Eu aconselharia a adoção gradual de atividades grupais, onde cada um cumpre um papel, com revesamento, incentivando trocas interpessoais que não envolvam a disputa e sim a cooperação, e jogos que envolvam grupos, onde as crianças frequentemente se vejam compartilhando do mesmo interesse.

O id é a estrutura mais primitiva da psique humana e busca gratificação imediata para os desejos, operando em função do prazer. Assim sendo, quando uma criança deseja algo, como pegar um brinquedo, ela simplesmente o faz e não considera outros fatores. Com a maturação e a necessidade da resolução de conflitos, nesse caso, as brigas com os colegas pelos brinquedos, a criança desenvolve outra estrutura psíquica: o ego.O ego também funciona em busca do prazer, mas, ao satisfazer os desejos do id, considera elementos da realidade e isso pode significar adiar a gratificação. O ego reconhece que as outras pessoas também têm necessidades e desejos. Assim, no caso dos alunos que brigam pelos brinquedos, ao desenvolver o ego eles passarão a pedir para pegar os brinquedos um do outro. Ou, no limite, o farão na ausência um do outro.A diferença do superego, que se desenvolve mais tarde, por volta dos cinco anos de idade, é que este é baseado na moral e em julgamentos sobre o que é certo e errado. É uma adaptação do ego às regras e convenções sociais. Mesmo que o superego e o ego cheguem à mesma conclusão, o determinante para o superego está baseado em valores morais e o determinante para o ego baseia-se mais no que os outros vão pensar ou nas consequências que uma ação pode acarretar.Voltando ao exemplo dos alunos que brigam pelos brinquedos, ao desenvolver o superego, mesmo na ausência do outro, os alunos não irão pegar os brinquedos sem pedir autorização.

A explicação apresentada para o fenômeno é o narcisismo secundário . O egocentrismo infantil e sua onipotência narcísica não são meras dificuldades cognitivas a serem superadas como em Piaget para Freud, mais desejo, afeto, que produzem realidade. No narcisismo secundário há dois momentos: primeiro o investimento nos objetos; e depois esse investimento reforma para o seu ( ego ). Quando o bebê já é capaz de diferenciar o seu próprio corpo do mundo externo ele identifica suas necessidades e  quem ou o que as satisfazem.

 

 

Brincar é uma necessidade elementar das crianças; é o seu método de apropriar-se do mundo e desenvolver suas competências. Segundo Freud (1908/1980), é o trabalho próprio da infância. Mas se o brincar for caracterizado cada vez menos pela criatividade e fantasia infantil e mais por produtos prontos, objetos ready-made, que pré-determinam a finalidade, as crianças da atualidade acabam vivenciando frequentemente o tédio, apesar do supérfluo de brinquedos ou justamente por causa dele.

Em geral, observa-se que elas não têm persistência e se frustram rapidamente, deixando de brincar em função da dificuldade de representar uma coisa por outra, de simbolizar. Consequência disso são os sintomas relacionados à falta de limites (problemas de comportamento em casa ou na escola), hiperatividade (agitação motora) e dificuldade de separação (depressão infantil), já que as mesmas não conseguem mais defender-se do real pela via do simbólico, ou seja, não suportam abdicar do prazer imediato.

Como pensar então a questão do brinquedo, ou seja, a relação da criança com este objeto concreto, exterior, positivado, que é o brinquedo? O brincar precisa ser compreendido como a expressão dos modos atuais da organização da personalidade da criança e um modo estruturante em relação às organizações mais tardias. A criança que não brinca, não se aventura em algo novo, desconhecido. Se, ao contrário, é capaz de brincar, de fantasiar, de sonhar, está revelando ter aceitado o desafio do crescimento, a possibilidade de errar, de tentar e arriscar para progredir e evoluir. Lebovici e Diatkine (1986, p.14) definem o brinquedo como "ação livre, sentida como fictícia e situada fora da vida comum, capaz de absorver totalmente o jogador, despojada de todo e qualquer interesse material e de toda utilidade".

 

Citação de IEVI em dezembro 16, 2021, 2:48 pm

De acordo com Sigmund Freud, a psique humana é composta por três estruturas: id, ego e superego. Essas três estruturas se combinam para criar o complexo comportamento dos seres humanos.

As professoras de uma escola de educação infantil reportam constantemente as dificuldades das crianças menores de cinco anos de idade em compartilhar os brinquedos em sala de aula. Mesmo ao brincarem com brinquedos idênticos, as alunas e os alunos brigam para pegar os brinquedos uns do outros. A diretora da escola decide convidar você, um psicólogo, para dar uma formação sobre a problemática na sua escola.

Qual é a explicação apresentada sobre o fenômeno a partir da perspectiva psicanalítica freudiana? Explique também o que deverá acontecer em sala de aula. 

A princípio, pode se dizer que as crianças estão buscando atender a demanda do id - que se empenha pelo prazer imediato - tomando o brinquedo da outra criança. Mas parece ser um paradoxo, pois, se cada criança tem um brinquedo a disposição, e todos são iguais, então por que querer o objeto do colega, de modo a ocasionar irritação e desconforto no outro? Gostaria de associar o id à inveja, pois para a criança que observa, com uma percepção do mundo ainda primitiva, parece que aquele brinquedo específico que está na posse do outro é que está lhe proporcionando prazer, e que ao tomá-lo, o prazer virá junto desse objeto.

Freud, ao falar sobre educação, via a importância de buscar o caminho do meio, evitando os extremos de ser liberal (deixar os pequenos fazerem tudo que querem, de modo a se tornarem delinquentes perversos), e rígido (reprimindo e impedindo iniciativas, em consequência, a autonomia e criatividade). O adulto deve ser razoável e ter discernimento para avaliar em quais momentos deve deixar a criança fazer o que quer, e em qual estabelecer regras e limites.

Na visão da psicanálise, o superego (função mental responsável pela moral do sujeito), começa a ser desenvolvida entre os 5 e 6 anos. Então, as crianças do caso estão entrando nessa faixa etária na qual tem condições de internalizar regras e limites, de modo a criar e perpetuar o bom convívio com seus pares. É viável que o psicanalista dê treinamento aos professores ao invés de conversar diretamente com os alunos, pois, como as crianças não o conhecem, pode surgir relutância e insegurança. E para criar e sustentar um ambiente educacional que promova a interação, trabalho em equipe e o respeito, é imprescindível a postura adequada das professoras.

Incentivaria os professores a censurarem essa atitude de um tomar o brinquedo do outro e a criar e incentivar brincadeiras em dupla, grupo ou com toda a sala, destacando a alegria que há quando existe o compartilhamento, de modo a ensinar as crianças a superarem o egocentrismo que lhes é inerente nessa fase. Obviamente, tudo deve ser feito com postura ética e inteligência emocional, sem que o educador altere o tom de voz ou use de termos humilhantes e ofensivos para com seus alunos, porém, sendo um modelo e exemplo de pessoa equilibrada, culta e amável aos pequenos.

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